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Aviões da Embraer cruzam os ares de países do Oriente Médio, construtoras brasileiras prospectam negócios de olho na Copa do Mundo do Catar em 2022, mineradoras fecham contratos de exportação, e o agronegócio verde-amarelo amplia suas vendas para os países do mundo árabe de olho em um mercado que importa por ano cerca de US$ 80 bilhões em alimentos.
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Do lado inverso, empresas brasileiras importam petróleo e derivados, fertilizantes e material bruto para construção civil da região, que reúne mais de 300 milhões de habitantes. O dinamismo tem razão: o comércio bilateral entre Brasil e os países árabes nunca esteve tão em alta, e as perspectivas para os próximos anos são bastante promissoras, com a expectativa de crescimento da renda média das nações árabes e alta de 4% do PIB da região nos próximos dez anos.
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Entre janeiro e setembro, as exportações para a região somaram US$ 10,6 bilhões, queda de 3,4% em comparação anual, mas um recuo inferior ao registrado nos embarques totais do país no período, que caíram cerca de 5%. Apenas o resultado das exportações brasileiras dos primeiros nove meses do ano para a região supera em US$ 100 milhões os US$ 10,5 bilhões de intercâmbio comercial (embarques e compras) com a região em todo o ano de 2005, o que mostra como esses países têm ganho espaço na balança comercial brasileira.
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O total de vendas para os 22 países da Liga Árabe respondeu por cerca de 5% das exportações brasileiras nos nove primeiros meses de 2012. Até setembro, os três principais destinos dos embarques foram: Arábia Saudita (US$ 2,1 bilhões), Egito (US$ 1,96 bilhão) e Emirados Árabes Unidos (US$ 1,7 bilhão), sendo que esses três mercados responderam por 55% do total vendido para a região.
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A lista dos produtos exportados é liderada pelo setor de agronegócio, que responde por cerca de 70% dos embarques para a região. Açúcares, com US$ 2,9 bilhões, e carnes, com US$ 2 bilhões até setembro, foram os dois principais produtos exportados pelo Brasil. Em terceiro lugar, aparece o minério de ferro, com vendas de US$ 1,8 bilhão. As duas commodities agrícolas responderam por quase metade dos embarques brasileiros.
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“Há esforços para que as exportações brasileiras aos árabes deixem de serem concentradas nas commodities agrícolas, mas é um processo lento. A morosidade se deve à tradição comercial que o Brasil tem e sua competência no fornecimento desse tipo de produto. Será necessário negociar mais acordos comerciais com os países árabes, buscar a formatação de conselhos empresariais, visitar mais os países em feiras, exposições, missões comerciais”, diz o diretor-executivo da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Michel Alaby.
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Entre janeiro e setembro, as importações dos países árabes cresceram 17% e alcançaram US$ 8,5 bilhões, cerca de 5% das compras externas do país, concentradas principalmente em petróleo e derivados e fertilizantes. O maior fornecedor é a Arábia Saudita, que comercializou US$ 2,658 bilhões nos nove primeiros meses do ano com o Brasil, seguida pela Argélia, que vendeu US$ 2,62 bilhões ao Brasil. Em terceiro lugar, aparece o Marrocos, com importações de US$ 850 milhões. Os três países responderam por cerca de três quartos das compras da região.
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Em 2011, os embarques do Brasil para os países árabes somaram US$ 15,1 bilhões, alta de 20% ante 2010, enquanto as importações chegaram a US$ 10 bilhões, rendendo um intercâmbio comercial de US$ 25 bilhões, 150% de alta em relação ao registrado em 2005. Há potencial para que as relações bilaterais cresçam ainda mais ao longo dos próximos anos.
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“Há espaço para crescimento, ainda mais quando levamos em consideração o total importado pelos países árabes do mundo, que em 2010, segundo os últimos dados disponíveis, chegou a US$ 530 bilhões”, diz Alaby. “Cabe salientar que, quando vislumbramos um crescimento futuro, não devemos nos esquecer dos acordos de livre comércio entre o Mercosul e algumas nações árabes, como Egito, Palestina, Conselho de Cooperação do Golfo”, destaca o empresário.
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Fonte: Valor Econômico
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