NOTÍCIAS

‘A Vale não está perdendo dinheiro por causa da China’

26 de março de 2012

rnRitmo de crescimento da demanda chinesa por minério de ferro será menor, mas a expansão será sobre base maiorrnO pior já passou e até o momento a Vale não perdeu dinheiro com a desaceleraç&ati

rn

Ritmo de crescimento da demanda chinesa por minério de ferro será menor, mas a expansão será sobre base maior

rn

O pior já passou e até o momento a Vale não perdeu dinheiro com a desaceleração da economia da China – maior cliente da mineradora brasileira. Nesta entrevista ao Estado, José Carlos Martins, diretor executivo de Ferrosos e Estratégia da companhia, conta que a fase mais delicada ocorreu no final do ano passado, depois que o governo chinês adotou medidas para esfriar a economia e com isso segurar a inflação.

O preço do minério de ferro caiu de US$ 180 para US$ 110 a tonelada, mas este ano já recuperou um pouco de força e estacionou na casa dos US$ 147. O volume de minério exportado, no entanto, não diminuiu. E, segundo Martins, a Vale poderia até vender mais minério aos chineses, se tivesse produto para entregar. 

A seguir os principais trechos da entrevista:

A desaceleração da China deixou muita gente assustada. Como a Vale, que exporta 40% de sua produção para lá, encara o novo cenário?

Nossa avaliação é que o pior momento ficou para trás. Foi por volta de outubro, depois que o governo chinês adotou medidas monetárias fortes para reduzir a inflação, esfriar um pouco a construção. Os clientes de lá até queriam comprar minério de ferro, mas não tinham crédito. O preço do minério caiu de US$ 180 para US$ 110 a tonelada. Hoje a tonelada está na faixa de US$ 147. Agora, estamos mais numa fase de recuperação de preços e embarcando tudo que podemos.

A Vale está perdendo dinheiro por causa da China?

Não. Em termos de atividade de mercado. o primeiro trimestre de 2012 não é muito diferente do quarto trimestre do ano passado. 

Na semana passada a australiana BHP, um dos principais concorrentes da Vale, disse que a demanda chinesa por minério de ferro será menor …

Sim, mas embora o país vá crescer menos, a expansão se dará sobre uma base maior. A produção de aço na China vinha crescendo acima de 10%. Achamos que este ano deve crescer 5%. Isso significa 50 milhões de toneladas a mais de minério. Você não acha isso na esquina. Além disso, a Índia, outro grande fornecedor da China, reduziu suas exportações. Eles venderam 120 milhões de toneladas para a China em 2009 e no ano passado exportaram 75 milhões de toneladas. Este ano talvez nem cheguem a 50 milhões, porque estão consumindo muito domesticamente.

Mesmo assim as ações da Vale estão sendo castigadas na bolsa…

Todo mundo que tem relação com a China está sendo castigado. Mas a Vale é menos dependente do mercado chinês do que os australianos, nossos principais concorrentes. A Rio Tinto é a que mais exporta para lá, e a BHP é a segunda. Nós estamos em terceiro e temos ainda um mercado bastante interessante no Brasil, somos líderes na Europa, temos posição forte no Oriente Médio. No nosso caso, a situação não é desfavorável como estão pintando. O preço caiu, mas se recuperou. Não deixamos de vender uma tonelada.

Mas a China é o maior cliente da Vale. Não seria melhor diminuir essa dependência?

Isso é bobagem. Você vende onde tem mercado. A gente vende mais para a China porque é lá que tem demanda. Se a gente tivesse mais minério para vender, eles comprariam. 

A recente fusão das mineradoras Xstrata e Glencore esquentou as especulações sobre um novo movimento de consolidação mundial no setor. A Vale pensa em voltar a comprar concorrentes, como fez anos atrás ou esse momento já passou?

A Vale não está preocupada com essa fusão. A competição na mineração é mais influenciada pela qualidade dos recursos do que pelo tamanho das empresas. Nosso foco hoje é mais pelo crescimento orgânico, mas isso não significa que não faremos novas aquisições, desde que se apresentem oportunidades com sentido estratégico e preço interessante.

Vocês estão de olho em alguma empresa?

Não.

O que pode acontecer se a Vale for mesmo obrigada a pagar os R$ 30,5 bilhões que a Receita Federal está cobrando?

Isso está em discussão na Justiça, temos que aguardar. Agora, a tributação sobre lucro no exterior (o foco da discussão) tem um aspecto econômico maior. Ela inibe o crescimento de companhias brasileiras no lá fora. É um assunto polêmico, tanto que há muitas outras empresas brasileiras com negócios lá fora discutindo a mesma coisa.

A Vale de Murilo Ferreira é muito diferente da Vale de Roger Agnelli?

A Vale é um transatlântico. Você não muda a direção da Vale do dia para a noite. Os investimentos são de longo prazo. Murilo e Roger são pessoas diferentes, os estilos são diferentes, mas ainda é cedo para falar em mudanças na direção da empresa. 

rn

 

Fonte: O Estado de S.Paulo

Compartilhe:

LEIA TAMBÉM



Votorantim Cimentos apoia projeto de resgate histórico-cultural em Corumbá (MS)

17 de dezembro de 2018

Projeto “Todo Lugar tem uma História para Contar”, do Museu da Pessoa, reuniu histórias de vida dos moradores que impulsionou…

LEIA MAIS

IBRAM lança novos protocolos TSM de DE&I e saúde integral na Diversibram

27 de março de 2025

O Instituto Brasileiro da Mineração (IBRAM) lançou dois novos protocolos do TSMBrasil (sigla em inglês para Towards for Sustainable Mining…

LEIA MAIS

IBRAM e ApexBrasil traçam estratégicas para promover mineração brasileira no exterior e atrair investimentos

2 de abril de 2025

O presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Jorge Viana, recebeu na sede da agência, nesta…

LEIA MAIS