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A indústria brasileira de alumínio tem recebido destaque especial no quesito redução de emissões de gases de efeito estufa. Além de se beneficiar da matriz energética brasileira considerada limpa e renovável, o setor tem demonstrado, nos últimos dez anos, maior eficiência no uso da eletricidade no processo produtivo de alumínio primário do que os demais países. No período, a média brasileira foi de 15,1 MWh/tonelada do metal, enquanto a média internacional foi de 15,3 MWh/tonelada.
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Outro dado importante é a média de emissões no processo de produção do alumínio primário: 2,7 toneladas de CO2eq/ton de alumínio, enquanto a média mundial é de 7,1 toneladas. Também é expressiva a diferença observada na emissão na cadeia de valor do alumínio (mineração até a reciclagem). Nesse caso, o Brasil registra cerca de quatro toneladas de CO2eq por tonelada de alumínio, enquanto a média mundial é de 9,7 toneladas de CO2eq. Mas não é só: apesar de a produção de alumínio ter aumentado mais de 70% desde 1990, as emissões dos PFCs tiveram uma redução de mais de 70% no mesmo período, conforme Relatório de Referência Emissões de Gases de Efeito Estufa na Produção de Alumínio, do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).
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Essa lista de conquistas coloca a indústria de alumínio em uma situação confortável, mas ainda há muito por fazer. Segundo Maurício Born, consultor e coordenador do grupo técnico Mudanças Climáticas da Associação Brasileira de Alimentos (Abal), embora a tecnologia utilizada pelo setor seja avançada, os processos sejam modernos, e as taxas brasileiras, menores do que as da média internacional, a indústria tem grandes desafios a superar, notadamente nas fases de produção de óxido de alumínio (alumina) e da obtenção do metal primário em lingotes ou líquido (alumínio), nas quais o consumo de energia é alto e o total de emissões, maior.
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Para o consultor Bruno Spagnuolo Burghetti, da MDJ Consultoria, as ações para diminuir o consumo energético e as emissões são fundamentais, porque a tendência de crescimento da produção de alumínio se mantém, mesmo depois de ter aumentado mais de cinco vezes nos últimos 40 anos, elevando o consumo de 1 kg/habitante/ano para 5,3 kg hab/ano. “Com essa perspectiva, aumentarão as emissões dos gases produzidos pela indústria do alumínio (tetrafluorometano – HCF4 e hexafluoroetano – C2 F6), que são de 6500 a 9000 vezes piores que o CO2”, diz.
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Segundo Burghetti, são várias as oportunidades que a indústria pode explorar para aumentar sua eficiência, reduzir emissões e assim ampliar seus ganhos, via redução de custos decorrentes da diminuição no uso da eletricidade, desenvolvimento de novos mercados (clientes exigentes e preocupados com o planeta), reconhecimento da marca agregada à preocupação ambiental, acesso a subsídios governamentais; inovação tecnológica e até mesmo da possibilidade de vender créditos de carbono. Na cadeia do alumínio, como nos demais setores, os créditos de carbono são vitais para empresas do mundo inteiro que aderiram ao protocolo de Quioto e que são obrigadas a comprarem crédito caso suas ações de diminuição de emissões não sejam atingidas. Seus principais fornecedores são países em desenvolvimento, como o Brasil, China, Índia.
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De acordo com estudo conduzido por Burghetti, as maiores oportunidades para o desenvolvimento de ações de eficiência energética e mitigação das emissões se referem à recuperação de calor em fornos e à implementação de novos processos.
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Fonte: Valor Online
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