Maior produtora de ouro do país, mineradora fez ajustes antes da crise e agora vê oportunidadesEnquanto uns acham que crise é oportunidade para descobrir como ganhar eficiência, o CEO para as Américas da AngloGold Ash
Confiante, ele conta que a mineradora está bem e não freou diante da crise. “A verdade é que tive uma felicidade muito grande em fazer os ajustes há dois anos e meio, antes do resto, e agora estou enxergando oportunidades”, explica o executivo, que recebeu o prêmio “É Assim que se Faz”, durante o Conexão Empresarial Araxá, promovido pela VB Comunicação no Tauá Grande Hotel.
Para deixar a empresa robusta, Guerra começou a olhar as questões de eficiência e custos antes de todos. “Passamos (o Brasil) por um ciclo de crescimento, e no crescimento todo mundo esquece a eficiência”, admite. Por isso, a saída encontrada por Guerra foi trabalhar com a inovação – na produção, no beneficiamento e produtividade –, não só cortando cabeças com as demissões no quadro de pessoal. “Cortar cabeças é uma coisa fácil de fazer, mas a inovação salva cabeças”, ensina.
No Brasil. Com sede em Joanesburgo, na África do Sul, a AngloGold Ashanti tem 20 operações em dez países. No Brasil, com sede em Nova Lima (MG), as unidades da mineradora ficam em Sabará e Santa Bárbara e em Crixás (GO). Está produzindo quase 600 mil onças de ouro por ano, sendo que cada onça tem 31,1 g. “Essa produção dá R$ 2 bilhões, e isso é mais ou menos a mesma coisa de 2015. Tirando o câmbio, talvez pode melhorar para a gente”, informa.
A empresa vende o ouro para bancos que, de acordo com Guerra, são instituições que geralmente têm arranjos financeiros como mercado, porque o ciclo de produção do ouro é uma coisa, mas o ciclo de produção da joia é um valor agregado bem maior. “Aí, os bancos dão um suporte para esse mercado de joias”, explica.
Com 6.088 empregados entre diretos e indiretos no Brasil, Guerra explica que a empresa está preparada para um próximo ciclo. “Queremos ser maiores ainda”.
Se outras companhias estão vivenciando queda no faturamento, Guerra diz que, no caso da AngloGold Ashanti, isso não vai acontecer. “Somos um ponto fora da curva, quero olhar para a frente”. Agora, é trabalhar melhor ainda do que está e, de acordo com Guerra, enxergar em cada momento as oportunidades que tem e congregar seu time para isso.
“Eu tenho uma intenção de, no curto prazo, nos próximos dois anos, fazer uns 10% a 15% a mais (na produção)”, revela. É possível também, para Guerra, pensar numa expansão do negócio no Brasil, o que depende de decisões do acionista lá fora.
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Fonte: O Tempo
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