Empresas recrutam pós-doutores para inovar

27 de janeiro de 2014

Contratação de pesquisadores com esse nível de especialização é recenternAssim que concluiu o mais alto nível de especialização em uma universidade da Espanha, a pós-doutora em bio

Contratação de pesquisadores com esse nível de especialização é recente

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Assim que concluiu o mais alto nível de especialização em uma universidade da Espanha, a pós-doutora em biologia molecular Ana Azambuja, 32, fez o caminho inverso de grande parte de seus colegas: em vez do mundo acadêmico, ela escolheu um trabalho na indústria.

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“Eu tinha uma agonia em ver anos de pesquisa na universidade não sendo aplicados. Na indústria, o processo é mais rápido e palpável.”

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A pesquisadora trabalha no centro de pesquisas da Natura, na Grande São Paulo. Ela desenvolve estudos para retardar o envelhecimento da pele, a maior demanda da companhia.

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A partir de março, ela vai integrar uma pesquisa que vai consumir R$ 20 milhões pelos próximos dez anos para investigar todos os fatores que levam o ser humano à sensação de bem-estar.

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Azambuja faz parte de um seleto grupo de pesquisadores que desenvolve inovação na iniciativa privada.

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Segundo a mais recente pesquisa de Inovação Tecnológica do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a falta de mão de obra qualificada é o segundo maior obstáculo à inovação na indústria brasileira. O primeiro é o custo elevado.

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O presidente do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), Mariano Laplane, explica que a presença de “pós-docs” nas grandes corporações é um fenômeno novo.

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“Esse processo ainda está emergindo no Brasil. A maior parte das pesquisas ainda é feita nas universidades, até pela quantidade de doutores que o país dispõe.”

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Em Belém do Pará, outro pós-doutor mantém em paralelo as atividades acadêmicas com a pesquisa no mercado.

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Cleidison de Souza, 39, trabalha no instituto de tecnologia da Vale.

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Especialista da área de computação, ele desenvolve um software para reduzir os índices de acidentes de trabalho nos trilhos entre Carajás (PA) e São Luís (MA), trecho utilizado pela companhia para o transporte de minério de ferro.

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Ele diz que a “fuga” de pós-doutores rumo ao mercado ocorre pela remuneração.

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“O salário do professor universitário não é adequado dado o papel desse profissional. Isso influencia a ida dele para a indústria.”

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O pós-doutorado não é um título acadêmico, mas a parte prática da pesquisa.

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Em geral, tem um ano de duração. Ainda não se sabe a quantidade certa de pós-doutores que circula pelo país.

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Só a Capes (autarquia do governo responsável pela pós-graduação) forneceu em 2013, mais de 6,1 mil benefícios para o pós-doutorado.

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A Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) também é outra entidade que apoia a formação de “pós-docs”.

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Em seis anos, a fundação concedeu mais de 8.000 bolsas.

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Fonte: Folha de S. Paulo