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Fertilizantes: cresce dependência de insumos importados

4 de dezembro de 2012

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Potência ascendente do agronegócio, com participações crescentes nas exportações de alguns dos principais produtos do setor comercializados no mundo, o Brasil depende cada vez mais de insumos importados para fomentar sua produção agropecuária e atender às demandas externa e doméstica por commodities, alimentos processados e biocombustíveis.

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Estudo elaborado pelo Departamento do Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Deagro/Fiesp) a partir de dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) aponta que, em 2012, as importações de insumos por parte dos segmentos de fertilizantes, defensivos, máquinas e implementos, nutrição animal e saúde animal deverão somar US$ 18,593 bilhões.

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Mais do que um crescimento de quase 10% em relação ao montante do ano passado (US$ 16,956 bilhões), a projeção marca o quarto ano consecutivo de avanço das importações desses insumos e representa um salto de 123%, ou de mais de US$ 10 bilhões, na comparação com o valor de 2007, ano-base do estudo. E não fosse a crise internacional de 2008, a tendência poderia ter sido até mais evidente.

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Em 2007, as importações de insumos agropecuários por parte dos segmentos destacados pela Fiesp atingiram US$ 8,340 bilhões, montante que ascendeu para US$ 15,656 bilhões no ano seguinte, quando as commodities em geral – inclusive petróleo e metais – testaram máximas históricas antes que a quebra do banco Lehman Brothers deflagrasse o arrefecimento da tendência.

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Nesse contexto, as importações de insumos dos segmentos que fazem parte do levantamento da Fiesp recuaram para US$ 9,387 bilhões em 2009 e aumentaram moderadamente em 2010, para US$ 11,305 bilhões. “Parte das importações é necessária, mas é preciso mensurar os riscos dessa crescente dependência. Nosso estudo é um alerta”, diz Antonio Carlos Costa, gerente do Deagro.

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Para efeito de comparação, as importações desses insumos representarão, em 2012, 8% do valor bruto da produção (VBP) das 20 principais culturas agrícolas do país estimado pelo Ministério da Agricultura (R$ 233,836 bilhões). Em 2007, as importações desses insumos foram equivalentes a 4,8% de um VBP calculado pelo ministério em R$ 175,062 bilhões.

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Das áreas que fazem parte do levantamento, a que mais pesa sobre as importações é a de fertilizantes, que historicamente depende de produtos de fora para atender a cerca de 70% da demanda doméstica. Em 2012, as compras no exterior de fertilizantes intermediários e matérias-primas para a produção de adubos deverão atingir US$ 10,94 bilhões, ou 58,8% do valor total estimado pela Fiesp para os insumos do levantamento.

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Das três fontes básicas de nutrientes para a produção de fertilizantes agrícolas, a dependência brasileira é maior no potássio, escasso no país. Em 2010, as importações cobriram 91% da demanda interna por potássicos. Nos derivados do nitrogênio, a fatia das importações em 2010 foi de 76%, e nos derivados do fosfato ficou em 43%.

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Com os investimentos em curso e os previstos, a Fiesp projeta que a participação das importações será cadente até 2021. Nos fosfatados, recuará para 35%, nos nitrogenados para 43% e nos potássicos, para 81%. A mineradora Vale lidera a produção brasileira de fosfatados e a Petrobras, a de nitrogenados.

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Conforme David Roquetti Filho, diretor-executivo da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), os investimentos de fato aportados para a ampliação da oferta brasileira deverão chegar a US$ 2,877 bilhões em 2012 (a maior parte em fosfatados), ante US$ 838,2 milhões em 2011. A redução da dependência no potássio no longo prazo conta com a “ajuda” de um projeto da Vale na Argentina com a promessa de direcionar 90% da oferta para o Brasil.

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No caso do nitrogênio, o segmento tem boas expectativas em relação ao aumento da oferta de gás natural em tempos de pré-sal. O gás representa 80% da amônia, por exemplo. Mas, para irrigar a produção de fertilizantes, esse aumento depende de decisões políticas sobre os destinos do gás, que move automóveis, alimenta usinas térmicas e abastece residências, entre outros muitos fins.

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Para o segmento de defensivos, a previsão da Fiesp para as importações de insumos em 2012 sinaliza um crescimento de 10% em relação ao ano passado, para US$ 4,525 bilhões, ou 24,3% do total. É um valor quase três vezes superior ao registrado em 2007, e de lá para cá o crescimento se deu em praticamente todas as classes de produtos.

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Ainda que exista uma produção importante do princípio ativo glifosato, base dos defensivos mais vendidos no país, mesmo nesse caso a demanda é complementada por importações. Para o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag), o “Custo Brasil” limita a expansão da produção local, o que deixa o caminho aberto para os importados em um dos mercados mais cobiçados do mundo.

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Em larga medida, a disseminação das compras de produtos genéricos na Ásia, sobretudo na China – que acirrou a concorrência com os produtos patenteados das grandes empresas do ramo, a maior parte multinacionais – também colabora para dificultar mudanças significativas nesse tabuleiro.

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Ivan Amancio Sampaio, gerente de informação do Sindag, informa que, em 2011, as vendas de genéricos no Brasil somaram US$ 3,7 bilhões, ou 43% do total. As vendas de “especialidades”, os produtos patenteados, alcançaram US$ 4,8 bilhões. Essa divisão percentual segue praticamente inalterada.

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No segmento de máquinas e implementos, onde o “Custo Brasil” também limitam investimentos, as importações dobraram desde 2007 e deverão alcançar US$ 1,809 bilhão em 2012.

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Na área de nutrição animal – cujas importações de insumos deverão atingir US$ 986 milhões este ano, 81,3% mais que em 2007 -, a dependência se concentra nos produtos à base de química fina utilizados nas composições das rações, afirma Mario Sergio Cutait, diretor titular adjunto do Deagro.

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No segmento de saúde animal – que deverá importar US$ 333 milhões em 2012, aumento de 16% na mesma comparação -, são vitais as compras de matérias-primas de fora para a fabricação de produtos veterinários, num cenário que não difere muito do que vigora nos medicamentos da área humana, segundo ressalta Milson da Silva Pereira, diretor-executivo do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan).

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Fonte: Valor Econômico

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