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Bom momento

5 de junho de 2013

Diversificação, inovação tecnológica, bom ambiente de negócios e localização estratégica alavancam indústria em Minas; crescimento em março foi seis vezes superior a m&eacut

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Diversificação, inovação tecnológica, bom ambiente de negócios e localização estratégica alavancam indústria em Minas; crescimento em março foi seis vezes superior a média nacional

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Fábrica da Fiat: aumento de 11% na produção em 2012

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Diversificação, inovação tecnológica, bom ambiente de negócios e localização estratégica são alguns dos fatores regionais que explicariam o bom momento pelo qual passa a indústria mineira. A avaliação é do governador Antonio Anastasia, que cita levantamento do IBGE segundo o qual, em março, a indústria em Minas Gerais cresceu 4,4%, cerca de seis vezes mais do que a média nacional de 0,7%. “Em 12 meses, de março de 2012 a março de 2013, esse setor cresceu 1,4% em Minas, enquanto no país teve uma queda de 2%. Além disso, de acordo com a Fiemg, em março, o faturamento global das indústrias mineiras cresceu 23,1% em relação ao mês anterior”, destaca o governador.
 
“Minas é também, segundo o IBGE, o segundo estado brasileiro em volume e participação na estrutura industrial brasileira, atrás apenas de São Paulo. Em 2012, o setor industrial foi responsável por cerca de 43% das exportações mineiras, contribuindo de forma expressiva para a segunda posição que o estado ocupa no ranking nacional”, continua Anastasia. 
 
Os principais responsáveis pelo bom desempenho da indústria mineira continuam sendo os setores extrativo mineral, de veículos automotores e de produção agrícola. Entretanto, o governador explica que tem sido observada uma grande diversificação da produção, com a expansão também de segmentos como energia, informática, maquinário, equipamentos, eletroeletrônicos e fármacos. “Um bom indicativo dessa diversificação é o fato de que, no ano passado, o setor de alta tecnologia como um todo exportou 83,5% a mais do que em 2011”, diz. 
 
Para Anastasia, o ambiente de negócios em Minas vem favorecendo tanto a indústria tradicional – com um bom contexto em termos de preços e demanda em áreas ligadas às commodities – quanto os setores que apostam em tecnologia e inovação. “Além do governo do estado, entidades representativas do setor e parceiros privados têm ajudado a criar uma atmosfera que favorece a cooperação e, por sua vez, mais crescimento industrial e a obtenção de bons resultados”, diz o governador, que lista ainda uma série de características de Minas que contribuem com a atração de negócios, como a sua localização privilegiada, próxima dos demais grandes centros consumidores do país e rota de passagem para todas as regiões  brasileiras. 
 
“Temos também uma infraestrutura robusta que abriga a maior malha rodoviária pavimentada do Brasil, com mais de 30 mil quilômetros, e a segunda maior malha ferroviária, com mais de 5.000 quilômetros, que permitem um escoamento fluido e em grande volume da produção”, diz o governador. “O estado possui 92 aeroportos localizados estrategicamente em todas as regiões de seu vasto território, com destaque para o aeroporto internacional Tancredo Neves, em torno do qual está se formando um expressivo polo de investimentos em segmentos de alta tecnologia. Dispomos, ainda, de uma rede de distribuição altamente qualificada, com companhias de logística que estão entre as maiores da América Latina”, continua o chefe do executivo estadual. 
 
“Todos esses números nos dizem que tanto o cenário interno quanto o externo se revelam, em geral, favoráveis aos planos que traçamos com relação à indústria mineira, de expansão e diversificação”, completa Anastasia, referindo-se ao pressuposto de sua administração de que o crescimento “deve ser constante”. “Temos sólidos programas de atração e diversificação da economia, bem como de apoio à indústria já instalada no estado. O nosso governo disponibiliza vários fundos que, apenas neste ano, aplicarão cerca de 600 milhões de reais em estímulos à indústria, em incentivos à competitividade e ao aumento da base produtiva”, informa. 
 
Segundo Anastasia, o crescimento sustentado virá incentivando-se projetos de inovação e atraindo empreendimentos que tragam novas nuances ao perfil econômico de Minas Gerais. E isso passa pelo estímulo a produtos de alto valor agregado. “Nosso estado já é o maior produtor de aço (35% da produção brasileira) e cimento (24%). Somos também os principais exportadores de café e de minério de ferro do país. Mas também podemos nos orgulhar de ser o único estado fabricante de helicópteros em toda a América do Sul e de termos 50% do mercado civil brasileiro nesse segmento, por exemplo. Além disso, somos o segundo polo automotivo do Brasil, com 24% da produção nacional do setor. A Six Semicondutores, que fabricará chips para utilização em aplicações industriais e médicas em Ribeirão das Neves, a unidade da Biomm em Nova Lima, única fábrica de insulina do Brasil, e o polo aeroespacial de Tupaciguara, no Triângulo Mineiro, são alguns exemplos que integram os esforços do governo do estado para aumentar o valor agregado da produção mineira e criar mais e melhores empregos”, diz o executivo.

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Perspectiva da Six Semicondutores: produção de chips em Ribeirão das Neves
Perspectiva da Six Semicondutores:
produção de chips em Ribeirão das Neves

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Ao projetar o futuro do setor, o governador é otimista. “Acredito que, quando os investimentos já anunciados pela iniciativa privada para os próximos anos se concretizarem em termos de produção – ou seja, quando se somarem ao PIB mineiro –, a nossa indústria não terá outro caminho senão crescer ainda mais. E ainda há espaço para o estado aumentar sua inserção internacional e conquistar novos mercados a partir do incremento da competitividade de seus produtos”, aposta. 
 
Segundo o subsecretário de Indústria, Comércio e Serviços da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Marco Antônio Rodrigues da Cunha, o bom momento da indústria no estado deve-se particularmente ao desempenho de setores “bem consolidados em Minas e que não se reproduzem de forma geral em todo o país”, como por exemplo, a indústria extrativa mineral, que teve um aumento de faturamento de 15,11% no primeiro trimestre de 2013 em comparação com o mesmo período do ano anterior. “Da mesma forma, você verifica que o setor do agronegócios também cresceu tanto na produção quanto comercialização e exportação. Temos ainda bens de alto valor agregado que cresceram bastante, como o setor automotivo, com um aumento de 15% no faturamento do ano, muito propiciado pela bela performance da Fiat”, diz o subsecretário. “Nos últimos dez anos, Minas se destaca não só em média do brasil, mas em primazia em todos os outros estados. Trabalhamos com a perspectiva de 4,3% de aumento do PIB Industrial em 2013”, completa Cunha. 
 
Para o subsecretário, a palavra-chave do setor é “investimento”. “Hoje, trabalhamos com uma visão concatenada do que é necessário para aumentar a produtividade da indústria mineira e chegamos à conclusão de que recursos para inovação e tecnologia são necessários. Para tanto, trabalhamos em duas vertentes, uma através de editais dedicados ao desenvolvimento de produtos ou de bases de produção, e outra voltada para o aprimoramento da mão de obra, com recursos da Fapemig, entidade que tem um orçamento anual em torno de R$ 400 milhões”, anuncia.  
 
“Se queremos ter uma economia efetivamente forte no médio e longo prazo, precisamos continuar apostando rigorosamente em inovação, tecnologia, novos investimentos e diversificação. Isso de forma permanente, sem descuidarmos dos nossos setores tradicionais”, finaliza. 
 
Analisando dados da produção física da indústria brasileira no primeiro trimestre deste ano, o economista da Coordenação de Indústria do IBGE, Fernando Abritta, destaca que os resultados positivos ostentados por Minas Gerais se devem, notadamente, ao setor de refino de petróleo e produção de álcool, que cresceu 14,2% no estado, e ao de veículos automotores, com elevação de 9,3% no período. “Essa recuperação da indústria de automóveis tem a ver com todos os incentivos dados pelo governo federal há algum tempo, como a redução do IPI”, diz o economista. 
 
Mesma análise faz Guilherme Velloso Leão, gerente de economia da Fiemg, ao considerar a variação da produção física industrial acumulada no ano, ou seja, de abril de 2012 a março de 2013. “A produção física da indústria mineira cresceu 1,4% e, no Brasil, caiu 1,9% nesse período. Minas está crescendo mais do que o Brasil, e isso pode ser entendido quando se olha o comportamento dos setores que puxaram isso mais fortemente no estado que no Brasil, como a indústria extrativa mineira, que cresceu 0,05% de abril a março, enquanto no Brasil caiu 1,5%. A indústria de veículos automotores cresceu 8,7% em Minas no acumulado do ano, contra uma queda de 6,4% no Brasil. É importante destacar que somente os setores de extração mineral e automotivo respondem por algo em torno de 30% da produção industrial de Minas Gerais, mas têm uma participação média menor no parque industrial de outros estados”, explica. 
 
O gerente da Fiemg destaca ainda, como característica de Minas Gerais, a existência de cadeias produtivas completas, como a de material de transporte, que movimenta áreas como extração de minério, siderurgia, metalurgia e produção de bens de alto valor agregado. “A cadeia de material de transporte em Minas Gerais nasceu com a Fiat, mas hoje já temos uma indústria ferroviária, com fábricas de locomotivas, de caminhões e de material bélico. Criamos na região metropolitana de Belo Horizonte o segundo polo nacional de uma indústria de material de transporte”, conta Leão. 
 
A julgar pelos números, a decisão da fábrica italiana de se instalar em Minas Gerais em 1976 se mostrou acertada: enquanto outras montadoras de automóveis do Brasil e no resto do mundo tiveram números negativos em 2012, a Fiat fechou o período com um aumento de 11,1% na produção de automóveis e comerciais leves em relação ao ano anterior, passando de 754.276 para 838.218 o total de unidades vendidas. Isso representa uma receita líquida de quase R$ 23,2 bilhões e a geração de cerca de 30 mil empregos diretos e indiretos.

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Avião AX-2 Tupã será montado em Tupaciguara
Avião AX-2 Tupã será montado em Tupaciguara

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Resultados que foram possíveis pela proximidade de fornecedores e consumidores, como destaca o presidente da Fiat Chrysler para a América Latina, Cledorvino Belini. “A Fiat foi a primeira indústria automotiva a instalar-se fora de São Paulo. Com a decisão estratégica de produzir em Betim, também nascia o processo de ‘mineirização’ do parque de fornecedores da Fiat, dentro da lógica de que com os fornecedores mais próximos, poderíamos produzir mais e com mais eficiência. O processo de ‘mineirização’ nos permitiu criar as condições para o salto de escala de produção”, afirma o executivo, ciente da importância da montadora para a economia do estado.  
 
“A atração dos fornecedores para o entorno da fábrica representou a consolidação da industrialização de Minas Gerais, com importantes consequências econômicas e sobre o nível e qualidade de empregos. Hoje, cerca de 70% do volume anual de nossas compras são em Minas Gerais”, continua Belini, que celebra o anúncio de investimentos da ordem de R$ 15 bilhões para o período de 2013 a 2016 nas empresas das holdings Fiat SpA e Fiat Industrial. 
 
 “As prioridades de investimentos são inovação, desenvolvimento de novos produtos e tecnologias, melhoria de processos logísticos e de manufatura, expansão da capacidade produtiva e construção de novas fábricas e linhas de produção. Em Minas Gerais, um dos projetos mais estratégicos é a expansão da fábrica da Fiat Automóveis de Betim, que terá sua capacidade produtiva ampliada em 150 mil unidades ao ano, passando dos 800 mil veículos para 950 mil unidades”, informa Belini.
 
Quando avaliamos o futuro do mercado, a visão do presidente da Fiat é otimista. “O Brasil reúne condições positivas para continuar em crescimento. Vai sediar a Copa do Mundo de futebol em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016, no Rio de Janeiro. São eventos que demandam investimentos públicos em equipamentos e infraestrutura urbana, o que, em termos econômicos, aumenta a demanda agregada”, explica Belini, que destaca, ainda, como fator de estímulo ao crescimento econômico, a atual “política de inclusão social”, que resgatou 30 milhões de pessoas da pobreza nos últimos anos, permitiu a consolidação de um mercado de consumo de massa e garantiu acesso de milhares de jovens ao ensino superior. 
 
“A mobilidade social é intensa e a classe média se expande, com forte aspiração de consumo. Estamos próximos de uma situação de pleno emprego e temos a vantagem do bônus demográfico, em que a proporção entre a População Economicamente Ativa (PEA) e a população total é um estímulo ao crescimento econômico”, analisa o chefe da montadora.
 
 A médio e a longo prazo, entretanto, a indústria mineira vai precisar melhorar sua competitividade para continuar crescendo, como destaca o empresário Sérgio Cavalieri, vice-presidente da Fiemg e acionista e membro do conselho do grupo Asamar. Bisneto de Alberto da Costa Soares, um dos pioneiros da indústria no estado, Cavalieri destaca a diversificação do parque mineiro, mas alerta que o setor só não está melhor por problemas extramuros. “O problema da competitividade da indústria não está do lado de dentro do muro, mas fora da fábrica, com a burocracia brasileira, que cria um ambiente hostil ao empreendedorismo, e com a elevada carga tributária. Hoje, entre 5% e 10% dos gastos das indústrias são destinados à burocracia, para pagar advogado e contador e manter as exigências governamentais em dia. E, em média, de 36% a 37% do faturamento vão para o pagamento de impostos”, conta o empresário.
 
Cavalieri aponta também como entrave ao crescimento do setor a falta de uma melhor infraestrutura de transportes e o baixo nível de escolaridade do brasileiro, o que tornaria a mão de obra local menos produtiva que a de outros países desenvolvidos. “Nesse cenário mundial, o Brasil perde competitividade e coloca em risco o vigor da indústria. Governo, empresários, trabalhadores e a sociedade civil devem entender que a indústria é fundamental para um país desenvolvido, criando-se um ambiente favorável para investimento e inovação, sem barreiras que limitem a competitividade, ou o cenário não será bom”, explica o executivo. “Enquanto não houver um grande arranjo entre esses atores na economia, com uma visão de longo prazo e querendo de fato dar prioridade ao setor industrial, receio que a indústria brasileira não consiga acompanhar o resto do mundo”, alerta o vice-presidente da Fiemg.

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Fonte: Revista Viver Brasil

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