Mineração e outros setores têm que estar engajados na adoção dos fundamentos de ESG, sigla em inglês para se referir às melhores práticas ambientais, sociais e de governança de um negócio, mas que também pode ser um critério para investimentos.
Para o presidente do Conselho Diretor do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Wilson Brumer, “o mundo caminha para evoluir do licenciamento ambiental para algo mais complexo, como uma licença socioambiental, para que as empresas possam se instalar. Os investidores, os conselhos de administração estão cada vez mais preocupados em saber se as empresas estão afinadas com os fundamentos de ESG, ou seja, não é um tema a ficar restrito a apenas uma área de uma companhia, mas está a mudar conceitos de gestão empresarial – e não apenas na mineração”.
As empresas de qualquer setor devem “sempre estar preocupadas com as questões sociais, em especial, às que ocorrem em seu entorno. Faz parte do rol de preocupações do negócio. E, além do mais, são questões que podem vir a se transformar em problemas econômicos”, afirmou ao participar da 5ª edição do webinar Mineração &X Comunidades, realizado neste 28 de outubro, pela Revista Brasil Mineral. O evento tem apoio do IBRAM.
Para ele, as mineradoras devem se conscientizar de que precisam estar cada vez mais próximas das comunidades e trabalhar ativamente para contribuir ao desenvolvimento socioeconômico delas. “Uma das formas é desenvolver fornecedores locais nas comunidades. Isso é um passo para gerar empregos, renda, perspectivas de desenvolvimento socioeconômico para as pessoas à sua volta. É uma forma de transformar fundamentos de ESG em ações práticas”, disse.
O dirigente também disse que além das grandes mineradoras, as médias empresas de mineração brasileiras poderão ser envolvidas na adoção das práticas de ESG, principalmente, se tiverem condições de abrir capital em bolsa de valores. Assim, passariam a se ver comprometidas com tais fundamentos, uma exigência crescente dos investidores. O IBRAM, disse, está agindo em parceria com bolsas de valores no Brasil e no Canadá nesse sentido.
Wilson Brumer ressaltou que cada vez mais a mineração vem sendo inserida nas estratégias de longo prazo do Brasil voltadas a promover o desenvolvimento econômico e social dos brasileiros. “Faço um elogio ao Ministério de Minas e Energia que não tem medido esforços nesse sentido, ou seja, reconhecer que a mineração tem este potencial de gerar perspectivas positivas ao desenvolvimento dos brasileiros”, afirmou.
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