Empreendedoras rurais de Goiás miram na conquista de novos clientes
22 de julho de 2016
Mulheres da Coopercrim aprendem técnicas de venda e formação de preços para impulsionar a comercialização de panificados em Niquelândia e regiãorn
O dom de preparar alimentos saborosos faz com que um grupo de mulheres do norte goiano produza pães, bolos e biscoitos com uma qualidade aprimorada. Mas para um empreendedor obter êxito em seu negócio, além de produzir bem, é preciso também saber comercializar o produto. Em Niquelândia, mulheres que integram uma cooperativa na zona rural têm superado o desafio e adquirem conhecimentos de técnicas de vendas e formação de preços, desenvolvendo habilidades de negociação que as tornam mais confiantes e preparadas para conquistar novos clientes.
Chegar a esse ponto de desenvolvimento é mais um indicativo da vontade de crescer no mercado demonstrado pelas cooperadas daCooperativa de Produção da Agricultura Familiar da Região do Criminoso e Silveira (Coopercrim). Formada por 15 mulheres, a Coopercrim é um dos mais bem sucedidos projetos de economia solidária, consolidados no Estado de Goiás, por meio do Programa ReDes.
Realizado pela Unidade Niquelândia, em parceria com o Instituto Votorantim e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Programa contribui para o crescimento sustentável dos municípios brasileiros, por meio da implantação e consolidação deprojetos de cadeias produtivas locais. Desde que o ReDes começou a atuar em Goiás, em 2011, foram investidos mais R$ 2,3 milhões para estruturar os projetos selecionados pelo Programa.
Franquia e divulgação no Facebook – O projeto da Coopercrim consistiu na construção de uma panificadora, denominada Sabores da Fazenda, que foi entregue no final de 2013 para as cooperadas trabalharem formalmente em uma estrutura adequada às normas legais.Atualmente, a panificadora produz 180 quilos de produtos por dia, que são comercializados em 8 pontos de venda de Niquelândia, além de fornecer para feiras livres e para a Companhia Nacional de Abastecimento, que distribui os produtos para escolas da rede municipal.
Com a consolidação do projeto, as cooperadas continuam recebendo apoio do ReDes, durante o ano de 2016, por meio de uma consultoria especializada local. Entre as ações já realizadas pela consultoria, está um minicurso de técnicas de vendas, uma necessidade apontada pelas próprias cooperadas. A presidente da Coopercrim, Edivânia Spíndola, disse que mesmo em um cenário econômico pouco favorável, as perspectivas de negócios são boas. “O minicurso serviu exatamente para nos ajudar a conquistar mais clientes, o que requer melhorar o nível de negociação. Para isso, aprimoramos nossa abordagem para oferecer os produtos e tabelamos os preços. Já fechamos negócio com mais dois supermercados da região e esperamos atender, em breve, clientes de maior porte”.
Segundo a consultora local do Programa ReDes, Angelita Amorim, a atração de novos clientes é resultado do interesse das cooperadas em aprender continuamente para crescer. “As consultorias e o minicurso de técnicas de vendas revelaram outras habilidades que essas mulheres já possuíam. A forma como elas conduzem o negócio possibilita que realizem outras iniciativas, como criar uma fanpage no Facebook e até uma franquia. São ações que estão ao alcance delas e que pode render novos negócios”, ressaltou.
Saiba mais – Inaugurada em novembro de 2013, a panificadora Sabores da Fazenda foi o primeiro projeto entregue pelo ReDes no Estado de Goiás. A panificadora conta com mais de 100 metros quadrados de área e possui diversos equipamentos para produção. Tudo para oferecer condições adequadas para as 15 cooperadas trabalharem em uma área planejada de acordo com as exigências sanitárias e de segurança. A fábrica produz mais de 30 variedades de produtos, entre pães, bolos, roscas, biscoitos, entre outros quitutes. O transporte dos produtos é feito por um veículo adequado para este fim, que também foi disponibilizado pelo ReDes à cooperativa.
Além da Coopercrim, o Programa ReDes apoia em Goiás o desenvolvimento de mais quatro projetos. Um deles é o da Associação das Mulheres do Rio Vermelho (Amurv), também de Niquelândia, que foi beneficiada com a construção de uma fábrica para produção de doces e conservas com alimentos cultivados em hortas comunitárias. Outro projeto de Niquelândia contemplado é o da Central de Serviços à Agricultura Familiar (Camprun), que recebeu máquinas agrícolas para serem disponibilizados, em regime de comodato, aos agricultores familiares.
Em Uruaçu, a Cooperativa dos Piscicultores do Lago Serra da Mesa (Cooperpesca) obteve auxílio do ReDes para a construção de um frigorífico para beneficiamento da carne de peixe. Já em Colinas do Sul, produtores de leite que fazem parte do projeto Fortalecimento da Cadeia Produtiva Leiteira (Coopavib) serão beneficiados com a entrega de uma fábrica de laticínios.
Assessoria