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Crise na indústria do alumínio é pauta do 2º Workshop de Bauxita & Alumina

19 de novembro de 2014

Evento integra a programação da Exposibram Amazônia 2014, em Belém.  A crise na indústria do alumínio e as medidas para recuperação da competividade do setor foram as principais pautas

Evento integra a programação da Exposibram Amazônia 2014, em Belém. 
 
A crise na indústria do alumínio e as medidas para recuperação da competividade do setor foram as principais pautas do 2º Workshop de Bauxita & Alumina da Amazônia, promovido na última terça-feira (18) pela ABAL (Associação Brasileira do Alumínio) e pelas empresas Alcoa, Hydro e Votorantim Metais, durante a quarta edição da EXPOSIBRAM Amazônia 2014. A exposição segue até quinta-feira, no Hangar.  Nos últimos anos, o consumo de alumínio vem crescendo e a produção de alumínio primário caindo. Em 2014, pela primeira vez na história da indústria do alumínio, o Brasil importou mais que exportou. O aumento da entrada de produtos de alumínio foi de 41,6%, principalmente oriundos da China, responsável pela metade da produção mundial do metal.
 
Esse panorama mundial da indústria do alumínio foi apresentado pelo presidente executivo da ABAL, Milton Rego. “Para se ter uma ideia dos prejuízos, cada R$ 1 milhão gasto na importação de produtos de alumínio pode levar à redução de 7,6 postos de trabalho no Brasil e perda de R$ 724 mil de receita. Em 2013, isso significou 5.500 empregos, com perda de R$ 663 milhões de receita”,  revelou o executivo. No Workshop, a Associação também lançou, oficialmente, uma proposta de política industrial para o setor de alumínio.
    
O documento detalha o atual cenário da indústria do alumínio e sugere medidas para reverter o quadro de perda de competitividade e desindustrialização do setor. Entre as soluções apontadas, estão a implementação de  política comercial mais agressiva; de política energética voltada ao desenvolvimento industrial; de política de apoio à reciclagem; de me­didas para redução dos custos de futuros investimentos; incentivo ao desenvolvimento tecnológico; formação de capital humano e redução de custos trabalhistas; política mineral; polí­tica de compras do Estado; além de questões estruturais e regulatórias que afetam toda a indústria.
 
Milton Rego ressaltou que é importante que o Pará tome a frente da discussão sobre essa política, pois é um dos estados mais importantes para a indústria do alumínio, respondendo por 87% da extração nacional de bauxita, 54% da produção de alumina e 35% do alumínio, além de possuir reservas de bauxitas superiores as da China. “Por isso é fundamental o engajamento do Estado na recuperação dessa competitividade para que veja o alumínio como fator essencial de desenvolvimento, em especial na geração de empregos. Isso será importante para tornar a cadeia do alumínio mais forte, incorporando inclusive a transformação do metal e assim estimular o desenvolvimento do Estado”, pontuou.
 
Do debate sobre a política proposta pela ABAL, também participaram o presidente executivo da Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres (Abrace), Paulo Pedrosa; o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), José Maria Mendonça; e o diretor de Assuntos Ambientais do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Rinaldo Mancin. Se todas as medidas forem implementadas, a cadeira produtiva do alumínio poderá receber investimentos adicionais de R$ 21 bilhões até 2025, com arrecadação de R$ 830 milhões por ano e consequente criação de 90 mil novos postos de trabalho.
 
Paulo Pedrosa, presidente executivo da Abrace, considerou de extrema relevância a discussão da política industrial e ressaltou que isso deve ser pauta do setor junto ao governo federal, em especial o que compete à questão de incentivo energético. “Sabemos que dos encargos que incidem hoje sobre o setor e o nosso grande desafio é fazer com que se entenda que baratear a energia para a produção traz melhorias para a sociedade como um todo. A energia barata traz 16 vezes maior impacto sobre o PIB. Cada real a menos, significa R$ 8,50 a mais no PIB”, afirmou.
 
Palestras – “Alumina Rondon: valor que vem do nosso lugar” foi outro tema da programação do Workshop, apresentado pelo gerente-geral de Projetos da Votorantim Metais, Amaury Leone Negrão, e pelo coordenador de Sustentabilidade do projeto Alumina Rondon, Sérgio Oliveira. Eles destacaram o maior investimento da empresa no Brasil, que será implantado no Pará, no município de Rondon do Pará. Será um projeto que integrará mina de bauxita e refinaria de alumina. Com o início de operação previsto para 2019, o Alumina Rondon terá capacidade de produzir 8 milhões de toneladas/ano de bauxita lavada e 3 milhões de toneladas/ano de alumina. O empreendimento prevê a geração de 10 mil empregos diretos e indiretos na fase da obra e 1.800 postos de trabalho na operação.   
 
José Haroldo Chaves, gerente geral de Comunicação e Responsabilidade Social da Hydro, abordou o tema “Para Sempre”, quando enfatizou que a empresa representa a cadeia produtiva do alumínio completa no Pará, com operações de extração de bauxita, em Paragominas, e produção da alumina e alumínio, em Barcarena. Segundo ele, o Pará é o melhor lugar do mundo para se produzir o alumínio devido às condições climáticas e potencial minerário. “Acreditamos no futuro. O preço do alumínio está dando sinais de melhorias e o produto é cada vez mais indispensável no cotidiano. Acreditamos que todos os fatores integrados, com o valor dos insumos ajustados e modalidades favoráveis, vão transformar o Pará no maior produtor do mundo”, disse. 
 
No encerramento do Workshop, o diretor de Energia e Relações Governamentais da Alcoa, Dario Albagli, falou sobre as operações da Companhia no Pará com o tema “Alcoa cinco anos em Juruti: um novo jeito de operar na Amazônia”. A unidade da Alcoa em Juruti, localizada no oeste do Estado, foi implantada com base em uma proposta de desenvolvimento local, conhecida como Modelo Juruti Sustentável. São produzidos anualmente 4,4 milhões de toneladas de bauxita – a previsão inicial era de 2,6 milhões. A mão de obra paraense ocupa 82% dos 1.561 empregos diretos e indiretos gerados pelo projeto. As mulheres são responsáveis pelo preenchimento de 16% dos postos de trabalho. 
 
EXPOSIBRAM Amazônia 2014 tem com o patrocínio da Vale, AngloAmerican, Hydro, Sinferbase, Mineração Rio do Norte, John Deere, Imerys e Votorantim Metais. O evento conta também com os seguintes apoios institucionais: Governo do Pará, Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), Sindicato das Indústrias Minerais do Estado do Pará (Simineral), Associação Nacional das Entidades de Produtores de Agregados para Construção Civil (Anepac), Associação Brasileira do Alumínio (Abal) e Instituto Aço Brasil. Apoiam editorialmente as revistas Brasil Mineral, Minérios & Minerales, Mineração & Sustentabilidade, Eae Máquinas, In The Mine, M&T, Tracbel, Amazônia e Areia & Brita e os portais Notícias de Mineração Brasil e InfoMine.

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2º Workshop Bauxita & Alumina – Crédito: Led Produções

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2º Workshop Bauxita & Alumina – Crédito: Led Produções

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2º Workshop Bauxita & Alumina – Crédito: Led Produções

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Fonte: Temple

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