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Cresce a pressão por uma política de baixo carbono

11 de setembro de 2015

A indústria de mineração e pelotização representa 0,4% das emissões totais de gases de efeito estufa no Brasil e 9,2% das emissões da indústria nacional. Embora o setor não esteja entre o

A indústria de mineração e pelotização representa 0,4% das emissões totais de gases de efeito estufa no Brasil e 9,2% das emissões da indústria nacional. Embora o setor não esteja entre os mais intensivos em carbono, a perspectiva para os próximos quinze anos é que essas emissões dobrem, saindo de 10 milhões de toneladas de CO² equivalente em 2008 para 26,4 milhões de toneladas em 2030. 

O motivo do aumento é o uso de combustíveis fósseis nas etapas industriais e de transporte dos produtos da mineração. Enquanto as grandes mineradoras têm políticas voltadas ao diagnóstico, gestão e mitigação de suas emissões e utilizam tecnologias de produção mais eficientes, há poucas informações sobre como o grande universo de pequenas e médias mineradoras gerencia suas emissões, já que 96,9% do setor no país é formado por PMEs. Para orientar as empresas, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) lançou em agosto o estudo “Estratégias Corporativas de Baixo Carbono ¬ Setor Mineração”, fruto de uma colaboração com a Embaixada Britânica e a consultoria ICF International. O levantamento faz parte de uma série de guias voltados a diferentes segmentos da indústria com o objetivo de orientar as empresas a reduzir suas emissões de carbono.

A pressão para que o setor adote estratégias para reduzir a pegada de carbono está aumentando. Mineradoras de pequeno e médio porte já enfrentam problemas de acesso a linhas de crédito para a abertura de minas ou expansão de suas operações, pois trata¬se de um setor considerado de alto risco e impacto ambiental. Além disso, a indústria de mineração é um dos quatro primeiros setores contemplados pela Política Nacional de Mudança do Clima (Lei 12,187/2009) e deve ter suas emissões reguladas no Brasil no longo prazo.

 Além da lei federal, Estados como São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina já trazem leis sobre o tema, embora sem metas de redução específicas para o setor de mineração. A preocupação com a perda de competitividade do setor justifica o interesse da CNI em fomentar a gestão de gases de efeito estufa junto a essa indústria nos próximos anos, explica Mônica Messenberg, diretora de relações institucionais da CNI. “O guia reúne vários passos para ajudar o setor a se engajar em uma política de baixo carbono, e o primeiro deles é o diagnóstico, ou seja, verificar onde as emissões de CO² estão concentradas, se é na etapa industrial ou no transporte, por exemplo”, afirma Mônica. 

Os passos seguintes, segundo o estudo, consistem na adoção de uma política de gestão das emissões e de divulgação e engajamento para o tema, que inclui a realização e publicação de inventários de carbono, prática que vem sendo adotadas por grandes empresas do setor, como Alcoa, Vale, Anglo American e Samarco Mineração. Em 2008, apenas uma empresa do setor de mineração no Brasil realizava inventário de suas emissões utilizando a ferramenta GHG Protocol (referência internacional e aplicada no Brasil pela Fundação Getulio Vargas); hoje são cinco. Segundo Mônica, a abordagem das grandes companhias na gestão de suas emissões pode servir como inspiração para as empresas de menor porte. 

Com a aproximação da COP¬21, a 21ª Conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, em dezembro, em Paris, as adoção de estratégias de baixo carbono por parte das companhias deve ganhar destaque. Alguns posicionamentos já estão sendo assumidos por empresas brasileiras, como a Carta Aberta sobre Mudança do Clima, assinada por um grupo de 40 empresas de grande porte e o Instituto Ethos em agosto. Signatária do documento, a Samarco assumiu em 2009 a meta de reduzir 15% das emissões de carbono de suas operações até 2022, e reforçou o compromisso este ano. Mudanças na matriz energética da produção de pelotas de minério de ferro já tornaram possível atingir 10% de redução das emissões neste ano, de acordo com Ricardo Vescovi, presidente da Samarco.

A estratégia adotada foi a substituição de parte da matriz energética de óleo combustível por gás natural, que ainda é de origem fóssil, mas menos poluente. “Estamos dando os primeiros passos na direção do uso de biomassa e percebemos que a gestão do carbono é mais eficiente e gera custos menores no médio prazo.” A empresa está desenvolvendo uma tecnologia de aproveitamento de casca de coco como combustível na produção.

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Fonte: Valor Econômico

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