Analistas apontam cenário positivo para investimentos em 2013

As perspectivas para o mercado de capitais brasileiro em 2013 são positivas. Depois de um ano em que a economia brasileira deve apresentar crescimento de apenas 1%, a previsão é que no ano que vem haja uma evolução maior na Bovespa, segundo avaliação de analistas.

Para o diretor-presidente do Instituto Fractal de Análise de Mercado, Celso Grisi, com a melhora no clima internacional, com menos instabilidade na Europa e os Estados Unidos mostrando recuperação, os investimentos estrangeiros devem ser retomados com mais força.

“O ambiente internacional está melhor e o Brasil menos hostil ao capital estrangeiro. Se o PIB do país crescer em torno de 2,5% a 3%, teremos um movimento maior no mercado de capitais”, afirmou Grisi.

Outros fatores que devem favorecer a Bovespa são os investimentos em infraestrutura. “Depois das intervenções desastrosas, finalmente o governo percebeu que sem investimentos não há como as coisas evoluírem”, ressaltou.

Grisi explica que o pacote de infraestrutura anunciado, principalmente as privatizações de portos, aeroportos e rodovias, muitos investidores serão atraídos. “Vejo um movimento muito favorável em alguns setores, como varejo, agronegócio e do setor de mineração“, disse.

A Vale S/A (Vale) em especial, deve ter um ano melhor na bolsa. O analista explica que, depois de um período de dólar baixo e queda nos preços, 2013 será um ano de recuperação. “Os preços do minério estão mais convidativos.  de se esperar que haja oportunidades”.

Para o sócio-diretor da Título Corretora, Márcio Cardoso, o que torna o Brasil mais atrativo como destino de investimentos é o seu crescimento. “A perspectiva de um crescimento maior do PIB é bom para atrair investidores. E o país tem sido visto como uma boa opção”, afirmou.

De acordo com Cardoso, ainda é muito cedo para prever se o ínidice Bovespa terá uma arrancada maior no ano que vem. “Isso só com bola de cristal. No início deste ano, a previsão era bater os 85 mil pontos e vamos ficar mais perto dos 60 mil do que dos 70 mil pontos. Desta forma, o mercado está mais conservador nas previsões”, observou Cardoso.

Fundos – Para Celso Grisi, um dos fatores que podem contribuir bastante para o avanço do mercado de capitais brasileiro é a entrada dos fundos de pensão dos funcionários públicos. A Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal do Poder Executivo (Funpresp-Exe), regulamentada por um decreto presidencial em setembro, deve entrar em funcionamento já no início de 2013 e estar apta a fazer investimentos em até uma década, segundo informações do governo.

“A entrada desses fundo no mercado de capitais será bastante positiva, já que eles têm capacidade de se tornar um dos maiores investidores do país”, prevê.

Inicialmente, o governo previu a existência apenas de um fundo reunindo os três poderes da República. Agora, já trabalha com a possibilidade de criação de mais um. Dessa forma, um desses fundos (Funpresp-Exe) reuniria o Executivo e o Legislativo, com o Judiciário, podendo associar-se por convênio à Funpresp, que abrangeria todos eles.

A expectativa é de que, nos primeiros cinco anos, o patrimônio total da Funpresp atingirá R$ 7,9 bilhões, ou 0,18% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo dados da Secretaria de Políticas de Previdência Complementar do Ministério da Previdência Social.