NOTÍCIAS

Aposta pesada no futuro

9 de maio de 2013

Preocupação em elevar competitividade e reduzir custos no setor minerometalúrgico já apresenta reflexos no volume de recursos destinados a projetos com forte viés tecnológicornOs recursos desembolsados pelo B

rn

Preocupação em elevar competitividade e reduzir custos no setor minerometalúrgico já apresenta reflexos no volume de recursos destinados a projetos com forte viés tecnológico

rn

Os recursos desembolsados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para projetos de inovação na indústria metalúrgica em Minas Gerais quase dobraram no ano passado, alcançando R$ 27,322 milhões. A cifra pode parecer modesta, mas tem o mérito de mostrar recuperação da demanda de empréstimos – foram liberados R$ 14,143 milhões em 2011 e R$ 16,762 milhões em 2010 – num cenário ainda desfavorável e desafiador da crise no mercado internacional. As liberações haviam chegado a R$ 52,967 milhões em 2009, período em que a economia brasileira sofreu intenso rebate da turbulência na economia mundial. Com aumento de 10,7% em 2012, o orçamento de R$ 350 milhões da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapemig) também atendeu projetos do setor minerometalúrgico, envolvendo não só o desenvolvimento de tecnologia e inovação no chão de fábrica como em parceria com universidades e centros de pesquisa.

rn

À frente da captação de boa parte dos projetos de pequenas a grandes empresas, o presidente da Fapemig, professor Mário Neto Borges, costuma enfatizar que não há mágica quando se busca conhecimento e tecnologia. “A questão central é dar prioridade ao investimento nessas áreas. Não há outra forma de transformarmos o país em potência, não só econômica, como científica e cultural. A Coreia do Norte é do tamanho do Rio de Janeiro e, depois de aplicar recursos em educação, conhecimento e tecnologia, ganhou padrão de vida de Primeiro Mundo”, afirma.

rn

Os riscos elevados na descoberta de jazidas minerais e a volatilidade dos preços das commodities minerais tornam crescente a necessidade de dispêndio de capital pelas empresas, numa busca contínua por produtividade, segundo o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), José Fernando Coura, devido à exposição delas à competição global sem a proteção de barreiras e incentivos. “Grande parte das empresas de mineração e siderurgia tem competência desenvolvida no Brasil e mantém no país seus centros de tecnologia e inovação”, afirma.

rn

Os programas visam à redução do consumo de água e energia, o uso de máquinas de melhor qualidade e operadas por joystick, além de avanços na recuperação de áreas mineradas. A despeito da queda de preços dos metais e das commodities depois da crise mundial e do crescimento econômico menor da China, uma espécie de locomotiva do consumo no mundo, a estimativa do Ibram para os investimentos da indústria mineral no Brasil está mantida, por enquanto, em US$ 75 bilhões (de 2012 a 2016), dos quais 40% deverão ser aplicados em Minas Gerais.

rn

O valor da produção mineral brasileira, contudo, está sendo revisto para uma expansão não superior a 5% este ano. A cifra evoluiu de US$ 7,7 bilhões em 2001 para US$ 50 bilhões em 2011, valor que não se sabe ainda se foi novamente alcançado em 2012. A indústria quer elevar a produção de minério de ferro, carro-chefe do setor no país, em 54,9% até 2015, atingindo 790 milhões de toneladas. No segmento do ouro industrial, a expectativa é de expansão de 28,6% em três anos, para 90 toneladas.

rn

FORTALECIMENTO

rn

Na siderurgia, a Usiminas é uma das empresas que tem redobrado o esforço para aumentar a eficiência operacional por meio de investimentos que envolvem tecnologia direcionada à modernização de equipamentos e processos de produção e ao aumento do valor de seus produtos. Nos últimos cinco anos, a companhia aplicou R$ 11 bilhões. De acordo com o presidente da empresa, Julián Eguren, o ano passado foi dedicado a uma disciplina rigorosa no controle dos custos e dos indicadores de desempenho e agora a siderúrgica terá condições de se aproveitar do ciclo de aportes na área operacional.

rn

“No ano passado, concentramos nosso foco em fortalecer os mecanismos de controle da empresa, adaptando os nossos indicadores ao contexto de desafios vividos pelo setor industrial. Neste ano, estamos focados em buscar maior eficiência operacional e produtividade. Para isso, aprofundaremos os estudos de engenharia industrial para identificar e, acima de tudo, realizar ganhos”, disse o executivo em recente teleconferência com analistas de mercado para apresentação dos resultados do primeiro trimestre.

rn

No fim do ano passado, a Usiminas pôs em funcionamento um laminador de tiras a quente, na usina de Cubatão (SP), que permitiu expandir sua oferta de produtos mais nobres para mercados de tubos de aço de grande diâmetro, autopeças, máquinas e equipamentos e a construção civil. Em Ipatinga, no Vale do Aço mineiro, inaugurou em 2011 a linha de aços galvanizados destinados às indústrias automobilística, de linha branca e construção civil e implantou a tecnologia CLC, para produção de chapas grossas de alta resistência mecânica, tenacidade e soldabilidade.
 
Fique por dentro
Expectativa e risco

Supera 10 anos o prazo entre a descoberta de uma jazida mineral e o início da produção, ao mesmo tempo em que só parte das descobertas minerais se transforma em projetos operacionais da indústria. Cerca de 30% dos depósitos de cobre descobertos entre 1990 e 1994 em países desenvolvidos e no Chile resultaram na abertura de minas 20 anos mais tarde. 
 
Laços fortes com a academia
 
A universidade do estado australiano de Queensland, província mineral do maior país da Oceania, renovou na semana passada acordos de cooperação em projetos de pesquisa e desenvolvimento tecnológico com a Fapemig e a UFMG. Criada em 1909, a instituição conduz mais de 400 programas de graduação, tem 7 mil funcionários e 45 mil alunos, dispondo de um orçamento anual de 1,64 bilhão de dólares australianos. No Brasil, tem três dezenas de parcerias com agências governamentais, universidades e empresas, a exemplo da mineradora Vale.

rn

Do primeiro acordo, firmado há três anos em Minas, resultaram três projetos relacionados à avaliação da qualidade do ar e da água em áreas de mineração, em que a Universidade de Queensland tem como parceiros a Fapemig, UFMG, PUC Minas, Universidade Federal de Viçosa e Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN). O presidente da Fapemig, Mário Neto Borges, informou que a intenção agora é ampliar o convênio, com incorporação do agronegócio nas áreas de interesse, antes ligadas à agua, meio ambiente e mineração. Outro propósito é expandir os recursos, que inicialmente somaram R$ 1,4 bilhão, bancados meio a meio. Os novos editais de projetos deverão ser lançados ainda este ano.

rn

Financiado pela Fapemig e a Finep – Agência Brasileira da Inovação, ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o Polo de Excelência Minerometalúrgico está expandindo a sua atuação. O coordenador da iniciativa, vinculada à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Renato Ciminelli, destaca a criação de um centro de referência em qualificação para sustentabilidade do Vale do Paraopeba, na Região Central de Minas Gerais, que engloba municípios onde há grandes empreendimentos nos setores de mineração e siderurgia. “Vamos testar metodologias e práticas, com a preocupação de induzir a capacitação de todos os públicos envolvidos nessas atividades, dentro de uma visão sustentável, e com gestão compartilhada”, afirma. 

rn

 

rn

 

rn

 

Fonte: Estado de Minas

Compartilhe:

LEIA TAMBÉM



Prêmio Municípios Mineradores 2022 revela cases de sucesso em gestão municipal

13 de junho de 2022

Contar com atividade minerária sustentável no território é um excelente estímulo para a condução de projetos públicos que melhoram a…

LEIA MAIS

As conexões entre os fatos de hoje e as tecnologias de amanhã

14 de janeiro de 2019

Revista Época Negócios destacou a “A extração da Inovação”. A iniciativa surgiu de uma parceria entre as principais mineradoras brasileiras…

LEIA MAIS

Raul Jungmann apresenta à Margareth Menezes panorama dos investimentos do setor mineral em projetos culturais

23 de dezembro de 2023

O diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Raul Jungmann, esteve no Ministério da Cultura, na tarde desta 5ª feira…

LEIA MAIS