Mineração na Amazônia, garimpo ilegal, legislação equivocadamente favorável à ilegalidade, dificuldades de controle de compra e venda de ouro na região e o impacto negativo na imagem do setor mineral como um todo. Esses foram alguns dos temas debatidos na reunião virtual dos associados do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), realizada nesta quinta-feira, 06 de outubro.
O diretor executivo do Instituto Escolhas, Sérgio Leitão, fez um panorama do impacto do garimpo ilegal na mineração sustentável, na economia do país e no meio ambiente: “se a metade da produção brasileira de ouro está com problemas graves de ilegalidade, e como não temos mecanismos para dissociar a produção legal da produção ilegal, quem pratica a atividade de forma legalizada vai acabar pagando a conta de quem faz errado. Isso traz um grande problema para a atividade mineral sustentável”.
Ao apresentar os dados de cobertura e uso da terra dos biomas brasileiros, o coordenador geral do MapBiomas, Tasso Azevedo, ressaltou o aumento da área ocupada pelo garimpo ilegal no país e seu impacto na natureza. “A área total ocupada pela mineração no Brasil, em 2021, é de 366 mil hectares, crescendo seis vezes desde 1985. A área de garimpo, a partir de 2019, suplantou a ocupada pela mineração industrial. O salto principal que acontece aqui é muito forte na questão do garimpo. A área garimpada cresceu 10 vezes em relação à área original e a mineração legalizada cresceu cinco vezes”, afirma.
Na análise de Sérgio Leitão, “se tivermos, como estamos tendo agora, esse contínuo aumento do garimpo no Brasil, qual é o futuro de toda essa atividade de mineração organizada sofrendo uma concorrência desleal? A mineração organizada tem regras de recuperação ambiental. Se alguém conhecer algum garimpo que tenha feito a recuperação dos seus rejeitos, por favor, aponte”.
O diretor-presidente do IBRAM, Raul Jungmann, que atualmente está em Genebra, na Suíça,para participar do seminário “Nature Finance – The Next Wave”, participou online e ressaltou o trabalho que o Instituto desenvolve na busca pelo combate à ilegalidade, dentre elas, a sua participação naquele evento internacional. “Estamos aqui reunidos para discutirmos como financiar e alinhar os projetos de capitais às propostas de desenvolvimento sustentável”, afirmou.
Jungmann também avaliou a relação de comercialização de ouro entre os dois pasíses. “O Brasil é um grande exportador de ouro para a Suíça e, infelizmente, grande parte é produzida pelo garimpo ilegal. Estamos procurando encontrar caminhos que visem uma articulação entre autoridades, setor privado e ONG’s dos dois países em busca de reduzir ou, se possível, eliminar a comercialização de ouro ilegal. Sabemos que a atividade de garimpo ilegal leva à destruição da natureza e, em muitos casos, obviamente associa-se ao crime organizado, criando seríssimos problemas de segurança e de sobrevivência para as populações e comunidades da Amazônia”.
Pelo IBRAM também participaram da reunião virtual os demais componentes da Diretoria e da área técnica.
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