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Contabilidade abala posição da Caterpillar na China

23 de janeiro de 2013

rnA Caterpillar Inc. acreditava que comprar a chinesa Zhengzhou Siwei seria uma maneira para a empresa americana melhorar sua fortuna num mercado lucrativo, mas desafiador.O crescimento de lucro e vendas da Siwei estava disparando. E a empresa oferec

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A Caterpillar Inc. acreditava que comprar a chinesa Zhengzhou Siwei seria uma maneira para a empresa americana melhorar sua fortuna num mercado lucrativo, mas desafiador.

O crescimento de lucro e vendas da Siwei estava disparando. E a empresa oferecia acesso à indústria chinesa de mineração, onde companhias locais estavam prosperando.

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A Siwei, que vende equipamento de segurança para mineração, também exibia um pedigree americano. Seus maiores acionistas eram James E. Thompson III, herdeiro de uma das mais bem-sucedidas famílias expatriadas na Ásia, e Emory Williams, ex-presidente da Câmera Americana de Comércio na China. A Caterpillar pagou cerca de US$ 700 milhões em junho pela controladora da Siwei, a ERA Mining Machinery Ltd.

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Mas agora, a compra virou um golpe para o desempenho já pífio da Caterpillar na China.

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A fabricante de máquinas para construção sediada no Estado de Illinois, na região dos Grandes Lagos, anunciou na sexta-feira que iria dar baixa contábil de US$ 580 milhões no valor da ERA, culpando “má conduta contábil deliberada, por vários anos, e coordenada” com o fim de exagerar o lucro divulgado para a unidade antes da aquisição. A surpresa contábil contribuiu para a saída de um alto executivo da Caterpillar, disse uma pessoa a par do assunto.

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O total alcance dos problemas contábeis continua obscuro, exceto pelo comunicado da Caterpillar de que ela descobriu discrepâncias entre os inventários reais e o registros da ERA, o que poderia levar a uma análise mais ampla de suas práticas contábeis. A Caterpillar também afirmou que encontrou práticas impróprias de reconhecimento de vendas que eram “precoces e às vezes sem base”. A companhia afirmou que está “considerando todas as suas opções para recuperar as perdas”.

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Thompson e Williams não responderam a pedidos de comentário. Juntos, eles controlavam pouco menos de metade das ações da ERA quando a Caterpillar a comprou, com Thompson detendo cerca de dois terços do bloco, segundo informes submetidos aos reguladores.

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Ex-empregados da Caterpillar e pessoas do setor disseram que a companhia teve dificuldades para estabelecer seu lugar no mercado chinês, onde uma ênfase em preços baixos e conexões políticas superaram a força da Caterpillar como uma fabricante de equipamentos “premium”.

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A China responde por cerca de metade da demanda mundial por maquinário de construção, e executivos da Caterpillar já disseram que, a menos que a companhia possa “vencer” na China, ela corre o risco de perder sua coroa de maior participante mundial do setor.

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Além do fiasco da ERA, a operação da Caterpillar na China se vê diante de uma queda geral no setor de construção e da ascensão de rivais domésticas que estão ganhando mercado.

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“Se você não fizer algo na China como uma multinacional para conter o crescimento de seus concorrentes chineses, eles vão se tornar ameaças”, diz Stephen Dyer, um sócio da firma de consultoria de gestão A.T. Kearney. As companhias estrangeiras “não têm, necessariamente, produtos baratos e, por assim dizer, bons o bastante para o mercado”.

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A Caterpillar defende seus planos para a China e diz que a companhia ainda vê promessa nos negócios da Siwei. “Nossa estratégia de expandir nossos negócios de mineração de carvão na China continua inalterada e estamos otimistas quanto às oportunidades para equipamento de mineração subterrânea de carvão”, afirma a Caterpillar. Ela também tentou ocupar o nicho de baixo preço em 2008, comprando a Shandong Engineering Machinery Co. por um valor não divulgado.

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A Caterpillar afirma que vai incluir a baixa contábil da ERA no balanço do quarto trimestre e que não espera que o problema afete os resultados da companhia neste ano. A baixa contábil de US$ 580 milhões é pequena se comparada ao valor de mercado da Caterpillar, de US$ 63 bilhões. A empresa anunciou a despesa depois do fechamento das bolsas sexta-feira e suas ações caíram 1,5% no “after-market”. Ontem, as ações fecharam com alta de 0,1%, cotadas a US$ 97,72.

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O problema acontece num momento em que a Caterpillar e outras concorrentes internacionais enfrentam competição cada vez mais forte na China. Fabricantes de máquinas como a Sany Heavy Industry Co. e a Zoomlion Heavy Industry Science & Technology Co. têm crescido rápido e ganharam presença no mercado por meio de uma equipe de vendas incisiva, preços baixos e termos de financiamento agressivos. Críticos dizem que alguns fabricantes chineses de equipamentos se aproveitam de práticas contábeis relaxadas e do forte apoio do governo para operar numa situação que companhias ocidentais considerariam deficitária.

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Fonte: Valor Econômico

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