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O preço do minério de ferro caiu abaixo dos US$ 100 a tonelada, o valor mais baixo em anos
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Mesmo com o potencial da demanda interna por minério de ferro para os próximos anos, os resultados das mineradoras podem ser ameaçados caso o cenário internacional e a queda dos preços da matéria-prima não se recuperem.
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José Fernando Coura, presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), explica que, até agora, nenhuma das empresas alterou seus planos de atuação ou investimentos. “Faremos uma revisão dos dados e nova avaliação do mercado em setembro, a partir disso serão definidas mudanças, caso sejam necessárias”, diz. Outro fator de pressão sobre as mineradoras brasileiras é a concorrência com a Austrália (ver página ao lado).
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Com as obras de infraestrutura anunciadas pelo governo federal, especialmente no setor de transporte, deverá haver um aumento na demanda de minério de ferro em pó nos próximos anos. “Por isso o programa de investimentos do governo chega em boa hora para o setor”, diz Stephen Collins, analista da Ernst & Young Terco.
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Por enquanto, as empresas de mineração enxergam uma luz no fim do túnel. A Vale registrou aumento de 15,1% na produção de minério de ferro no segundo trimestre e sua receita, que fechou em US$ 12,2 bilhões, foi 7,2% superior ao trimestre passado.
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Assim, deverão haver novos investimentos no setor mineral da ordem de US$ 75 bilhões entre este ano e 2016, exatamente o ano em que serão realizados os jogos Olímpicos. Minas Gerais, Bahia e Pará, segundo dados da entidade, receberão cerca de 73% do total que será investido, segundo dados do Ibram.
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Em outro ponto da cadeia, porém, o trabalho da indústria de siderurgia segue comprometido pelo cenário internacional. No segundo trimestre, a receita da CSN com as operações de exploração de minério vem registrando queda. No primeiro trimestre do ano, as operações geraram R$ 1,2 bilhão de receita, valor que caiu para R$ 1,1 bilhão no segundo trimestre. Para se ter uma ideia, no mesmo per íodo de 2011, o valor registrado foi de R$ 1,5 bilhão.
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Com a equação equilibrada entre investimentos e quem sabe a recuperação do cenário internacional, pode haver melhora nos preços do minério de ferro, que na semana passada chegaram próximos dos US$ 100 a tonelada, o patamar mais baixo dos últimos anos. “A expectativa é de que eles voltem a subir’ nos próximos três anos e fiquem entreUS$ 120 e US$ 140”, explica Collins, da Ernst & Young Terco.
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“Nos últimos meses, os altos preços dos imóveis chineses contribuíram para a queda na venda e consequentemente na redução da demanda de minério de ferro e baixa dos preços”, explica Collins.
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Alumínio
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Compartilhando do momento de incertezas pelo qual passa o setor de minério de ferro, a indústria do alumínio também vive um período instável. “Fechamos o semestre com queda de 1,6 na demanda por produtos semimanufaturados”, explica Otávio Carvalheira, coordenador do Grupo de Trabalho deMineração da Associação Brasileira do Alumínio (Abal). Com isso, foram comercializados 704,9 mil toneladas do produto.
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Ele explica que a previsão é de que hava uma recuperação desse prejuízo no terceiro trimestre, mas ainda sim o resultado deverá permanecer negativo, em 0,7%. “A previsão é de que mais uma vez, o setor feche o ano no zero”, diz.
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Além da demanda menor, os preços em queda também surtiram efeito sobre a indústria. Segundo Collins, da Ernst & Young, o preço do produto vem caindo desde abril, quando era cotado em média a US$ 2 mil a tonelada.
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“Agora esse valor já está no patamar de US$ 1800”, afirma. No caso do alumínio primário, a expectativa da Abal é de que haja um crescimento de 1,3% na produção, o que deve fechar o ano em 1,4 milhão de toneladas do produto. Segundo Luiz Carlos Loureiro, coordenador da Comissão de Economia e Estatística — da entidade, esse incremento não significa crescimento da produção, mas sim uma adequação da capacidade produtiva, prejudica pelos ajustes operacionais em plantas industriais.
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Segundo o executivo, outro ponto que vem comprometendo o desempenho do setor está no custo de produção. “O valor da energia e a carga tributária ainda pesam muito sobre a indústria.”
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Fonte: Brasil Econômico
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