Individualização dos processos é fundamental para garantir a segurança das operações
9 de outubro de 2017
Neurocientista Luis Gaviria apresentou sua palestra “Neurociências aplicadas para estabelecer processos exitosos de segurança”, durante o 17º Congresso Brasileiro de Mineração. Confira a cobertura.
“Entender a natureza humana é fundamental para a redução do número de acidentes”. Esta foi uma das principais mensagens transmitidas pelo neurocientista Luis Gaviria, que apresentou a palestra “Neurociências aplicadas para estabelecer processos exitosos de segurança”, durante o 17º Congresso Brasileiro de Mineração. A apresentação tocou em um dos pontos fundamentais para a atividade minerária e buscou chamar a atenção dos presentes para a individualização dos processos a fim de reduzir continuamente o número de acidentes do setor.
Gaviria é membro do Conselho de Governadores da Associação Internacional de Coaching (IAC) e Provost do Neuroscience & Coaching Institute, onde também ensina neurociência aplicada ao coaching e liderança. Na avaliação do palestrante é fundamental que os profissionais atuantes na área estejam mais presentes em campo. “Não podemos mais ficar restritos à teoria. Um mapa é diferente de um território, que é feito de experiências, de ações que, feitas repetidas vezes, nos ensinam a conduta correta. Precisamos passar menos tempo no computador e mais tempo com as pessoas”, disse.
Gaviria lembrou que as falhas humanas são responsáveis pela maior parte dos acidentes, independentemente do setor, e que o envolvimento dos profissionais relacionados à segurança na conscientização das equipes de trabalho é fundamental para reverter este quadro. “Realizar programas e campanhas uma vez ao mês ou ao ano não é suficiente. O cérebro humano é movido a estímulos que precisam ser renovados continuamente. Conhecer a norma não é o suficiente, é apenas um ponto de apoio. Com o neurocoaching é possível aumentar as horas sem acidentes incapacitantes, pois permite conhecer a natureza humana”, defende.
Sobre a prática, o convidado também garantiu: “O cérebro humano funciona em níveis básicos no que diz respeito à sobrevivência. Ele deseja reduzir as ameaças e buscar as recompensas. Acima disto está a transcendência, ou seja, sentir que o desempenho daquela atividade vale a pena. Isso tem a ver com se sentir útil e se ver como parte daquela empresa ou organização e, consequentemente, que os conceitos de cultura interna, que envolvem a segurança, sejam internalizados. Se as pessoas não forem capazes de entender desta maneira, não haverá evolução”.