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Bela Vista triplica arrecadação mineral em 2014

18 de agosto de 2014

A julgar pela população de 10.342 habitantes e pelo clima bucólico, o município de Bela Vista de Minas, localizado a aproximadamente 120 quilômetros de Belo Horizonte, aparenta ser a típica cidade do interior

A julgar pela população de 10.342 habitantes e pelo clima bucólico, o município de Bela Vista de Minas, localizado a aproximadamente 120 quilômetros de Belo Horizonte, aparenta ser a típica cidade do interior que não se desenvolveu, como se tivesse parado no tempo. Mas basta uma observação mais atenta para se perceber que novas construções despontam por todos os lados. São casas e lojas que começam a criar um novo desenho de cidade, transformada pelos impulsos econômicos da mineração.
 
Dentro do município, a Mina do Andrade, que está situada na serra de mesmo nome, guarda o grande motor de crescimento da cidade. A área, com 2.421,55 hectares, explorada pela ArcelorMittal, produz 2,5 milhões de toneladas de minério de ferro anualmente e rendeu aos cofres públicos municipais, nos seis primeiros meses de 2014, um montante de R$ 1,5 milhão com a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem). Um valor 210,6% maior do que a arrecadação no mesmo período de 2013, segundo estatísticas da prefeitura da cidade. A mina, que em 2011 produzia ao ritmo de 1,5 milhão de toneladas anuais, recebeu investimentos de US$ 76 milhões em 2012 para aumentar a capacidade de produção, hoje de 3,5 milhões.
 
Já a arrecadação com o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), soma R$1,4 milhão, um valor significativo para uma cidade nova, que chega aos seus 50 anos repleta de planos.
 
“Com esse aumento de arrecadação, estamos investindo bastante em calçamento de ruas com bloquetes sextavados. É a demanda mais reivindicada pelos moradores há anos. Um tipo de pavimentação que é ecologicamente correto”, afirma Wilber Souza, prefeito do município. “Mas, além disso, vamos construir a tão requisitada creche para a população, reformar o poliesportivo e construir uma nova praça de esportes no bairro mais populoso da cidade”, completa Wilber, que espera concluir os novos equipamentos públicos até 2015.
 
Entre os anos de 2005 e 2011, o Produto Interno Bruto (PIB) do município cresceu 242,7%. Um número bastante positivo que, para o executivo municipal, é um indicador de que o progresso chegou de vez à cidade. “Nós vivíamos basicamente com os recursos do Fundo de Participação dos Municípios. Hoje, podemos dizer que a Mina do Andrade é nossa galinha dos ovos de ouro”, afirma o prefeito.
 
No comércio local, os empresários comemoram o aumento de vendas. Maria Regina de Araújo, administradora de uma das primeiras lojas da cidade, avalia de forma positiva o comportamento do mercado. “Grande parte da nossa clientela é de funcionários da mineração. Muitos já moram na cidade e outros estão se mudando para cá”, diz. E a chegada de novos moradores tem aquecido as vendas de materiais de construção. Glauber Torres, proprietário do principal depósito da cidade, com duas lojas, já tem 25 funcionários trabalhando em seu negócio e acredita que a demanda vai crescer ainda mais. “Nos últimos cinco meses, a demanda cresceu aproximadamente 10%, por causa das várias obras que estão sendo realizadas. Vendemos de tudo, mas os carros-chefes do nosso depósito são as ferragens e o cimento”, acrescenta o empresário.
 
Comércio aquecido com a expansão da demanda
 
O mercado de veículos seminovos também começa a se expandir na cidade. De acordo com o vendedor de carros Deiverson Soares, até mesmo a procura por veículos importados é comum na concessionária em que trabalha. “Vendemos uma média de 20 veículos por mês para uma clientela que é de Bela Vista de Minas mas, também, de cidades vizinhas como João Monlevade e Nova Era”, conta. “Hoje temos na frota da loja 13 carros e duas motos para a venda, mas essa quantidade, provavelmente, vai aumentar”, ressalta o vendedor.
 
Quem viu a Mina do Andrade atrair seus primeiros exploradores, no ano de 1936, quando Bela Vista de Minas ainda nem havia se emancipado do município de Nova Era, também acredita que os tempos são de crescimento. José Nazareno de Araújo, de 80 anos, fundador do que talvez tenha sido o primeiro estabelecimento comercial da cidade, conta que muitas lojas estão sendo abertas porque o local está se tornando propício para novos negócios. “A vida inteira batalhei como comerciante e hoje é que o movimento está melhor. Minha loja já foi ampliada e reformada várias vezes”, diz.
 
Mina do Andrade tem vida útil de 25 anos
 
Ao contrário de outras cidades mineradoras, onde a extração está com os dias contatos, Bela Vista de Minas tem, na Mina do Andrade, a possibilidade de prolongar por pelo menos mais 25 anos a exploração mineral, de acordo com projeção da própria ArcelorMittal.
 
Para Sebastião Costa Filho, CEO da companhia no Brasil, a mina é um dos pontos de exploração mais importantes da multinacional no Brasil. “Nossa usina siderúrgica em João Monlevade, que é uma das mais competitivas do país, é alimentada pela Mina do Andrade. Há uma questão logística de suma importância nesse processo devido à proximidade das duas”, comenta. Para o ano de 2014, a previsão de receitas da exploração local é de US$ 14 milhões.
 
Para Sebastião Costa, os benefícios trazidos para a cidade são cruciais para que ela se desenvolva, tanto do ponto de vista econômico quanto social.
 
“No ritmo em que estamos, a projeção é que, nesse ano, sejam gerados R$ 6,5 milhões em impostos para o município. Além disso, geramos emprego para muita gente da cidade. A mina emprega, atualmente, 500 trabalhadores e parte deles é de Bela Vista de Minas”, comenta o CEO.
 
Os projetos sociais realizados em parceria com a empresa nas áreas de cultura, educação e meio ambiente já alcançaram mais de 800 crianças e jovens de escolas públicas e privadas da cidade, de acordo com levantamento da prefeitura do município.
 
As ações são realizadas, sobretudo, em datas comemorativas, como o Dia Mundial do Meio Ambiente, quando é feita a distribuição de mudas nativas e a criação de hortas suspensas, e no Dia Mundial da Água, quando alunos são premiados por trabalhos envolvendo a sustentabilidade. No Prêmio ArcelorMittal de Meio Ambiente, alunos são reconhecidos por trabalhos ambientais, no intuito de ampliar a conscientização sobre a preservação na cidade.
 
Marilene Rodrigues, responsável pela Divisão de Meio Ambiente, destaca a importância da parceria entre poder público e iniciativa privada. “São pequenas ações que fazem a diferença. Todas as escolas participam dos projetos e as famílias dos alunos também acabam se envolvendo, o que é muito bom”, comenta Marilene.
 
“Temos planos de fazer novos projetos que, além de tudo, vão envolver a comunidade e criar formas de empreendedorismo para os moradores”, conclui.

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Fonte: Hoje em dia

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