A Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias chegou ao fim nesta sexta-feira (01), em Belém (PA), com uma notícia bastante celebrada pelos participantes do evento: a segunda edição da Conferência será realizada em 2024. O anúncio foi feito pelo diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Raul Jungmann, durante a cerimônia de encerramento.
Emocionado, Jungmann contou que a decisão de realizar a Conferência surgiu da ideia de que é preciso abraçar a Amazônia. “Não basta fazer negócios, pensar em produtividade e em tudo mais que faz com que uma atividade econômica exista. No momento em que todos nós estamos convivendo com a crise climática, ninguém pode ficar de fora. Não adianta ter os melhores resultados financeiros se não cuidarmos da nossa casa”.
O diretor presidente do IBRAM também reforçou o compromisso público com a floresta viva, o respeito aos povos e comunidades tradicionais e a redução da desigualdade.
A solenidade também contou com as presenças dos ministros Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e Jader Filho, do Ministério das Cidades, e da ex-ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
Ao pontuar a “desafiadora tarefa de buscar estratégias para o desenvolvimento sustentável da Amazônia”, Gilmar Mendes apontou como avanço a recente decisão do STF de suspender a presunção de legalidade no comércio de ouro. “A simplificação do processo de compra de ouro causou a redução da fiscalização das operações de compra venda, fragilizando a cadeia e causando danos ao meio ambiente, à saúde e à segurança da população da região, bem como ao setor da mineração”.
Paraense e conhecedor da realidade amazônica, o ministro Jader Filho destacou o compromisso do governo federal com o enfrentamento da crise climática. “Não vamos fugir da responsabilidade, mas queremos entender se os países ricos sabem qual é a responsabilidade deles nesse enfrentamento. Promessas, temos ouvido muitas, mas quando elas vão se tornar realidade?”.
O ministro destacou, ainda, a existência de 30 milhões de habitantes da Amazônia brasileira, “pessoas que querem emprego de qualidade e cidades que ofereçam qualidade de vida”. De acordo com o ministro, “é preciso entender que a solução passa pelas pessoas que vivem aqui, e que a maioria delas vive na cidade”.
A ex-ministra Izabella Teixeira celebrou a realização do evento na capital paraense. “O Brasil não conhece o Brasil. Fazer uma conferência como essa aqui significa projetar não só a Amazônia, mas o Brasil para o Brasil”. Ela também comemorou o sucesso do evento. “Muita gente não acreditou que fosse dar certo e desembarcou, mas muito mais gente embarcou. Os debates foram riquíssimos e os resultados são impressionantes”.
O último pronunciamento da Conferência coube ao anfitrião, o governador do Pará, Helder Barbalho. “A fotografia deste evento demonstra uma mudança de paradigma. Pela primeira vez, a mineração, não de forma isolada, mas no coletivo, dialoga e constrói. O setor busca se abrir ao diálogo com a sociedade e se desfia no papel de fomentar estratégias e iniciativas que possam construir soluções econômicas para a Amazônia”.
Por fim, Barbalho afirmou não ser mais possível aceitar que o Pará, com grande relevância para a construção do PIB brasileiro, siga enfrentando tantos desafios sociais. “Precisamos conciliar as riquezas econômicas e naturais com a riqueza social, e a bioeconomia pode ser o caminho para isso”.
A Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias é promovida pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), organização sem fins lucrativos, que reúne mais de 130 empresas e instituições que atuam no setor mineral e assumiram o compromisso de proteger a Amazônia. O IBRAM e seus associados estão comprometidos com inovações no setor e com a difusão das melhores práticas empresariais e ambientais.
O evento reúne representantes dos povos da floresta, da sociedade civil, academia, setores públicos e privados na capital paraense para tratar de questões que envolvem meio ambiente, economia e desenvolvimento sustentável.
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