Fernando L. Zancan – Presidente da Associação Brasileira do Carvão Mineral
“Uma imagem vale mais que mil palavras”, é um dito popular de autoria do filósofo chinês Confúcio, que mostra o poder da comunicação via imagens. Isso se aplica ao caso do carvão. Estamos há 15 anos sem que um ministro de Minas e Energia visite o setor carbonífero catarinense. A última visita foi do ministro Rodolfo Tourinho, no início do século 21.
A imagem de um parque termelétrico de 857 MW, inserido no meio da cidade de Capivari de Baixo, ao lado da cidade de Tubarão, ligado pela Ferrovia Teresa Cristina a uma região produtora de carvão com cerca de 10 municípios, envolvendo na cadeia uma população de cerca de meio milhão de pessoas no sul de Santa Catarina, traz a reflexão do impacto econômico envolvido na cadeia econômica gerada pela mineração de carvão.
A indústria do carvão, ao movimentar a economia, traz consigo a melhora das condições de vida. Como exemplo, temos a cidade de Treviso que é o quarto melhor índice de desenvolvimento sustentável municipal do estado, isso fruto de boas gestões públicas na aplicação dos recursos advindos da economia do carvão que representam 64% do valor adicionado da economia da cidade. Os royalties do carvão representam 31% dos CFEM arrecadados pela mineração em Santa Catarina e contribuem para o desenvolvimento tecnológico da indústria do carvão, via uma Lei Estadual criada pelo governador Luiz Henrique da Silveira.
A indústria do carvão nacional, em especial em Santa Catarina, tem um enorme potencial de crescer e trazer desenvolvimento e renda, mas está estagnada, pois carece de uma política industrial. O estigma ambiental, veiculado atualmente não permite que uma discussão pragmática e técnica seja feita sobre como desenvolver o maior recurso energético que o Brasil tem.
A visita do Ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, a indústria carbonífera dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, reveste-se de grande importância, pois ele poderá ver uma indústria que atende os requisitos de eficiência econômica, compromisso ambiental, visão de futuro e compromisso social.
Esperamos que, assim como o Governo Federal promoveu ações para estruturar políticas públicas para o gás natural, biocombustíveis, petróleoe setor elétrico, possa fazê-lo para o carvão mineral.
Existem projetos termelétricos e carboquímicos no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná em diversos estágios de desenvolvimento que podem atrair cerca de 10 bilhões de dólares de investimentos para a indústria do carvão.
Para que isso ocorra, torna-se necessário uma política industrial para o carvão. Esperamos que as poderosas imagens se transformem em ações concretas para o desenvolvimento do Sul do Brasil.