Chineses apresentam tecnologia inédita

 

O grupo chinês Shaangu, que atua nos setores siderúrgico, petroquímico e de gás, estará entre amanhã e sexta- feira em Minas Gerais, onde apresentará a algumas siderúrgicas do Estado urna tecnologia capaz de transformar em energia elétrica algo em torno de 30% a 35% do calor gerado pelos altos-fornos.  A informação é do representante da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China em Minas Gerais, Ronaldo Melo, que estará intermediando os encontros.

“São várias as possibilidades de negócios. Desde joint ventures até financiamentos pelo Banco da China”, informa. Segundo ele, também está prevista, para maio, a chegada de empresários do ramo de construção civil, que podem investir cerca de RS 17 milhões em uma planta, com perspectiva de geração de 5 mil empregos. A outra meta para o ano é “exportar alimentos e importar tecnologia”, anuncia.

Segundo Melo, nesses três dias, quatro executivos da Shaangu estarão visitando empresas como as Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas) e a Gerdau Ouro Branco (antiga Açominas), além do Sindicato da Indústria do Ferro no Estado de Minas Gerais (Sindifer). Existe a possibilidade de encontro com representantes da V&M do Brasil (antiga Mannesmann) mas a reunião ainda não foi confirmada.

O objetivo, explicou, é apresentar a tecnologia às siderúrgicas, com vistas à redução dos custos com energia — um dos principais insumos do setor. “Uma das propostas é oferecer o equipamento e receber produtos em troca”. Outra possibilidade é oferecer financiamento, via Banco da China, para aquisição do equipamento. “O aporte de reausos é uma política daquele país para o fomento de seus negócios”, explica Melo.

Construção No próximo mês, será a vez de empresários da construção civil chegarem a Minas. O objetivo, segundo Meio, é apresentar a algumas construtoras uma tecnologia que permitirá construir casas populares com maior rapidez e segurança. “Um imóvel para o ‘Minha casa, minha vida’, por exemplo, pode ser feito em apenas um dia, gerando uma economia de custos de 25%”, diz.

Segundo Melo, o modelo construtivo é de casa pré-moldada. E o grupo (cujo nome ele preferiu não revelar ainda) também é especializado em tecnologia elétrica. Para ele, não haverá riscos de esta tecnologia prejudicar os níveis de emprego e renda no país. Pois caso seja apurado um mercado consumidor no Estado, caso haja interesse por um bom número de construtoras, existe a possibilidade de este grupo se instalar em Minas.

“Eles pretendem montar dois parques fabris no Brasil, sendo um deles no Rio de Janeiro e o outro em Minas, com geração de 14 mil empregos”. Para instalação tio Estado, a expectativa é de investimentos entre R$ 16 milhões e R$ 17 milhões, com geração de 5 mil empregos diretos. Segundo Meio, caso as construtoras minei ias manifestem interesse, essa plaina pode ser instalada em um prazo médio de um ano e meio.

Paia Melo, as parcerias entre empresários da China e do Brasil — e, em especial, de Minas Gerais — é uma alternativa para aumentar a competitividade e, assim, enfrentar a concorrência inclusive dos produtos chineses. “Comprar a tecnologia deles é urna ahernativa para reduzir custos e elevar a produtividade, indica”.