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Anglo adia projeto no Brasil por problemas judiciais

27 de julho de 2012

rnA mineradora Anglo American informou, ao divulgar seus resultados, que o projeto de minério de ferro Minas-Rio, o maior empreendimento mundial da companhia, sofrerá um atraso de pelo menos um ano.rn rn rnCom o novo cronogram

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A mineradora Anglo American informou, ao divulgar seus resultados, que o projeto de minério de ferro Minas-Rio, o maior empreendimento mundial da companhia, sofrerá um atraso de pelo menos um ano.

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Com o novo cronograma, a previsão do início de produção foi adiada para o segundo semestre de 2014, “se todos os desafios não controláveis enfrentados desde o final de 2011 forem resolvidos até o final deste ano”, informou a assessoria de imprensa da companhia no Brasil.

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“O cumprimento desse cronograma também depende da inexistência de novos eventos incontroláveis”, acrescenta a companhia, em nota.

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A Anglo –que no ano passado elevou a estimativa de custo de seu projeto, alertando que poderia ser de até 5,8 bilhões de dólares– informou nesta sexta-feira que está avaliando o impacto dos novos atrasos sobre os custos e que informará o mercado ainda neste ano.

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O projeto, vendido para a Anglo pelo empresário Eike Batista, é alvo de ações judiciais que limitaram o avanço das obras. A companhia foi impedida por decisão da Justiça de Minas Gerais de iniciar novas obras no local, incluindo supressão de vegetação, terraplanagem e retirada do solo para a abertura da mina, procedimento que era anteriormente previsto para ser iniciado em abril.

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“Continuamos trabalhando em parceria com os governos e autoridades responsáveis para que as questões legais sejam resolvidas o mais rápido possível”, disse o presidente da companhia no Brasil, Paulo Castellari, por meio de nota à imprensa.

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O principal argumento do Ministério Público, autor da ação judicial, é a existência de sítios arqueológicos na região. O Iphan, órgão responsável por patrimônio histórico e cultural, informara na ocasião que faltavam estudos do solo para a companhia prosseguir com as atividades.

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A empresa afirma que tem trabalhado junto ao Ministério Público e está tomando as providências legais cabíveis para demonstrar que atuou de acordo com a legislação ambiental vigente.

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“Recentemente obtivemos a publicação da decisão judicial que nos permitiu dar início às ações solicitadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) relacionadas aos sítios arqueológicos encontrados”, acrescentou.

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Em outra ação movida pelo MP, a Anglo teve suspensa a licença ambiental de instalação para implantação de uma linha de transmissão de energia elétrica no projeto.

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“Embora as atividades de campo para a instalação da linha de transmissão continuem interrompidas, as obras do empreendimento continuam a ser executadas normalmente nas áreas do mineroduto, porto e de parte da planta de beneficiamento”, disse a empresa por meio de nota.

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HERANÇA DE EIKE

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O projeto Minas-Rio foi adquirido junto da unidade de mineração do conglomerado do empresário Eike Batista por alguns bilhões de dólares. A empresa mantém parceria com a LLX, empresa de logística do bilionário brasileiro, para terminal de minério de ferro no Porto do Açu, no norte Fluminense, por onde a Anglo pretende escoar sua produção, que poderá chegar a 90 milhões de toneladas anuais em plena capacidade.

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“Até que esses obstáculos sejam eliminados, não podemos determinar com confiança a data da primeira produção”, disse a presidente-executiva da Anglo Cynthia Carroll, acrescentando que a mineradora tem uma equipe de advogados para lidar com os desafios legais e licenciamento. A Anglo já garantiu cerca de 200 licenças para o projeto.

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A Anglo não é a única a enfrentar problemas de licenciamento no Brasil, onde a rival Vale e outros também foram atingidos por atrasos. Carroll disse que encontrou a presidente brasileira, Dilma Rousseff, em Londres para os Jogos Olímpicos, para pressionar por avanços.

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FRUSTRAÇÃO

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Analistas demonstraram desapontamento com o adiamento e o resultado da empresa, que apresentou uma queda no lucro operacional de 38 por cento.

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“A maior decepção ficou com Minas Rio, onde houve um anúncio de mais 12 meses de atraso para conseguir todas as aprovações regulatórias e ambientais necessárias e liberar os problemas legais ao fim de 2012”, disse o analista Patrick Jones, da Nomura.

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A Anglo viu o lucro operacional despencar 38 por cento, para 3,7 bilhões de dólares, o que creditou aos maiores custos de produção. A previsão era de 4 bilhões de dólares. 

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Fonte: Reuters

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