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População será informada a partir de hoje a respeito do quanto o estado perde ao exportar sua produção mineral e do passivo ambiental e social deixado pela extração da riqueza
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O governo de Minas lança nesta segunda-feira, ao lado de entidades da sociedade civil, uma campanha publicitária destinada a mobilizar a população e despertá-la para as graves perdas provocadas não apenas pela desoneração tributária sobre as exportações da produção mineral, como também pelas baixas alíquotas que incidem sobre a produção de minério de ferro. As alíquotas da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem), os chamados royalties do minério que hoje incidem sobre a produção líquida, de 2%, estão longe do que tributam países como Índia, Austrália e Rússia, respectivamente 10%, 7,5% e 4,8%, em geral sobre o valor da venda.
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Ainda inevitável é a comparação entre os royalties cobrados pela produção de minério e a produção de petróleo. A alíquota é de 10% sobre o faturamento bruto das petroleiras. Para além da questão tributária, a ação de mineradoras deixa um profundo passivo ambiental e social sobre a extração de um produto que não é renovável.
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“Justiça ainda que tardia. Minério com mais justiça. Como está não dá para ficar” é o conceito e o slogan da campanha, que reunirá a Associação Mineira dos Municípios, a Ordem dos Advogados do Brasil – seção de Minas Gerais e a Associação Brasileira de Imprensa, entre outras entidades que acompanham o tema. Ao levantar o debate neste momento, o governo do estado procura chamar a atenção para o fato de o país não ter avançado na solução do problema, uma vez que o novo marco regulatório prometido para o setor mineral pela presidente Dilma Rousseff (PT) continua em discussão na Casa Civil e no Grupo Executivo do PAC (Gepac), sem previsão de quando será encaminhado ao Congresso Nacional.
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A campanha do governo, que reunirá artistas, procurará mostrar que o Brasil é o maior produtor mundial de minério de ferro: detém mais de 50% da indústria siderúrgica da América Latina. Estão em Minas, Goiás, Pará e Mato Grosso do Sul as maiores reservas de minério de ferro do país. A cobrança de royalties se justifica, como mostrará o governo, pela compensação do esgotamento dessas reservas. Nesse sentido, é necessário equiparar as alíquotas cobradas por meio da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem) aos padrões internacionais.
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Prejuízos para Minas
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» Em vigor desde setembro de 1996, a Lei Kandir desonerou as exportações sobre produtos primários e semielaborados. Estados como Minas Gerais e outros exportadores até hoje não foram compensados pela política do governo federal de incentivo às exportações. Estudos dão conta de que entre 1996 e 2009 estados exportadores de produtos primários deixaram de arrecadar R$ 223 bilhões em ICMS. Nesse período receberam apenas R$ 76,6 bilhões em compensação do governo federal. O passivo da União para com os estados chega a R$ 146,3 bilhões no período.
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» Além da desoneração da tributação sobre a extração mineral do estado, os royalties que incidem sobre a exploração do minério – de 2% sobre o faturamento líquido – são muito baixos face aos royalties do petróleo – de 10% sobre o faturamento bruto das petroleiras – e em relação aos royalties cobrados por outros países mineradores.
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» O produto primário não é renovável e leva ao exaurimento das reservas. Prefeitos e o estado têm reiterado queixas de que a atividade mineradora deixa um considerável passivo ambiental e social. A reivindicação é pela demarcação imediata de áreas de preservação permanente no estado que possam compensar o impacto da atividade.
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Fonte: Estado de Minas
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