Raul Jungmann, diretor-presidente do IBRAM, apresentou o documento em seminário internacional sobre o tema.
O Brasil precisa desenvolver o conceito de soberania mineral, defende o diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Raul Jungmann. Assim, torna-se fundamental elaborar uma política nacional que trace os rumos para o país ampliar a oferta de minerais críticos à transição energética e os considerados estratégicos para o desenvolvimento socioambiental e econômico. Para isso, esta Política Nacional de Minerais Críticos e Estratégicos “deve conjugar os interesses nacionais com aspectos como o mapeamento de mercados, a demanda mundial por minérios e relacioná-la com a capacidade de produção pelo Brasil, bem como com sua capacidade logística”, diz o dirigente.
Ter domínio e controle sobre o patrimônio mineral e poder planejar estrategicamente a evolução de sua produção concede ao Brasil a segurança mineral, ou seja, oferta perene dessas substâncias que proporcionam segurança alimentar e nutricional (minérios usados nos fertilizantes), segurança energética (minérios nos equipamentos de produção de energia) e segurança climática (minérios na transição para energia limpa).
Um passo para avançar nesta agenda é a publicação lançada nesta 3ª feira (7/5), em Brasília, por Raul Jungmann no Seminário Internacional de Minerais Críticos e Estratégicos: o green paper, organizado pelo IBRAM, pelo CETEM/MCTI e pela Humana Serviços em Sustentabilidade, intitulado “Por uma política de minerais críticos e estratégicos para o Brasil e para o futuro”. A publicação foi produzida para auxiliar o país a planejar estrategicamente seu desenvolvimento industrial conectado à promoção da indústria mineral, de modo a expandir as ações para a transição energética e a outros campos.
Jungmann diz que “o green paper é uma contribuição do setor empresarial para o governo, em especial ao Ministério de Minas e Energia, ao Congresso Nacional, à sociedade”. Em 4 de junho, o IBRAM irá apresentar o documento formalmente ao Congresso Nacional, acrescenta.
O dirigente afirma que “temos imenso potencial em termos de recursos minerais. No entanto, nossa potencialidade de recursos não se dá de forma simétrica ou compatível com nossa capacidade produtiva e a nossa capacidade para atender aos mercados. Isso se torna um problema muito grave no momento em que a Agência Internacional de Energia (IEA) projeta um mercado de US$ 1,1 trilhão em 2030 para os minerais críticos e estratégicos”.
Segundo ele, esta oportunidade para o Brasil se tornar um dos líderes na oferta global de minérios é um “passaporte para o futuro. Mas, antes, precisamos de um rumo, de uma política para esses minerais, de modo que possamos dizer aos demais países o que somos e o que temos. O mundo inteiro busca novas fontes de suprimentos de minerais; precisamos expandir nossa produção e isso tem que ser feito com justiça social, com distribuição de renda, com geração de empregos e com respeito às comunidades e este é o rumo que a indústria da mineração tem seguido por meio de sua Agenda ESG”.
Sobre o Seminário
O Seminário Internacional de Minerais Críticos e Estratégicos é organizado pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM). Tem a presença de autoridades e especialistas de vários países e organizações, como: Agência Internacional de Energia; ICMM – Conselho Internacional de Mineração e Metais; Fórum Econômico Mundial; União Europeia; Unesco; Comissão de Transição Energética; representações diplomáticas de EUA, Canadá, Bolívia, entre outras; além de BNDES; CNI; CNA; ABDI; MME; MRE, MDIC; ANM; SGB/CPRM; CTEM; mineradoras, como Lundin Mining; CBMM; Vale; Kinross; Companhia Brasileira de Lítio; Hydro; organizações como Vale Metais Básicos Atlantico Sul; Humana; Instituto Igarapé; Ellen MacArthur Foundation; WEG; ABIQUIM; Mining Hub.
O seminário conta com o patrocínio da Vale Metais Básicos (ouro); CBMM (Painel); Hazemag (Painel); Metso (Painel).
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