NOTÍCIAS

Dilma quer segurar a economia

17 de janeiro de 2013

rnPresidente toma as rédeas da política econômica com o objetivo de estimular investimentos no país. Ela pretende neutralizar a onda de pessimismo e alavancar os índices de crescimentornBrasília – A pres

rn

Presidente toma as rédeas da política econômica com o objetivo de estimular investimentos no país. Ela pretende neutralizar a onda de pessimismo e alavancar os índices de crescimento

rn

Brasília – A presidente Dilma Rousseff assumiu, definitivamente, o bastão de ministra da Economia. Desde o início do ano, tomou para si a missão de convencer, pessoalmente, alguns dos empresários mais importantes do país a retomarem os investimentos produtivos, e com isso ajudarem na retomada do crescimento do país. Ela está convencida de que ninguém hoje da sua equipe econômica será capaz de reverter o pessimismo e a onda de desconfiança que se abateu sobre o capital. Sem o otimismo de volta, está condenada a ver os dois últimos anos de seu governo repetindo os baixos índices de crescimento de 2011 e 2012, complicando seus planos de reeleição.

rn

Dilma foi convencida por seu mentor, o ex-presidente Lula, de que o melhor caminho para despertar o espírito animal dos empresários seria recebê-los individualmente, ouvindo as queixas e sugestões e dizendo o que o governo está fazendo e o que pode fazer para sustentar o avanço do Produto Interno Bruto (PIB). O Palácio do Planalto acredita que a estratégia dará certo e funcionará como um contraponto à campanha contra o ministro Mantega “encabeçada pelos que estão perdendo dinheiro com as mudanças impostas na economia pelo governo em favor da maioria da população”.

rn

Dilma reconhece que houve falhas importantes na comunicação do governo com os agentes econômicos. Mas, para ela, é inaceitável campanhas feitas, sobretudo, no exterior. Primeiro, foi a revista inglesa The Economist que pediu a demissão de Mantega. Ontem, foi a vez do jornal Financial Times, referência no mundo das finanças, ironizar “o jeitinho brasileiro” na administração das contas públicas, sempre buscando artifícios para cumprir a meta de superávit primário de 3,1% do PIB. Nas palavras da publicação, o termo “jeitinho” se refere ao hábito nacional de se desviar das regras ou convenções por meios de táticas “altamente criativas”, beirando a ilegalidade. “Você não tem ingressos para um show ou não passou em sua prova de habilitação para dirigir? Não se preocupe: basta encontrar um jeitinho. Parece que isso também funciona para administrar a economia brasileira”, destacou o texto de um dos blogs mais acessados do jornal.

rn

Na cabeça de Dilma, pelo menos neste momento, não há a menor possibilidade de mudanças na equipe econômica, ainda que não faltem candidatos para o comando da Fazenda, com o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho. “Dilma está satisfeita com Mantega e vai mantê-lo firme a seu lado. Ele faz o que o governo acredita que deve ser feito. Agora, se está contrariando interesses arraigados no país, não podemos fazer nada. O que importa, na visão da presidente, é o melhor para o país. E Mantega está empenhado em fazer o melhor”, disse um dos assessores mais próximos da presidente.

rn

Isso não quer dizer, porém, que a presidente esteja satisfeita com o imenso desgaste enfrentado pelo governo por causa das manobras fiscais anunciadas pela Fazenda, com o intuito de engordar o caixa do Tesouro Nacional em quase R$ 20 bilhões. “Foi uma derrapada que poderia ter sido evitada, se mais bem avaliada”, disse um ministro do grupo com maior trânsito no Planalto.

rn

Desde a semana passada, Dilma vem recebendo vários empresários com o intuito de despertar o espírito animal do investidor brasileiro. Ontem pela manhã, foi a vez do presidente do Conselho de Administração do Grupo Gerdau, Jorge Gerdau, um dos seus principais conselheiros. No início da tarde, foi a vez de Eike Batista, presidente do Grupo EBX, e seu pai, Eliezer Batista. O empresário mineiro já demonstrou interesse em investir em vários projetos de concessão na área de infraestrutura. Depois, Dilma recebeu o professor e fundador da Kahan Academy, Salman Khan, em companhia do multibilionário brasileiro radicado na suíça Jorge Paulo Lemann, acionista controlador da Ambev, e dono de empresas como Burger King, Submarino e Americanas.com. Questionado sobre o que ele conversou com a presidente e o como ele vê a economia brasileira, Lemann foi sucinto: “Estamos fazendo o que sempre fizemos. Estamos investindo como sempre. Temos projetos em todas as nossas empresas e nunca demos muita atenção se a economia está muito aquecida ou não esta aquecida.”, afirmou.

rn

Já passaram pelo terceiro andar do Palácio do Planalto os presidentes da Vale, Murilo Ferreira; do Conselho de Administração da Cosan, Rubens Ometto; da Odebrecht, Marcelo Odebrecht; do Bradesco, Luiz Trabuco; do Grupo Lafarge, Bruno Lafon. A presidente continuará nessa toada de reuniões individuais com empresários. Um deles será Antonio Portela Alvarez, presidente mundial do grupo espanhol Isolux Corsán, que pode anunciar investimentos no país.

rn

Juros ficam estacionados

rn

Não podia ser diferente. Mesmo com a ameaça da inflação em alta, o Banco Central decidiu manter a taxa Selic em 7,25% ao ano para não atrapalhar o crescimento. Na primeira reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom) a manutenção da taxa básica de juros foi unânime. Na nota divulgada para informar o mercado o BC justificou a medida admitindo, explicitamente, a piora da inflação. “Considerando o balanço de riscos para a inflação, que apresentou piora no curto prazo, a recuperação da atividade doméstica menos intensa do que o esperado e a complexidade que ainda envolve o ambiente internacional, o comitê entende que a estabilidade das condições monetárias por um período de tempo suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta”, diz a nota.

rn

Apesar de a trajetória de cortes que teve início em agosto do ano passado (quando os juros estavam em 12%) não ter sido mantida, ainda está no patamar mais baixo da história. Por isso, a economia real não chia, frente à manutenção. Para comerciantes e industriais, se a Selic não subir e se outros indicadores melhorarem, já estará de bom tamanho. O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), Bruno Falci, lembra que os cortes realizados no ano passado surtem efeitos positivos sobre o comércio varejista, pois com o menor custo dos financiamentos o acesso ao crédito é facilitado. Mas ele acredita que pressões na inflação devem ser evitadas. Para este ano, a meta do governo é de 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. O presidente do Sistema Fecomércio MG, Lázaro Luiz Gonzaga, pondera que a manutenção da taxa Selic mostra que o Banco Central está preocupado com a retomada da atividade econômica e as pressões inflacionárias. Mas, para ele, o ideal seria a continuidade das reduções, pois a queda dos juros às pessoas física e jurídica facilita o consumo e o investimento.

rn

Segundo Michel Aburachid, presidente da Marcell Philippe, com a Selic a 7,25% e a inflação rondando a casa dos 6%, os juros reais no Brasil não passam de 1,5%. “É de Primeiro Mundo”, observa. Mas não estão sendo capazes de estimular os investimentos. Para ele, que também é presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário no Estado de Minas Gerais (Sindvest), no mercado interno os problemas estão no câmbio e nos altos impostos. De acordo com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), a manutenção da Selic era esperada, uma vez que a taxa de juros real no Brasil alcançou um patamar próximo dos níveis internacionais e a política monetária continua sendo a principal variável econômica para o governo conter as pressões inflacionárias. “Acreditamos, entretanto, que ainda há espaço para alguma redução.” Apesar desse pensamento, na opinião do economista e professor do MBA Gestão de Risco da Trevisan Escola de Negócios Cláudio Gonçalves, a Selic deve ser mantida em 7,25% até o fim do semestre. 

rn

 

rn

 

rn

 

Fonte: Estados de Minas

Compartilhe:

LEIA TAMBÉM



IBRAM participa do XXIX Encontro Nacional de Minérios e Metalurgia Extrativa

10 de outubro de 2022

O Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), representado pela coordenadora de Assuntos Minerários, Aline Nunes, esteve presente ao XXIX Encontro Nacional de…

LEIA MAIS

Participe da consulta pública para 8 protocolos do TSM

17 de outubro de 2022

Está aberta a consulta pública, lançada pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), para receber contribuições ao processo de adaptação e tradução…

LEIA MAIS

Conheça os destaques da EXPOSIBRAM 2021

18 de outubro de 2021

A Expo & Congresso Brasileiro de Mineração – EXPOSIBRAM 2021 foi encerrada em 7 de outubro e teve uma programação…

LEIA MAIS