Acionistas aprovam fusão Xstrata-Glencore

Os acionistas da Xstrata PLC votaram ontem em favor da fusão com a Glencore International PLC, mas contrariando novamente o conselho da Xstrata, favoreceram um acordo que não incluirá pagamentos para a retenção de altos executivos. A Xstrata informou que seu presidente do conselho deixará o cargo após a fusão.

O resultado da votação significa que foi transposto o maior obstáculo para a criação de uma empresa gigante de recursos naturais, com valor de mercado de cerca de US$ 70 bilhões e ativos que incluem café, grãos, zinco, níquel, cobre, carvão, petróleo e transporte marítimo. O acordo ainda precisa da aprovação regulatória da União Europeia e da China para ser assinado, mas analistas e investidores esperam que a Glencore fará quaisquer concessões necessárias para garantir a aprovação antitruste.

A aprovação do negócio sem os pacotes de retenção de executivos constitui a terceira repreensão significativa por parte dos acionistas ao conselho da Xstrata, que tinha recomendado esses pagamentos.

O conselho já modificou o pacote de retenção em meados do ano, em resposta à firme oposição dos acionistas. A Qatar Holding LLC, segunda maior acionista da Xstrata, depois da Glencore, desmentiu mais tarde a afirmação do conselho de que tinha negociado o melhor acordo possível para os acionistas, ao conseguir que a Glencore aumentasse de 2,8 para 3,05 a relação na troca das ações, em um último esforço para salvar o acordo de um colapso.

Essa última repreensão ao conselho levanta novas questões sobre o papel dos conselheiros da Xstrata. A empresa informou ontem, após a aprovação do negócio pelos acionistas, que o presidente do conselho, John Bond, vai deixar o cargo depois de concluída a fusão. O plano original previa que Bond se tornasse presidente do conselho da empresa combinada.