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A Glencore International AG informou que está disposta a desistir da proposta de US$ 68 bilhões para se fundir com a mineradora Xstrata PLC diante do impasse sobre o preço.
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“Não é um negócio obrigatório”, disse o diretor-presidente da Glencore, Ivan Glasenberg, que há muito cobiça a mineradora suíça. “Não podemos pagar mais do que esse ativo vale.”
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Investidores e analistas disseram não ter certeza se a declaração foi uma tática de negociação ou uma indicação de que a potencial fusão, que criaria o quarto maior conglomerado de mineração do mundo, poderia estar prestes a se desintegrar às portas da votação dos acionistas, marcada para 7 de setembro.
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Se o negócio fracassar, isso poderia dar um sinal de enfraquecimento das fusões e aquisições no setor de mineração, que já está sofrendo com a queda dos preços de commodities.
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Um total de 470 negócios, num valor combinado de US$ 55,7 bilhões, foram fechados nos primeiros seis meses de 2012, menos que os 580 acordos, ou US$ 89,9 bilhões, no mesmo período um ano atrás, segundo análise publicada pela Ernst&Young.
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Mineradoras da América Latina e da Ásia têm cortado investimento e produção, e algumas de menor porte têm relatado dificuldades em obter financiamento para exploração. (Leia mais sobre o assunto abaixo.)
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A ameaça de Glasenberg provocou uma briga entre o magnata sul-africano dono de 15,8% da Xstrata e a Qatar Holding LLC, que é o maior acionista externo da empresa e vem exigindo uma oferta mais alta.
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Outro cenário era que a votação poderia ser adiada sem matar o negócio. Glasenberg disse ontem que, se o plano atual for abandonado, as negociações para a fusão poderiam renascer, seja daqui a seis meses ou uns dois ou três anos.
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A Qatar Holding surpreendeu o mercado em junho ao pedir a Glasenberg para aumentar sua oferta de 2,8 para 3,25 ações da Glencore por ação da Xstrata. Ao preço de hoje, cada ação da Xstrata vale 2,57 ações da Glencore. Em 7 de fevereiro, quando o negócio foi anunciado, esse número era de 2,74.
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A Qatar Holding, que tem uma participação de 11,9% na Xstrata, lidera um grupo de seis acionistas que exigem um negócio mais vantajoso. Eles detêm em conjunto 15,8% das ações da Xstrata. De acordo com a proposta, são necessários pouco mais de 16% dos acionistas para impedir a fusão. A Glencore, cujas ações são negociadas na bolsa de Londres, é a maior acionista da Xstrata, com 34%.
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Embora alguns investidores e analistas digam acreditar que Glasenberg pode estar blefando, todos concordam que o tom dele mudou.
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“O negócio não vai acontecer. […] Há um impasse considerável que pode não ser resolvido”, disse um dos 30 maiores acionistas da Xstrata. “Não será um desastre se o negócio gorar.”
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Glasenberg “tomou sua posição mais dura até agora”, disse um analista de um banco envolvido no negócio. “Ou alguma coisa mudou, ou ele está jogando. Há uma grande chance de a votação de 7 de setembro ser adiada.”
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O desempenho da Glencore foi o que em parte encorajou Glasenberg a fazer o comentário, disseram analistas. A companhia divulgou ontem um lucro líquido de US$ 2,3 bilhões no primeiro semestre, um pouco abaixo dos US$ 2,5 bilhões de um ano atrás, mas acima das expectativas. A receita da Glencore aumentou de US$ 92 bilhões para US$ 108 bilhões.
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Ao mesmo tempo, as ações da Xstrata caíram 24% nos últimos seis meses, enquanto as da Glencore baixaram 18%.
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A Qatar Holding não quis comentar, mas funcionários do fundo soberano disseram que nada garante um voto pelo “sim”, a menos que a Glencore atenda às exigências da Qatar Holding.
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Glasenberg reconheceu que a Qatar Holding tinha o poder de derrubar a proposta na votação, mas disse que não havia visto um argumento convincente de que a oferta da Glencore é muito baixa.
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A Liberum Capital afirmou este mês que o lucro por ação da Glencore seria diluído em até 5% se ela pagasse 2,8 ações dela por ação da Xstrata, e em até 11% se ela pagasse 3,25 ações.
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Glasenberg não quis comentar se a oferta atual é a última da Glencore, mas ele confirmou que sexta-feira era o prazo para uma mudança. Depois disso, um ajuste exigiria que a Xstrata e a Glencore adiassem a votação dos acionistas de 7 de setembro para que o comunicado a eles tivesse a antecedência requerida de 14 dias.
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“Não está claro para nós se a Glencore está diminuindo as expectativas do mercado para amolecer a oposição dos acionistas”, e então aumentar a sua oferta para perto de 3, escreveu num relatório de análise Chris LaFemina, um analista da Jefferies, “ou se a Glencore está apenas sendo completamente transparente sobre suas verdadeiras intenções e não pretende elevar [sua oferta] de maneira nenhuma”, disse ele.
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Fonte: Valor Online
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