Perspectiva é de alta de até 8% nos preços no primeiro trimestre; fenômeno também afeta produção da AustráliarnrnO período de fortes chuvas em Minas Gerais deverá impactar, diretame
Perspectiva é de alta de até 8% nos preços no primeiro trimestre; fenômeno também afeta produção da Austrália
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O período de fortes chuvas em Minas Gerais deverá impactar, diretamente, a oferta mundial de minério de ferro nas próximas semanas. Com a produção e a qualidade do minério comprometidas em algumas regiões, a perspectiva é de que os preços voltem a subir neste início de ano. O fenômeno climático deve contribuir para a recuperação parcial dos preços, que pode chegar a 8% de alta no primeiro trimestre, segundo especialistas.
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Não é à toa que uma menor produção em Minas pode afetar a oferta do produto. O Estado concentra quase 70% da produção de minério de ferro no País, de acordo com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). Da produção total de minério da Vale de janeiro a setembro de 2011, por exemplo, os sistemas Sul e Sudeste foram responsáveis por mais de 60% do total no período. Além da Vale, toda produção da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) está no Estado: a mina Casa de Pedra fica no município de Congonhas e a Namisa no Quadrilátero Ferrífero. A MMX, por sua vez, também produz em Minas no Sistema Sudeste.
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Além da menor oferta brasileira, as chuvas também afetam a produção de minério na Austrália, um dos principais produtores, lembra a especialista do setor de mineração da Tendências Consultoria, Stefânia Grezzana. Dessa forma, acredita-se que a restrição da oferta contribua para que o minério tenha um período de recuperação de preço durante o primeiro trimestre deste ano. Segundo suas projeções, o valor da tonelada deverá subir 8% entre janeiro e março na comparação com dezembro do ano passado, cuja média nos valores spot foi de US$ 136,5 a tonelada.
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No início deste mês o preço da tonelada do insumo apresentou pequenas altas diárias, sendo cotado ontem a US$ 143, de acordo com o índice Platts, que é calculado tendo por base o preço do minério no mercado à vista (spot) da China. Se depender das previsões climáticas, o preço deve continuar subindo.
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O volume de chuvas neste verão está, de fato, maior e deverá prosseguir em Minas Gerais. Segundo o agrometeorologista da Somar Meteorologia, Marco Antonio dos Santos, as chuvas mais fortes este ano são explicadas pelo fenômeno climático “La Niña”.
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“Em verões em anos de La Niña, os efeitos recaem na região central do Brasil. Os volumes acumulados estão muito grandes, principalmente na região metropolitana de Belo Horizonte”, disse o especialista, que destacou que nos últimos dias o volume de chuvas para o período é o maior nos últimos cem anos.
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Trégua. Para os próximos dias, a previsão é de que as chuvas diminuam em Minas. No entanto, a trégua não deverá durar muito. “Depois deve voltar a chover na segunda quinzena de janeiro e em fevereiro continua chovendo”, frisou.
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Mesmo que as previsões meteorológicas se confirmem e ajudem a elevar os preços, as siderúrgicas tendem a manter os contratos mais próximos do valor no mercado à vista. Desde o fim do ano passado, os clientes chineses, por exemplo, migraram para o mercado à vista, no lugar da precificação trimestral.
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“Essa tendência no curto prazo não deve mudar”, afirmou o analista do BB Investimentos, Victor Penna. Segundo ele, além das chuvas no Hemisfério Sul, a produção na China é afetada pelo rigoroso inverno no país, mais uma variável que interfere na oferta mundial do produto.
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Preços em alta nesse trimestre não vai significar necessariamente melhora de faturamento para as empresas que vendem o insumo. A contrapartida desse aumento é justamente a redução da produção.
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Procuradas, a Vale e a CSN não se manifestaram.
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Fonte: O Estado de S.Paulo
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