Equitas compra mineradora de ouro dona de áreas no Mato Grosso e Pará
18 de janeiro de 2016
O principal ativo da empresa é o projeto de ouro Cajueiro, que fica na fronteira entre os dois Estados.rn
A Equitas Resources, listada nas bolsas de Toronto e Frankfurt, assinou um protocolo de intenções vinculativo com a mineradora canadense Alta Floresta Gold, que possui 60% da subsidiária Alta Floresta Gold Mineração, dona de uma área total de 184.410 hectares no Mato Grosso e no Pará. O principal ativo da empresa é o projeto de ouro Cajueiro, que fica na fronteira entre os dois Estados.
A brasileira Alta Floresta Gold Mineração possui 24 direitos minerários para exploração de ouro junto ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Quase todos os processos são autorizações e requerimentos de pesquisa. Apenas o processo 866070/2004 está na fase de requerimento de lavra. A Equitas não especificou se esse é o direito referente ao projeto Cajueiro.
O requerimento de lavra fica exatamente na divisa entre Pará e Mato Grosso, nas cidades de Itaituba (PA) e Paranaíta (MT). A subsidiária brasileira tem outros dois requerimentos de pesquisa para áreas entre os dois Estados, nos municípios de Jacareacanga (PA) e Paranaíta (MT). Os dados são do Jazida.com.
O projeto Cajueiro tem extensão de 44.768 hectares e fica a 95 quilômetros ao norte da cidade de Alta Floresta (MT), segundo o comunicado da Equitas enviado hoje (15) ao mercado. Até o momento, foram feitos 48 furos de sondagem em quatro zonas. Trabalhos de pesquisa e exploração dos últimos cinco anos apontam várias anomalias de ouro.
Uma das zonas do projeto Cajueiro foi identificada como Crente. Essa área tem recursos indicados, com teor de corte de 0,5 grama de ouro por tonelada, de 4,52 milhões toneladas com teor de 1,2 g/t de ouro, para 168 mil onças contidas. Com teor de corte de 0,3 g/t, os recursos indicados são de 7,4 milhões de toneladas, com 0,9 g/t de ouro, para 203 mil onças contidas.
Os recursos inferidos, com teor de corte 0,5 g/t, são de 3 milhões de toneladas com teor de 1 g/t de ouro, para 100,3 mil onças contidas. Com teor de corte 0,3 g/t, os recursos inferidos da zona Crente são de 5,26 milhões de toneladas com 0,8 g/t, para 127,4 mil onças contidas.
A Alta Floresta Gold é uma companhia de British Columbia, no Canadá. O protocolo de intenções prevê que a Equitas vai adquirir 100% das ações da companhia canadense, de forma que a mineradora se tornará uma subsidiária. Todos os acionistas da Alta Floresta passarão a deter 50% dos papéis da Equitas.
Cada opção de compra de ação da Alta Floresta será trocada por uma opção e meia para ações da Equitas, com preço de 15 centavos de dólar canadense. A mineradora listada nas bolsas canadense e alemã vai separar até US$ 1 milhão para avançar com o desenvolvimento dos projetos da Alta Floresta. A Equitas também pagará adiantado mais US$ 300 mil pela auditoria técnica (due dilligence) realizada na mineradora.
O comunicado diz que a Alta Floresta vai usar todos os meios para conseguir adquirir 100% da subsidiária brasileira Alta Floresta Gold Mineração, da qual possui 60% e o restante pertance à ECI Exploration and Mining e partes relacionadas. A mineradora canadense assumiu o controle operacional da companhia brasileira e do Conselho de Administração, tendo o direito de recusar qualquer proposta pela participação da ECI na Alta Floresta.
A Alta Floresta Gold vai diliuir a porcentagem da ECI na mineradora para 10%, proporção que prevê a conversão da participação para um net smelter return, royalty sobre a venda futura, de 1,25%. Após o fim da transação, a mineradora canadense terá capital de giro positivo. A Equitas vai assumir com as despesas de taxas de licenciamento atrasadas da Alta Floresta Gold, de aproximadamente US$ 38 mil.
A Equitas prevê desenvolver o projeto Cajueiro por meio de um plano de desenvolvimento composto por três etapas. Primeiro, a mineradora quer construir uma pequena planta de separação por gravidade para processar mineralização de saprólito na zona Baldo, que faz parte do projeto.
Quando obtiver as licenças necessárias, como a Guia de Utilização, e fechar acordos de fornecimento, a Equitas prevê, para a segunda fase, a construção de uma planta de lixiviação a carbono (CIL, na sigla em inglês) nas zonas Baldo e Crentes, que ficam a menos de um quilômetro de distância. Os testes metalúrgicos iniciais apontam uma recuperação de 85% pelos métodos de separação por gravidade e lixiviação com cianeto.
A terceira fase seria aumentar a produção de Cajueiro por meio de uma concessão de lavra permanente. A Equitas espera financiar as etapas de desenvolvimento com o próprio fluxo de caixa.
A Equitas é dona do projeto de níquel, cobalto e metais do grupo da platina Garland, que fica em Labrador, no Canadá. O empreendimento está a 30 quilômetros da mina de Voisey’s Bay, da Vale Canadá.
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