NOTÍCIAS

MBAC FERTILIZANTES QUER ENCABEÇAR EXPLORAÇÃO DE TERRAS-RARAS NO BRASIL

29 de março de 2012

rnDando os primeiros passos em um mercado promissor, mas pouco explorado na maior parte do mundo, a MbAC Fertilizantes conclui no próximo mês pesquisas geológicas no município de Araxá, em Minas Gerais, ond

rn

Dando os primeiros passos em um mercado promissor, mas pouco explorado na maior parte do mundo, a MbAC Fertilizantes conclui no próximo mês pesquisas geológicas no município de Araxá, em Minas Gerais, onde foram identificados minerais de terras-raras. A empresa tem em mãos uma grande área com altas concentrações dos valiosos metais e pode ser uma das primeiras empresas a produzi-los no Brasil. 

rn

A produtora de fosfato e potássio, em busca das matérias-primas para fertilizantes, adquiriu no ano passado uma área de 214 hectares, cujas informações preliminares apontam para 2,7 milhões de toneladas de minério contido com, no mínimo, teor de 6,6% dos elementos cério, lantânio e ítrio. 

rn

Isso significa que a região abriga ao menos 132 mil toneladas desses metais.”Ali já observamos altos teores, não comuns, de terras-raras. Mas há muitas informações ainda não analisadas no levantamento preliminar. Esses números tendem a crescer”, afirmou ao Valor Carlos Braga, vice-presidente de serviços técnicos da MbAC Fertilizantes. 

rn

 Segundo o executivo, na monazita – concentrado mineral onde se encontram os metais – foi verificada a presença de quase todos os 17 elementos químicos que compõem o grupo das terrasraras, essenciais em várias indústrias como a de informática, automobilística, de maquinários, 

rn

química e siderúrgica. Diante do potencial da área, a canadense decidiu investir nos próprios estudos geológicos e de viabilidade econômica, que devem ser concluídos em abril e maio, respectivamente. 

rn

A partir desse momento, a MbAC vai fazer o requerimento de lavra junto ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). 

rn

 Com a permissão, a companhia estará entre as primeiras a ter um direito do tipo no órgão. Ao mesmo tempo em que realiza os trâmites de pesquisa e aprovação para a exploração no Brasil, ela desenvolve a tecnologia da produção de óxido de terras-raras e procura na Ásia potenciais clientes para esse futuro negócio. A MbAC quer deter a exploração e o beneficiamento dos minerais, mas precisa ter contratos de longo prazo que garantam as vendas e o retorno para o investimento. “Não vamos investir em nada enquanto não tivermos parceiros de compra”, afirmou o executivo. Por isso, a companhia tem um funcionário na China, que busca parcerias também na Coreia e Japão. 

rn

 A grande aposta da MbAC é a cadeia dos ímãs de neodímio, matérias-primas de diversas aplicações, principalmente em energia, como motores elétricos. No entanto, a cadeia de produção desses materiais é complexa e, no Brasil, não há produção de ímãs. “Do óxido de terras-raras até o imã é um longo caminho. Não são muitos os países que atuam no setor. É difícil fechar essa cadeia”, afirmou Braga.

rn

Outra questão é o foco da MbAC. A companhia nasceu em 2008 de um grupo de empresários brasileiros que foi buscar parcerias e investidores no Canadá, para atuar em fertilizantes. Em 2009, abriu capital na Bolsa de Toronto, de onde vêm suas estratégias. “Estamos analisando as oportunidades em terras-raras, mas não é nosso negócio principal”, explicou o executivo. Hoje, a MbAC tem projetos de exploração de fosfato e de potássio no Brasil, e comprou em 2008 a Itafós Mineração (no Estado do Tocantins), dando início ao processo de verticalização de sua produção no país – mina e planta de processamento. Esse é o projeto mais adiantado da empresa e inclui a construção de uma fábrica de fertilizantes, que deve entrar em operação a partir de 2012. 

rn

 Outras empresas podem encabeçar o movimento de corrida pelas grandes reservas de terrasraras brasileiras. Segundo dados do DNPM, apenas três companhias detêm hoje o direito de explorar esses minerais no solo – a Vale, a Mineração Terras Raras e a Indústrias Nucleares do Brasil (INB). Os requerimentos para pesquisa mineral, por outro lado, já somaram 153 em 2010 e 2011, o que revela o aumento do interesse do setor privado nesse mercado. 

rn

 A Mineração Terras Raras e a INB detêm direitos de lavra há anos, mas não há informações sobre planos de produção dos metais por parte dessas empresas. Já a Vale, recentemente ela 

rn

confirmou seu interesse no setor. Quando questionada sobre em que etapa estavam seus projetos, no entanto, a companhia afirmou apenas que está realizando estudos de viabilidade em ocorrência encontrada nas minas de fosfato adquiridas em 2010 da Bunge. 

rn

 O mundo voltou a olhar para o mercado de terras-raras em 2010, depois que o premier chinês, Wen Jiabao, desenhou um plano para maior fiscalização, elevação dos padrões de produção e a consolidação dos produtores desses minerais. A China estabeleceu ainda cotas de exportação, o que levou os seus preços às alturas. Para se ter uma ideia, o óxido de lantânio era comprado há cerca de dois anos por US$ 5 o quilo. No entanto, já alcançou cifras de US$ 110 no segundo semestre do ano passado, voltando a recuar neste ano, para US$ 30 o quilo. 

rn

 Começaram a chamar atenção, assim, as reservas de mercados alternativos à China. Segundo Francisco Lapido Loureiro, pesquisador do Centro de Tecnologia Mineral (Cetem), os recursos identificados e medidos no Brasil são maiores do que as reservas oficiais da China, que hoje concentra mais de 90% do fornecimento global. 

rn

 Em março, a indústria alemã fez um “apelo” à presidente Dilma Rousseff por um acordo de matérias-primas, que incluiriam as terras-raras. No mesmo mês, a União Europeia, os EUA e o Japão deflagraram uma disputa contra a China na Organização Mundial do Comércio, a OMC. Os três países acusam Pequim de restringir a exportação de terras-raras e temem um desabastecimento.

rn

 

Fonte: Valor Econômico

Compartilhe:

LEIA TAMBÉM



IBRAM debate sobre mercado de fertilizantes e agregados no 3º Fórum e Feira de Mineração de Agregados

28 de novembro de 2022

O Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), representado pelo diretor-presidente, Raul Jungmann, e o diretor de Relações com Associados e Municípios, Alexandre…

LEIA MAIS

Participe da consulta pública para 8 protocolos do TSM

17 de outubro de 2022

Está aberta a consulta pública, lançada pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), para receber contribuições ao processo de adaptação e tradução…

LEIA MAIS

Mining Hub tem taxa de sucesso de 25% no primeiro ano

18 de fevereiro de 2020

O Mining Hub, inédito espaço de inovação aberta do setor mineral, completou o primeiro ano de atividades com elevada taxa de…

LEIA MAIS