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Depois da confirmação, no segundo semestre de 2011, de que não está mais na lista de negócios que serão vendidos pelo Anglo American, a Copebrás, braço de fertilizantes do grupo de origem sul-africana, tenta tirar da gaveta seus antigos projetos de expansão no mercado brasileiro.
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Sem dar detalhes sobre investimentos, a empresa, a única do conglomerado que atua no segmento de adubos, informou que pretende retomar os planos para dobrar sua capacidade de produção, hoje em 1,3 milhão de toneladas de concentrado de fosfato por ano. Nesse sentido, a ideia de montar uma outra unidade de beneficiamento nas cercanias da fábrica que já mantém em Catalão, Goiás, ganhou fôlego.
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Esta ampliação de capacidade, que havia sido anunciada em 2008 com aportes previstos em US$ 1 bilhão, não saiu do papel porque em 2009 o Anglo American colocou a Copebrás à venda, em uma estratégia que visava vender ativos que não eram considerados parte de seu “core business”, focado em produtos como cobre, platina, níquel, minério de ferro e nióbio, além de diamante.
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Na época, fontes do segmento estimaram que uma eventual venda da Copebrás sairia por entre US$ 1,2 bilhão e US$ 1,5 bilhão. Mas depois que a Vale, apontada como favorita no negócio, adquiriu o controle da Fosfertil das multinacionais Bunge, Mosaic e Yara, as especulações foram diminuindo até a confirmação da mudança de postura do Anglo American em relação a sua controlada. A Fosfertil é a maior produtora de matérias-primas para adubos do país.
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Segundo Marcos Stelzer, diretor comercial e de estratégia da Copebrás, o grupo colocou o negócio à venda antes de ver “o real tamanho da empresa no Brasil, e na hora em que entendeu o negócio – os fundamentos da agricultura – não vendeu pelos motivos certos”. A forte demanda global por alimentos, impulsionada pelo aumento da renda em muitos países emergentes, é um dos fatores que justificam a aposta nesse mercado. Em geral, as vendas de fertilizantes registram no Brasil taxas de crescimento superiores à média global.
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Ainda que não tenham sido aprovados pela matriz até o momento, os planos de ampliação da Copebrás têm o seu apoio, segundo Mauro Meinberg, CEO interino da divisão que inclui a Copebrás. São duas linhas principais de ação. A primeira, que está em fase de detalhamento e não deverá ser aprovada antes do início de 2013, prevê um incremento entre 20% e 30% da capacidade total de produção de adubos.
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A segunda, que levaria à efetiva duplicação da capacidade e ainda está em sua etapa inicial, envolve a ampliação da produção de rocha fosfática em si, o que exige investimentos bilionários. Segundo os executivos da empresa, o aval para isso poderá sair ainda no primeiro semestre de 2013. Para a construção da eventual nova unidade de beneficiamento e um novo complexo mineroquímico, são necessários cerca de dois anos.
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Nas últimas semanas, a revisão estratégica da Copebrás para os próximos cinco anos foi apresentada em Londres, onde hoje está localizado o escritório central da multinacional. O foco está em melhorias operacionais, redução de custos e projetos ligados à sustentabilidade ambiental. Stelzer, que está no grupo Anglo American há 21 anos, diz que nunca viu um “pipeline de projetos tão grande”.
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Segunda maior produtora de fertilizantes fosfatados no país, depois da Vale, a Copebrás controla uma mina e uma unidade de beneficiamento em Ouvidor, Goiás, além de duas unidades de processamento – uma em Catalão e outra em Cubatão, em São Paulo, onde também são produzidos bicálcicos para alimentação animal.
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Desde o início de 2011, quando comprou uma participação de 28% que ainda pertencia à família fundadora da empresa, o Anglo American é o único controlador da Copebrás. Mesmo com o “pé no freio”, no ano passado a empresa registrou lucro operacional de US$ 136 milhões, 67,9% superior ao de 2010 e equivalente a cerca de 1% do lucro consolidado da múlti. A receita totalizou US$ 571 milhões em 2011, alta de 23,8% sobre 2010.
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Fonte: Valor Econômico
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