Busca por sustentabilidade marca a agenda de investimentos energéticos em mineração
31 de agosto de 2012
rnEntrosamento e proximidade entre os setores de energia e mineração são estratégicos para se pensar um futuro baseado na economia verde, já que os minérios são matérias-primas para quase todos
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Entrosamento e proximidade entre os setores de energia e mineração são estratégicos para se pensar um futuro baseado na economia verde, já que os minérios são matérias-primas para quase todos os segmentos produtivos no planeta.
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A declaração das Nações Unidas de 2012 como o “Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos” alerta para a urgência do tema e mostra que há ainda um longo caminho pela frente. Em todo o mundo, 1,5 bilhão de pessoas vive hoje sem acesso à energia, um sintoma que afeta também o progresso e o desenvolvimento em torno dessas sociedades. Em áreas rurais ou remotas do Brasil, 2% dos domicílios não têm acesso à eletricidade. À sombra da distribuição deficiente de energia, surgem soluções de baixa qualidade. Estima-se que US$ 37 bilhões são gastos anualmente em querosene para iluminação e queima de biomassa para aquecimento e uso em fogareiros, uma alternativa poluente e perigosa.
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Na busca pelo desenvolvimento de iniciativas energéticas mais sustentáveis, os setores de geração de energia e de mineração despontam, no Brasil, como estratégicos no contexto socioeconômico. A capacidade energética e o potencial de aproveitamento das fontes renováveis no Brasil chamaram a atenção internacional. Neste ano, o Banco Mundial destinou US$ 49,6 milhões para o País no Projeto de Fortalecimento dos Setores de Energia e Mineração. O empréstimo prevê assistência técnica ao Ministério de Minas e Energia para desenvolver estratégias de investimento e suporte para novas tecnologias de ponta.
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“O Brasil tem uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo e é um país líder em mineração, com larga experiência de regulamentação e implementação nesses setores. Isto tem chamado atenção de outros países em desenvolvimento”, afirmou Makhtar Diop, diretor do Banco Mundial para o Brasil.
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A proximidade e entrosamento entre mineração e geração de energia são essenciais para se pensar um futuro baseado na economia verde. Os bens minerais são matérias-primas para quase todos os segmentos produtivos no planeta, ou seja, integram a primeira fase da produção industrial (a cargo da indústria de transformação), por exemplo. Se a produção de minérios prioritariamente consumir energia limpa e/ou renovável, maior será o índice de sustentabilidade dos produtos que serão ofertados após a transformação dessa matéria-prima.
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Os minérios são considerados a base para o desenvolvimento de fontes alternativas de energia, como as placas solares, as células fotovoltaicas as turbinas eólicas e as baterias de carros híbridos. “Existe uma interdependência entre as atividades de mineração e as de geração, armazenamento e transmissão de qualquer tipo de energia. Muitas das soluções passam obrigatoriamente pela maior disponibilidade de minerais”, afirma o Diretor-Presidente do Instituto Brasileiro de Mineração – IBRAM, José Fernando Coura.
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Estratégias para a sustentabilidade
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Apesar do potencial mineral e energético proporcionado pela geografia brasileira, os dois setores ainda precisam superar algumas barreiras para se desenvolverem de forma plena e promover a sustentabilidade ambiental. O debate ganha contornos internacionais com a vinda ao Brasil do
2º Seminário Internacional de Gestão de Energia na Indústria da Mineração – ENERMIN 2012 (
www.enermin2012.com).
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“Entre os principais fatores que motivam a realização do seminário está o contexto de crescente demanda e necessidades de alto investimento em energia em quase todo o planeta”, explica o Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que preside o Comitê Executivo do evento.
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Segundo o Diretor de Assuntos Ambientais do IBRAM e integrante do Comitê Executivo do ENERMIN 2012, Rinaldo Mancin, o evento também será o palco ideal para discutir as fontes alternativas de energia à disposição da indústria da mineração, tanto no Brasil como em outras partes do mundo. A busca por sustentabilidade na gestão energética passa por questões como o transporte eficiente dos minerais, o uso de biocombustíveis e a preocupação com as mudanças climáticas e a emissão de gases.
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“Este é um debate pioneiro no País e de necessidade crescente. O desafio é aumentar a eficiência energética, diminuir os custos e estimular os estudos e a implementação de tecnologias de uso sustentável. Buscaremos, no ENERMIN 2012, agregar projetos e ideias de diversos lugares do mundo”, detalha José Fernando Coura.
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Com alta demanda energética para realizar o processamento de minérios, o setor minerador busca, principalmente, fontes alternativas e renováveis. Cerca de 20% da matriz energética de uma das maiores mineradoras do mundo, a Vale S.A., é formada por fontes renováveis, como biomassa e biodiesel. A empresa também está investindo, inicialmente, US$ 633 milhões na produção de biocombustível e na expansão de seu uso na frota de máquinas e no sistema logístico. A empresa também apresentou, em agosto, o projeto do Complexo Eólico Santo Inácio, formado por seis usinas que somarão 124 MW. A energia gerada será destinada à própria Vale e o valor do investimento é estimado em US$ 222 milhões.
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Já a Samarco Mineração encontrou no gás natural uma alternativa menos poluente para o abastecimento de fornos das usinas de pelotização de minério de ferro. A substituição gerou redução de 207 mil toneladas de emissões de CO²e/ano, o que representa uma redução de 9,8% das emissões totais da Samarco.
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Fonte: IBRAM – Profissionais do Texto