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Rio Tinto quer investir US$ 3,5 bi no Paraguai

14 de janeiro de 2013

rnUm empreendimento equivalente a todo investimento externo em curso no Paraguai tornou-se o tema dominante da discussão política no país, a três meses da eleição presidencial que deve recolocá-lo como

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Um empreendimento equivalente a todo investimento externo em curso no Paraguai tornou-se o tema dominante da discussão política no país, a três meses da eleição presidencial que deve recolocá-lo como membro pleno do Mercosul, bloco do qual está suspenso desde junho do ano passado.

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Caberá ao próximo governo paraguaio bater o martelo sobre o preço da energia de Itaipu que deve ser oferecido à canadense Rio Tinto Alcan, interessada em instalar um complexo eletrointensivo de produção de alumínio, acoplado a um distrito industrial com 24 fábricas para manufaturar a produção. O grupo Rio Tinto está disposto a investir US$ 3,5 bilhões no Paraguai, montante superior aos US$ 3,3 bilhões existentes de investimento externo no país, de acordo com o Banco Central paraguaio.

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Segundo cálculos do centro de estudos Cadep, formado por ex-ministros dos governos Nicanor Duarte (2003-2008) e Fernando Lugo (2008-2012), que iniciaram a negociação com a multinacional, o complexo quando instalado terá um impacto de 3,5% a 7% ao ano no PIB do país. O estudo avalia que as exportações de alumínio e derivado poderiam render cerca de US$ 1,3 bilhão ao ano, ou 25% a mais do que os US$ 5,5 bilhões que o Paraguai exporta atualmente.

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O grupo Rio Tinto, que controla a subsidiária canadense produtora de alumínio, faturou no ano passado US$ 65 bilhões, quase o triplo do PIB nominal paraguaio, de US$ 23 bilhões em 2011. Pelo conceito de paridade do poder de compra, o PIB foi de US$ 40 bilhões.

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Um memorando de entendimento foi assinado em dezembro, e o empreendimento deve consumir uma potência instalada de 1.100 MW, ou uma turbina e meia da usina hidrelétrica de Itaipu. Hoje, o Paraguai usa apenas uma turbina das 20 existentes em Itaipu e revende a energia produzida pelas nove restantes a que tem direito ao Brasil por US$ 240 milhões, o que equivale a cerca de US$ 34 o MW de potência instalada.

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A definição de contratos de energia a baixo preço por espaços longos de tempo é essencial para a indústria de alumínio, e a Rio Tinto reinvidica um acordo por 30 anos. O investimento no Paraguai estaria triplamente interligado ao Brasil: diminui a oferta de energia para o país de Itaipu; a bauxita e a alumínia, matérias-primas do metal, seriam importadas do Brasil; e pelo menos metade da produção do complexo paraguaio seria vendida ao país vizinho.

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O acordo entre o Paraguai e a Rio Tinto começou a ser negociado em 2009, no governo de Fernando Lugo, destituído pelo Congresso em junho de 2012. Mas as forças ligadas ao antigo governo são as principais opositoras do governo, alegando que o complexo industrial terá um pesado custo ambiental, sobretudo com a possibilidade de ocorrência de chuvas tóxicas que afetem a produção agrícola.

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Ex-vice-ministra de Minas e Energia de Lugo, Mercedes Canese, atualmente candidata a deputada federal, apresentou um estudo em que afirmou que o complexo emitiria a poluição equivalente a 380 mil veículos por dia, ou o mesmo que toda a frota paraguaia. Como o projeto ainda é preliminar, não há estudo de impacto ambiental que corrobore essa avaliação.

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O projeto também é combatido pelos principais grupos de mídia do país, como o jornal “ABC Color”, de Assunção. As preocupações no caso não são ambientais, mas com o preço da energia elétrica a ser negociado, o atrelamento que o investimento representará ao mercado brasileiro e a diminuição da oferta de energia para outros usos.

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A usina de Itaipu tem potência de 14 mil MW e a de Yaciretá, na fronteira com a Argentina, de 3,1 mil MW. Apesar de ter direito à metade da energia de cada uma, o Paraguai está limitado a utilizar apenas 2,3 mil MW por faltas de linhas de transmissão.

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Uma onda de calor em Assunção levou a uma série de cortes de serviço na capital do país em dezembro, e a estatal de distribuição de energia, a Ande, anunciou neste mês um aumento de 25% na tarifa para custear investimentos.

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Principal entusiasta do acordo, o atual presidente Federico Franco já descartou a hipótese de se garantir à multinacional o mesmo preço praticado com o Brasil. “Em nenhum caso, sob nenhuma circunstância, se dará a energia ao mesmo preço que cedemos aos brasileiros”, afirmou ao assinar o memorando, em dezembro.

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Fonte: Valor Econômico

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