NOTÍCIAS

Guerra dos portos e desindustrialização dominam o setor

14 de junho de 2012

rnComo presidente do conselho diretor do Instituto Aço Brasil, o empresário André Gerdau Johannpeter assumiu a gestão, pela primeira vez, em maio de 2010, em meio a uma avalanche de aço importado. O problema, lembra

rn

Como presidente do conselho diretor do Instituto Aço Brasil, o empresário André Gerdau Johannpeter assumiu a gestão, pela primeira vez, em maio de 2010, em meio a uma avalanche de aço importado. O problema, lembra ele, não foi apenas a entrada direta de aço, mas sim as milhões de toneladas de aço indireto, por meio da importação de máquinas e equipamentos, automóveis, autopeças, bens de linha branca e outros tipos de produtos, principalmente da China. “Enquanto houve queda no aço direto, nas importações indiretas não parou. Cresceram 20% no ano passado, atingindo mais de 5 milhões de toneladas”.

rn

O impacto disso, afirma, foi a desindustrialização brasileira, com efeitos diretos no consumo doméstico de aço, pois atingiu toda a cadeia produtiva – automotiva, de bens eletrodomésticos e de máquinas e equipamentos, principalmente. “Isso exigiu um trabalho forte de atuação, de coalização com outras entidades industriais e com sindicatos trabalhistas”.

rn

A conjunção de esforços, apontou Gerdau, se estendeu no trabalho de combate à chamada “guerra dos portos”. Vários governos estaduais concederam incentivos tributários, com redução do ICMS para produtos importados. O resultado foi o aumento das importações de aço e de bens acabados por portos com baixa tradição de importações, como o de São Francisco do Sul (SC). “O problema grave disso era que favorecia a criação de empregos fora do Brasil”, diz, ressaltando que foi corrigida uma “distorção histórica”.

rn

Gerdau admite que para surtir efeitos sobre a importação de aço, que ainda participa de 15% do consumo aparente do país, vai depender de outros fatores, como câmbio e custos do país. A medida entra em vigor em janeiro de 2013.

rn

A redução da carga tributária é outra questão combatida pelo setor. “Em comparação a outros países, quando se adiciona o peso dos impostos sobre o custo da produção, o Brasil assume a ponta na liderança de maior custo. Fizemos estudos com consultorias que apontam isso. Nosso objetivo é que toda a cadeia de produção liga ao aço seja competitiva”.

rn

O setor também enfrenta a estagnação do consumo de aço, outro ponto de preocupação há anos. “A solução passa pelas reformas estruturais do país, que levarão ao crescimento do PIB e, consequentemente, vai proporcionar maior o consumo”, observa o empresário. No Brasil, o consumo per capita não passa de 140 kg. Na China, já está acima de 400.

rn

O setor, por meio da sua entidade, também buscou alertar o governo para o problema das assimetrias comerciais, caso dos incentivos estaduais nos portos, e principalmente para os artificialismos criados por vários países. André Gerdau aponta diversos exemplos, com destaque para a China: subsídios, câmbio não flutuante, empréstimos às empresas que acabam se transformando em participação societária estatal, imposto de 40% na exportação de carvão para produção de coque e a não reciprocidade nos investimentos de lado a lado. “Os chineses vêm aqui e compram minas de ferro, empresas de energia e de petróleo e terras e não permitem que estrangeiro tenha controle de uma siderúrgica ou de uma mineradora de carvão”.

rn

Ele apontou que isso leva o setor a acompanhar com atenção a possível venda da usina da ThyssenKrupp CSA, no Rio. A entrada de um grupo chinês, admite, seria motivo de preocupação pela não reciprocidade dada pelo governo da China a um grupo brasileiro no caso de aquisição de uma companhia naquele país.

rn

Uma mudança importante para uma atuação mais ágil e eficiente do Aço Brasil, destaca o empresário, foi a implantação de novo modelo de governança da entidade ao se criar o cargo de presidente-executivo, um profissional de mercado, desvinculado das empresas. “A gestão ganhou mais agilidade e foco nas tomadas de decisão sobre os temas importantes do setor”. O presidente do conselho diretor, lembrou, é transitório. Muda a cada dois anos. “Agora, estamos trazendo metodologias de gestão das empresas para dentro da entidade”.

rn

 

Fonte: Valor Econômico

Compartilhe:

LEIA TAMBÉM



Anglo American abrirá 100 vagas para contratação de jovens profissionais e estagiários

10 de dezembro de 2018

Com um processo seletivo, eficiente, desafiador e dinâmico, a Anglo American sai na frente se destaca no setor da mineração…

LEIA MAIS

Alcoa apoia desenvolvimento em Inglês para alunos do Senai Juruti

10 de dezembro de 2018

Estudantes do Programa de Formação de Operadores e Operadoras (PFO) e de cursos técnicos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial…

LEIA MAIS

IBRAM debate sobre mercado de fertilizantes e agregados no 3º Fórum e Feira de Mineração de Agregados

28 de novembro de 2022

O Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), representado pelo diretor-presidente, Raul Jungmann, e o diretor de Relações com Associados e Municípios, Alexandre…

LEIA MAIS