O Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), representado por Alexandre Valadares Mello, diretor de Assuntos Associativos e Mudança do Clima, participou nesta segunda-feira (11) de um painel na 29ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP29), em Baku, Azerbaijão. O evento, que prossegue até o dia 22 de novembro, reúne empresários, diplomatas, especialistas e representantes de organizações não governamentais, além de setores público e privado, com o objetivo de buscar soluções para a crise climática.
Durante sua fala na COP29, Alexandre Mello destacou o papel crucial do Brasil na transição energética global. Segundo ele, a mudança para uma economia de baixo carbono não seria viável sem os chamados “minerais críticos”, como lítio, nióbio, terras-raras e cobre, entre outros, que são essenciais para o desenvolvimento das tecnologias e equipamentos necessários à transição energética. Mello ressaltou que o Brasil possui uma janela estratégica de oportunidades neste setor, defendendo que, ao investir em um setor mineral sustentável, o país não apenas contribui para a preservação ambiental, mas também se posiciona como líder na construção de um futuro energético mais justo e equitativo.
Entretanto, Mello também apontou desafios significativos que precisam ser superados para que o Brasil aproveite todo o seu potencial mineral. Um dos principais obstáculos, segundo o representante do IBRAM, é o limitado conhecimento sobre o subsolo brasileiro. Ele explicou que, em uma escala adequada de pesquisa mineral (1:50.000), apenas cerca de 3% do território nacional foi mapeado. Esse índice, ainda muito baixo, exige investimentos significativos para que o Brasil possa avançar na produção de seus recursos minerais e atender à crescente demanda global por minerais essenciais à transição energética. O painel contou ainda com a participação de representantes da Confederação Nacional da Indústria (CNI), da Vale e da Sigma Lithium Resources.
Alexandre Mello também mencionou em sua participação na COP29 que, no primeiro dia do evento, o Brasil anunciou uma nova e mais ambiciosa meta de redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE). A meta revisada prevê uma redução de 39% a 50% nas emissões em relação aos níveis de 2019 (1.712 MtCO2e). No entanto, conforme alerta o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e o primeiro Balanço Global do Acordo de Paris, o corte recomendado para limitar o aquecimento global a 1,5ºC é de 60% até 2035, tomando 2019 como base.
Mello destacou que o setor mineral já está dando passos importantes para contribuir com essa redução. Ele mencionou um projeto de descarbonização apresentado pelo setor no ano passado, que visa transformar suas atividades industriais por meio da inovação de processos, modelos de visão sistêmica integrada e transição para fontes de energia renovável. O projeto é resultado de uma parceria entre o IBRAM, o Governo Britânico no Brasil e o Mining Hub – um espaço de inovação do setor mineral. Clique aqui para saber mais.
A partir desse projeto de descarbonização setorial, o IBRAM acredita que a indústria mineral poderá avançar de maneira conjunta na transição energética, com benefícios diretos no combate aos impactos das mudanças climáticas.
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