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Dando os primeiros passos em um mercado promissor, mas pouco explorado na maior parte do mundo, a MbAC Fertilizantes conclui no próximo mês pesquisas geológicas no município de Araxá, em Minas Gerais, onde foram identificados minerais de terras-raras. A empresa tem em mãos uma grande área com altas concentrações dos valiosos metais e pode ser uma das primeiras empresas a produzi-los no Brasil.
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A produtora de fosfato e potássio, em busca das matérias-primas para fertilizantes, adquiriu no ano passado uma área de 214 hectares, cujas informações preliminares apontam para 2,7 milhões de toneladas de minério contido com, no mínimo, teor de 6,6% dos elementos cério, lantânio e ítrio.
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Isso significa que a região abriga ao menos 132 mil toneladas desses metais.”Ali já observamos altos teores, não comuns, de terras-raras. Mas há muitas informações ainda não analisadas no levantamento preliminar. Esses números tendem a crescer”, afirmou ao Valor Carlos Braga, vice-presidente de serviços técnicos da MbAC Fertilizantes.
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Segundo o executivo, na monazita – concentrado mineral onde se encontram os metais – foi verificada a presença de quase todos os 17 elementos químicos que compõem o grupo das terrasraras, essenciais em várias indústrias como a de informática, automobilística, de maquinários,
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química e siderúrgica. Diante do potencial da área, a canadense decidiu investir nos próprios estudos geológicos e de viabilidade econômica, que devem ser concluídos em abril e maio, respectivamente.
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A partir desse momento, a MbAC vai fazer o requerimento de lavra junto ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).
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Com a permissão, a companhia estará entre as primeiras a ter um direito do tipo no órgão. Ao mesmo tempo em que realiza os trâmites de pesquisa e aprovação para a exploração no Brasil, ela desenvolve a tecnologia da produção de óxido de terras-raras e procura na Ásia potenciais clientes para esse futuro negócio. A MbAC quer deter a exploração e o beneficiamento dos minerais, mas precisa ter contratos de longo prazo que garantam as vendas e o retorno para o investimento. “Não vamos investir em nada enquanto não tivermos parceiros de compra”, afirmou o executivo. Por isso, a companhia tem um funcionário na China, que busca parcerias também na Coreia e Japão.
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A grande aposta da MbAC é a cadeia dos ímãs de neodímio, matérias-primas de diversas aplicações, principalmente em energia, como motores elétricos. No entanto, a cadeia de produção desses materiais é complexa e, no Brasil, não há produção de ímãs. “Do óxido de terras-raras até o imã é um longo caminho. Não são muitos os países que atuam no setor. É difícil fechar essa cadeia”, afirmou Braga.
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Outra questão é o foco da MbAC. A companhia nasceu em 2008 de um grupo de empresários brasileiros que foi buscar parcerias e investidores no Canadá, para atuar em fertilizantes. Em 2009, abriu capital na Bolsa de Toronto, de onde vêm suas estratégias. “Estamos analisando as oportunidades em terras-raras, mas não é nosso negócio principal”, explicou o executivo. Hoje, a MbAC tem projetos de exploração de fosfato e de potássio no Brasil, e comprou em 2008 a Itafós Mineração (no Estado do Tocantins), dando início ao processo de verticalização de sua produção no país – mina e planta de processamento. Esse é o projeto mais adiantado da empresa e inclui a construção de uma fábrica de fertilizantes, que deve entrar em operação a partir de 2012.
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Outras empresas podem encabeçar o movimento de corrida pelas grandes reservas de terrasraras brasileiras. Segundo dados do DNPM, apenas três companhias detêm hoje o direito de explorar esses minerais no solo – a Vale, a Mineração Terras Raras e a Indústrias Nucleares do Brasil (INB). Os requerimentos para pesquisa mineral, por outro lado, já somaram 153 em 2010 e 2011, o que revela o aumento do interesse do setor privado nesse mercado.
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A Mineração Terras Raras e a INB detêm direitos de lavra há anos, mas não há informações sobre planos de produção dos metais por parte dessas empresas. Já a Vale, recentemente ela
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confirmou seu interesse no setor. Quando questionada sobre em que etapa estavam seus projetos, no entanto, a companhia afirmou apenas que está realizando estudos de viabilidade em ocorrência encontrada nas minas de fosfato adquiridas em 2010 da Bunge.
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O mundo voltou a olhar para o mercado de terras-raras em 2010, depois que o premier chinês, Wen Jiabao, desenhou um plano para maior fiscalização, elevação dos padrões de produção e a consolidação dos produtores desses minerais. A China estabeleceu ainda cotas de exportação, o que levou os seus preços às alturas. Para se ter uma ideia, o óxido de lantânio era comprado há cerca de dois anos por US$ 5 o quilo. No entanto, já alcançou cifras de US$ 110 no segundo semestre do ano passado, voltando a recuar neste ano, para US$ 30 o quilo.
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Começaram a chamar atenção, assim, as reservas de mercados alternativos à China. Segundo Francisco Lapido Loureiro, pesquisador do Centro de Tecnologia Mineral (Cetem), os recursos identificados e medidos no Brasil são maiores do que as reservas oficiais da China, que hoje concentra mais de 90% do fornecimento global.
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Em março, a indústria alemã fez um “apelo” à presidente Dilma Rousseff por um acordo de matérias-primas, que incluiriam as terras-raras. No mesmo mês, a União Europeia, os EUA e o Japão deflagraram uma disputa contra a China na Organização Mundial do Comércio, a OMC. Os três países acusam Pequim de restringir a exportação de terras-raras e temem um desabastecimento.
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Fonte: Valor Econômico
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