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Importação de fertilizantes recua 9,5% no semestre

11 de setembro de 2015

A importação de fertilizantes intermediários (NPK), dos quais o setor agrícola doméstico é praticamente dependente, já que aproximadamente 75% do que é consumido vêm de fora, mostrou recuo

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A importação de fertilizantes intermediários (NPK), dos quais o setor agrícola doméstico é praticamente dependente, já que aproximadamente 75% do que é consumido vêm de fora, mostrou recuo importante de 9,5% até julho deste ano, comparada ao mesmo período de 2013. Passou de 13,4 milhões para 12,13 milhões de toneladas. Embora o atual patamar do dólar ¬ no início de setembro encostou em R$ 3,80, o mais alto em 13 anos – traga benefícios para o setor agrícola, fortemente exportador, também traz complicações e desafios para alguns produtores nacionais, principalmente os de pequeno e médio porte.

 O encarecimento dos fertilizantes, associado a margens apertadas envolvidas na exportação de commodities agrícolas, tornam a valorização cambial um componente de influência direta sobre os preços. Insumos dolarizados, como fertilizantes, elevam o custo da produção agrícola. “A desvalorização do real eleva o preço do insumo. Mas, em compensação, a venda de commodities agrícolas também é beneficiada, pois também são cotadas em dólares”, explica David Roquetti Filho, diretor executivo da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda).

Esse benefício não alcança os pequenos e médios agricultores, que produzem para o mercado interno. Vale lembrar ainda que o setor de fertilizantes é um dos que mais cresce no mundo. No Brasil, segundo a Associação Internacional da Indústria de Fertilizantes (IFA, na sigla em inglês), a demanda nos últimos anos superou a dos demais países. Por isso, multinacionais como a Yara decidiram ampliar seus investimentos no Brasil. Há um ano, ao adquirir 60% da Galvani, a Yara assumiu um projeto de mineração em Serra do Salitre (MG), onde produzirá cerca de 1,2 milhão de toneladas de rocha fosfática por ano. Outros dois projetos assumidos ao fazer essa operação ficam em Angico dos Dias (BA), com capacidade de produção de cerca de 150 mil toneladas adicionais de rocha fosfática por ano, e em Santa Quitéria (CE), com capacidade de produção anual de cerca de 800 mil toneladas. 

Além da rocha fosfática, os projetos em desenvolvimento da Yara, uma das maiores empresas do mundo especializada em química de nitrogênio com presença em 150 países, incluem maior capacidade de produção de fertilizantes fosfatados. “Por questões estratégicas, não detalharemos o prazo de conclusão da obra em Minas Gerais”, explica Cleiton Vargas, diretor comercial da Yara Brasil. Vargas afirma que a aquisição do controle da Galvani tem como objetivo apoiar o desenvolvimento da produção de fertilizantes no país e ajudar a reduzir a dependência dos importados. Na avaliação dele, a dependência externa hoje é um fato inerente a esse setor, e que o país continuará dependente pelo menos no futuro próximo.

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As entregas de fertilizante das misturadoras às revendas também mostraram recuo significativo até julho. Caíram 7,7%. As entregas somaram 14,97 milhões de toneladas nos primeiros sete meses. Mas já houve uma recuperação em julho, quando foram entregues 3,26 milhões de toneladas, queda de apenas 0,15% sobre o mesmo mês de 2014. Segundo Roquetti, a retração da economia, aliada à escassez de crédito para o pré¬custeio, além da taxa de câmbio, fizeram com que o produtor rural atrasasse sua antecipação de compras de fertilizantes, a exemplo do que vinha fazendo de 2009 a 2014.

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Fonte: Valor Econômico

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