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Análise: Estagnação de pesquisas em mineração gera expectativas negativas

11 de julho de 2012

rnA percepção da sociedade sobre o que é mineração geralmente está relacionada às imagens do gigantismo das poucas grandes empresas do setor. Essa associação ignora as pequenas mineradora

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A percepção da sociedade sobre o que é mineração geralmente está relacionada às imagens do gigantismo das poucas grandes empresas do setor. Essa associação ignora as pequenas mineradoras.

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Estima-se que existam mais de 8.000 em operação no Brasil, que exploram 55 tipologias minerais.

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Para “visualizar” o que é mineração, basta olhar em volta. Há minérios em quase tudo: da água mineral até as paredes de uma casa, do celular à pasta de dente.

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Para que o cidadão tenha acesso a esses bens, é preciso a ação de mineradoras. Ou seja, a mineração é, por princípio, essencial.

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Os produtos mais minerados no Brasil, em volume, são os agregados da construção civil, como areia e pedra britada. A produção anual é de 623 milhões de toneladas/ano, basicamente a cargo das pequenas empresas.

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Esse total é o dobro da produção de minério de ferro. A diferença é que a mineração de agregados está atomizada em todo o país.

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Mais invisível ainda é o papel da pesquisa mineral, pela qual pequenas empresas (“juniors companies”) identificam as jazidas que darão início aos projetos.

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É uma atividade de alta complexidade, gera custo expressivo, está exposta a elevado nível de risco e tem taxa de sucesso de menos de 1% para novas descobertas.

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Sem estimular a pesquisa, não há como renovar o estoque de minérios na velocidade ideal para responder ao crescimento do consumo.

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No Canadá, por exemplo, as “juniors” acessam mecanismos de financiamento via Bolsa de Valores. Aqui, essas empresas sobrevivem graças à criatividade e à coragem de seus proprietários.

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Recentemente, o governo interrompeu a concessão de novos alvarás de pesquisa.

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Na imprensa, há informações de que isso ocorre em razão da expectativa de adoção no Brasil de um novo marco regulatório da mineração –que nem sequer chegou ao Congresso para o debate inicial.

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Há acúmulo de milhares de pedidos, estagnando essa importante fase da mineração, o que gera grandes incertezas “em cascata”.

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Além de inviabilizar a atuação das “juniors”, tal medida fecha portas aos investimentos obrigatórios em novos projetos minerais, que refletem em outros setores.

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Atinge-se negativamente a expectativa de fornecimento futuro de matérias-primas à indústria e à agropecuária.

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O mesmo se dá em relação às exportações do Brasil, que poderão ficar fragilizadas. Isso em razão de os excedentes de minérios gerarem divisas até então muito bem-vindas nessa longa época de crise.

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Pelo jeito, o governo precisa mudar sua percepção sobre a mineração.

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RINALDO CÉSAR MANCIN é diretor de assuntos ambientais do Instituto Brasileiro de Mineração.

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Fonte: Folha de S. Paulo

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