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ARTIGO LUIZ TITO – EXCESSO DE CONVERSA FIADA

23 de novembro de 2015

As manifestações registradas após a tragédia ocorrida na Samarco, em Mariana, e as críticas que partem da imprensa e que blogs e algumas instituições fizeram.

As manifestações registradas após a tragédia ocorrida na Samarco, em Mariana, e as críticas que partem da imprensa e que blogs e algumas instituições fizeram sobre os diversos fatos dela decorrentes simbolizam, muitas delas, o improviso dessas análises, que quase sempre geram entendimentos inadequados para o tamanho e as circunstâncias do problema.

Na semana que se seguiu ao rompimento da barragem, a imprensa nacional e âncoras das redes de TV concentraram-se em criticar o governador de Minas por este haver ocupado os escritórios da mineradora Samarco no local do ocorrido para dar sua primeira entrevista, anunciando providências destinadas a minimizar o sofrimento dos trabalhadores e das famílias afetadas. Sinceramente, não há como se ver nada de grave que o governador ali estivesse. Era, naquele momento, o único local próximo mais ou menos em condições de se alojar com um mínimo de segurança para se avaliar aquela catástrofe, sobre ela decidir, atender a imprensa e movimentar a Samarco para auxiliar, com os recursos ali disponíveis, a mitigação do drama. Trata-se do escritório de uma empresa regular, que atua há décadas na região; não é o que chamam ser uma boca de fumo, um ponto de venda de drogas, um bordel – esse último, refúgio, aliás, em franca extinção.

Lama por todo lado, gente desaparecida, mortos, a natureza dizimada e a crítica mais importante era de onde falava o governador. Não se evidenciou a presteza com a qual atuou – aliás, obrigação de todo gestor público. Na história de Minas há outros que, em circunstâncias parecidas, estavam passeando, na Europa ou na praia, mas isso é passado.

Depois, a censura à fala de um secretário de Estado, que se referiu à Samarco como vítima. Claro que é vítima. Se foi irresponsável, como parece ter sido, negligente, descuidada, é o que a Justiça vai apurar, e esperamos puna os responsáveis, coloque-os na cadeia, faça a Samarco e seus sócios pagarem pelos prejuízos, mas ela também é vítima. Ninguém, nenhuma empresa, deixa acontecer o que se sucedeu por desejo, por vontade. Ninguém, a não ser o Estado Islâmico, sai de casa com o objetivo de romper barragens, destruir a natureza e matar pessoas.

Perdemos tempo com tais atitudes e nos esquecemos do que é importante: a recuperação das cidades, dos rios, dos solos, das casas atingidas. É o que importa neste momento. E fazer a atividade de mineração voltar a operar, com segurança, com respeito ao meio ambiente, aos seus operários, à lei, pagando impostos, empregando trabalhadores, o que também não é nenhum favor das empresas. Pagam impostos porque são obrigadas pelos códigos e empregam pessoas porque precisam do trabalho delas, senão não operam. Mas que elas sejam respeitadas como empresas, que têm atividade regular. Sem o incômodo improdutivo dos preconceitos ou da falácia de aproveitadores da tragédia alheia.

Precisamos de ações, de atitude, de trabalho. De produção e dinheiro em caixa.

Fonte: O Tempo
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