Demanda por terras raras deve crescer
15 de outubro de 2012
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Reservas do país despertam interesse e Minas deve ser um dos principais destinos dos investimentos.
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A formação de consórcios entre mineradoras e consumidores é uma alternativa para o desenvolvimento da exploração de terras raras no Brasil. Atualmente, a demanda no país, cerca de 1 mil toneladas/ano, é considerada baixa para viabilizar a produção em larga escala desses minerais utilizados na produção de alto valor agregado. Porém, com a redução da oferta chinesa e as perspectivas de aumento no consumo interno, as reservas brasileiras estão atraindo a atenção de investidores e Minas Gerais deverá ser um dos principais destinos dos aportes do setor.
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As terras raras compreendem um grupo de 17 elementos químicos metálicos. Entre as aplicações desses minerais está a produção de vidros e lentes especiais, catalizadores de automóveis, equipamentos eletrônicos, refino de combustíveis e a fabricação de motores.
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De acordo com o relatório “Terras raras: situação atual e perspectivas” publicado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), além de impulsionar a exploração das reservas brasileiras, os consórcios podem também estimular a manufatura de produtos com base nesses insumos. Essas parcerias seriam feitas visando diminuir o risco de desabastecimento e a volatilidade, permitindo uma margem adequada para as mineradoras e viabilizando os investimentos.
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Apesar de o consumo no país ainda ser considerado incipiente, as perspectivas são de um incremento significativo na demanda. “ provável que, nos próximos dez anos, haja um aumento substancial no consumo de terras no Brasil, em virtude do aumento da capacidade de refino de hidrocarbonetos, da produção automotiva, de motores e turbinas que requeiram o uso de ímãs permanentes e da possível produção de telas de alta definição de aparelhos eletrônicos”, informa o documento.
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Produção – Caso seja registrado aumento na demanda, a produção nacional não irá ser suficiente para abastecer o mercado. No Brasil são produzidas cerca de 550 toneladas/ano de terras raras, isso significa que atualmente o país depende de exportar quase a metade do que consome.
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De acordo com dados do relatório, o país, que já foi o maior exportador de monazita (um dos minerais portadores de terras-raras) do planeta entre o final do século 19 e início do século 20, importou US$ 14,1 milhões em terras raras em 2010. Já as exportações no mesmo período movimentaram US$ 1,4 milhão.
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A elevada dependência do mercado mundial se dá em meio às restrições ao comércio dos minerais impostas pela China, que detém 97% da produção no planeta. O governo chinês vem estipulando quotas para as exportações visando garantir o abastecimento interno e diminuir os impactos ambientais provocado pela extração. Conforme o documento do BNDES, em 2011 foi anunciado que a primeira rodada de quotas de exportação seria em torno de 14,5 mil toneladas, volume 35% inferior ao verificado em 2010.
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Em função da restrição chinesa, estima-se que haverá déficit na oferta de terras-raras no planeta até 2014. Porém, projetos em andamento, principalmente nos Estados Unidos e Austrália, poderão garantir o abastecimento desses minerais nos próximos anos.
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O receio com a falta de terras raras no mercado mundial vem levando empresas a prospectar reservas no Brasil. Entre as empresas que estão desenvolvendo projetos para explorar estes minerais está a Vale S/A e a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), instalada em Araxá, no Alto Paranaíba.
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Também em Araxá, a canadense Mbac Fertilizer está desenvolvendo um projeto para explora terras raras. A companhia estima investimentos de aproximadamente US$ 620 milhões nos próximos anos.
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Fonte: Diário do Comércio