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Empenho total na pesquisa de novos depósitos de potássio

17 de abril de 2012

 rnProjeto Carnalita terá o dobro da produção de Taquari Vassouras e 30 anos de vida útil, mas só começa em 2016rn rnLocalizada em Rosário do Catete (SE), a mina subterrânea de pot&aacu

 

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Projeto Carnalita terá o dobro da produção de Taquari Vassouras e 30 anos de vida útil, mas só começa em 2016

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Localizada em Rosário do Catete (SE), a mina subterrânea de potássio Taquari Vassouras, da Vale Fertilizantes, começou seu projeto em 1982 pela Petromisa, extinto braço de mineração da Petrobras, para somente em 1986 iniciar sua produção programada para 500 mil t/ano. Em 1991 a Vale assumiu a operação, em um acordo de arrendamento de ativos e direitos minerários de potássio com a Petrobras (revisto em fevereiro de 2012 por um período de mais 30 anos, no Estado de Sergipe). Como até essa data a produção só atingira 198.000 t/ano, foi feita uma nova avaliação do projeto e novos investimentos foram realizados para alavancar a capacidade instalada para 650.000 t. No entanto, a unidade ainda não alcançou esse patamar, tendo produzido em 2011 por volta de 625.000 t. Em 2012 a previsão é de cerca de 650.000 t.

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Uma das iniciativas para aumento da produção tomada em 1992 foi em relação à compra de novas mineradoras contínuas de maior capacidade que os utilizados na época da Petromisa. São os modelos Marietta Borer MBM900, de dois rotores, da Sandvik, adquiridos em 1994. Em termos de volume, os equipamentos tem capacidade para produzir por mês em média 45000 t de minério desmontado, podendo atingir até volume maior, como explica o gerente Geral de Fertilizantes, Marconi Carvalho Santiago: “Elas tem até mais capacidade, mas como trabalham em conjunto com os carros transportadores, a produção acaba ficando limitada”.

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Outro investimento que viabilizou a expansão da mina se refere à refrigeração, antes realizada com compressores móveis próximos às mineradoras contínuas, o que teria sido suficiente se a mina fosse estática. Como não é o caso, a Vale buscou expertise com especialistas na África do Sul para a instalação de um novo projeto de refrigeração para Taquari Vassouras, em meados de 1998, como explica o gerente. “Foi instalada na entrada do shaft uma planta de refrigeração que resfria o ar que desce para a mina, chegando a 10°C constantes. Ao longo do trajeto, o ar sofre aquecimento, mas logo é resfriado mais uma vez no subsolo, como objetivo de que na frente de lavra a temperatura não ultrapasse os 31,1°C”, explica Marconi. Nos trabalhos de expansão da mina, investiu-se cerca de US$ 65 milhões na implementação do novo sistema de refrigeração, compra de equipamentos, desenvolvimento de uma nova frente de lavra, melhorias e novas instalações, entre outros.

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Já em relação à usina de beneficiamento, o principal investimento realizado foi para alterar o mix dos produtos. Hoje são produzidos três tipos: o standard, com baixíssima granulometria; o granulado (entre 1 mm a 4 mm de espessura), com maior valor agregado e que tem maior demanda no; e o pink, subproduto com granulometria entre o standard e o granulado. No início da operação, a relação de produção era de 60% de grão e 40% de pó, mas com o passar dos anos, a proporção passou para 80% de grão e 20% de pó em função do mercado.

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Atualmente, a unidade se prepara para adquirir alguns equipamentos para reposição da frota móvel e uma sonda LM 90 da Boart Longyear, equipado com manipulador de hastes, objetivando expandir de forma considerável a prospecção e pesquisa geológica. Em 2011, a mineradora investiu seu orçamento em grande parte na aquisição de dois shuttle cars da Joy Mining Machinery, de última geração, e se programa para adquirir mais duas unidades no começo de 2013. Na planta de beneficiamento, o investimento nesse ano será para aumentar a qualidade do produto final com o processo de glazing – arredondamento do grão e selagem impermeabilizante.

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Gargalos

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Como a mina ultrapassou a profundidade de lavra de 500 m há mais de cinco anos e a extração chega agora até 750 m, a lavra começou a sofrer com a instabilidade do maciço. Por conta da pressão do maciço, da instabilidade e da velocidade de desmonte alta, está ocorrendo a geração de “choco”, ou seja, o maciço pode se desplacar criando situações de risco.

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Para lidar com o choco, a empresa segue com uma série de tratativas para evitar sua formação, como a redução da taxa de extração em algumas áreas, maior cautela na escavação, e, quando há ocorrência de desplacamentos, procede-se ao desmonte com explosivos e o atirantamento do teto – isso acaba prejudicando todo o sistema de lavra. Por esse motivo, o grande gargalo hoje é essa instabilidade do maciço, que afeta tanto a segurança quanto a produção.

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Desde 2011, a empresa estuda medidas e desenvolve projetos para mitigar esse gargalo. Está sendo mecanizado o atirantamento do teto, que no momento é feito de forma manual, com a aquisição de equipamentos para dar maior produtividade ao serviço, comenta Marconi. “Em 2011, a empresa comprou um scaler da P&H Dux que se destina a derrubar o choco, e isso reduziu os riscos. Mas em algumas situações, precisamos abater e atirantar o teto. Essa operação hoje em dia é manual e, apesar de todos os procedimentos de segurança, não deixa de ser perigosa. Por causa disso, estamos trazendo um equipamento da Sandvik chamado rock bolter, que instala os tirantes de forma mecanizada”, explica. A empresa está locando uma unidade da Atlas Copco, com possibilidade de compra futura e que em abril já deve estar operando; e outro foi comprado para entrar em atividade no final de 2012. “Ficaremos com os dois trabalhando, pois precisamos de disponibilidade na lavra, e também compraremos outro scaler para acessar áreas mais baixas”, diz Marconi.

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Ainda em relação à mina, será adquirido no final desse ano um dinting machine modelo 2600 da Wirtgen, para melhorar as condições do piso, pois com a frente de lavra se distanciando, o piso está cada vez mais irregular, impondo danos à frota de apoio (jipes, caminhões, etc.), que passou a demandar mais manutenção. O equipamento possui um tambor de corte na parte inferior, que vai fresando o piso, deixando-o mais regular.

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Na superfície, como 70 % do que é extraído é sal e somente 30% potássio, uma dificuldade em Taquari Vassouras é controlar o ataque corrosivo que o NaCl faz às estruturas metálicas e ferragens do concreto, já que a salinidade da salmoura na planta chega a sete vezes a do mar. No entanto, apesar do alto valor gasto com reformas e tratamentos para lidar com a corrosão, no subsolo o problema é menos grave, pois, apesar da salinidade também ser alta, há pouca umidade no ar. Assim, os equipamentos sofrem menos de corrosão, contanto que se mantenham no subsolo.

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A unidade possui 827 empregados próprios, 14 estagiários, 30 aprendizes e mais 234 funcionários terceirizados, e os seus custos operacionais da mina subterrânea se dividem entre pessoal (por volta de 30 %), manutenção (cerca de 25 %), energia (aproximadamente 15 %) e insumos (6 %). Em termos de custos mais relevantes na mina, estão as peças, os materiais de manutenção, óleos hidráulicos para as mineradoras contínuas e energia, que é contratada com a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (em torno de R$ 11 milhões ao ano) e consumida principalmente pela planta de refrigeração, que funciona 24h.

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Projeto Carnalita

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É possível extrair o potássio de duas matérias-primas diferentes: da silvinita, rica em NaCl e KCl; ou de rochas carnalíticas, que contêm NaCl, Mg e KCl. A Vale Fertilizantes desenvolve um novo projeto em Sergipe para extração do minério a partir de um depósito de carnalita e, para tanto, a mineradora renovou o contrato para arrendamento de ativos e direitos minerários de potássio com a Petrobras em fevereiro desse ano.

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O projeto Carnalita, que tem base de vida útil de 30 anos na área norte, será desenvolvido através de poços em que a salmoura será bombeada do subsolo e levada ao beneficiamento na usina. O material será enviado como solução para a usina, com sal, magnésio e potássio, e, apesar do teor de potássio na carnalita ser inferior ao da silvinita de Taquari Vassouras, as reservas do novo depósito são muito maiores que de Rosário do Catete (SE). No processo serão empregados cristalizadores à base de gás, principal insumo a ser consumido, e espera-se na primeira fase, em2016, uma produção da ordem de 1.200.000 t. No segundo ano, deve-se atingir o dobro da produção atual em Taquari Vassouras.

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Para a segunda fase do projeto, estudos adicionais ainda precisam ser feitos, pois se chega a regiões que estão num estágio de interface com o petróleo, e será necessária a pesquisa conjunta com a Petrobras. O grande desafio da Vale Fertilizantes hoje é atender a demanda de recursos humanos e escassez de mão de obra qualificada, principalmente nas posições de gerência e direção – uma dificuldade visível no mercado. A ideia é remanejar a mão de obra chave de Taquari Vassouras e de outras unidades, capacitando-a para assumir novas funções no projeto Carnalita.

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Fonte: Revista Minerios

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