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MBAC investe US$ 1,2 bi para explorar fosfato e terras-raras

6 de setembro de 2012

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Para atingir um nível de produção anual de 1,5 milhão de toneladas de superfosfato simples (SSP, um adubo à base de fósforo) até 2016, a MBAC Fertilizer – companhia canadense liderada por brasileiros – vai investir US$ 1,2 bilhão nos próximos anos no Brasil. O aporte ainda crescerá com a exploração de terras-raras (conjunto de dezessete elementos que, hoje, desafia mineradoras de todo o mundo).

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São três os novos projetos da empresa localizados na região do Mapito (Maranhão, Piauí, Tocantins e parte da Bahia), a nova fronteira agrícola do País. Uma das plantas, a oeste de Minas Gerais, contempla a extração das terras-raras. 
Trata-se da operação de Araxás (MG), onde estima-se que três milhões de toneladas de óxidos do tipo estão incrustados no solo, e com alto teor de pureza: acima de 5%. “Essa é uma das maiores reservas do mundo”, afirmou ao DCI o presidente da MBAC, Roberto Busalto Belger – embora, depois, tenha reconhecido que, nesse mercado, “cada empresa anuncia que a sua mina é a maior”.

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E os anúncios têm acontecido com frequência mensal, segundo o executivo, que dirigiu a Bunge Fertilizantes e acumulou trinta anos de experiência nos segmentos de mineração e adubos.

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“Há três anos, não se falava em terras-raras. Mas a China, que produzia e exportava 90% desses elementos, na expectativa de internalizar a própria tecnologia, cortou suas exportações. Então, o mundo todo passou a buscar novas fontes das matérias-primas”, contextualizou Belger.

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Quilos valem toneladas

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As terras-raras destinam-se à fabricação de produtos tecnológicos, como telas de computador e catalisadores de combustão. “São essenciais para dois tipos de indústria: a de tecnologia verde e a de alta tecnologia, que demandam baixos volumes com alto valor agregado, isto é, quilos que valem toneladas”, ilustrou Belger.

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Uma “cesta-básica” contendo mil quilos de terras-raras vale, em média, US$ 50 mil. Entretanto, apenas um quilo de alguns desses elementos pode custar até mil dólares. “O mercado existe, mas não é tão grande. Tem potencial de crescimento porque abastece indústrias do presente e do futuro”, definiu o especialista. 
O desafio atual das empresas que trabalham com terras-raras, no Brasil, é separar o óxido da matéria-prima, ou seja, a purificação dos elementos. A indústria brasileira está convidando especialistas japoneses, coreanos e europeus para desenvolver a aplicação fabril das terras-raras, segundo Belger. “O problema não é o tamanho da reserva, mas o controle da tecnologia”, explicou.

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Questionado sobre o quanto a MBAC investirá em sua planta de terras-raras, lá em Araxás, Belger calou. “Existe um potencial de valor muito grande, e os investidores, sem dúvida, estão muito interessados nesse potencial”, disse em seguida.

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Terras fosfóreas

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Nessa mesma mina – localizada no Triângulo Mineiro, ao lado da maior operação de fosfato da Vale -, a MBAC prepara terreno para também extrair, a partir de 2016, a matéria-prima do adubo SSP, cuja função é fazer raízes se prolongarem – algo de uso tipicamente brasileiro, em função dos tipos de solo encontrados no País. 
Mas Belger não revela os números de tal projeto. Por outro lado, entra em detalhes a respeito das outras duas plantas de fosfato, ambas em fase de preparação, da companhia: em Arraias (TO) e Santana (PA).

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Os negócios fazem parte de um amplo plano de investimentos: US$ 18,9 bilhões até 2016, liderados por Vale e Petrobrás, para desenvolver a cadeia brasileira de fertilizantes (que ainda depende, a nível de 70%, da importação de matérias-primas).

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Em Arraias, a exploração das minas de fosfato começarão em novembro. “A terraplanagem já foi feita para a duplicação, entre 2016 e 2017, para chegar a uma extração de um milhão de toneladas por ano”, acrescentou Belger. O investimento total previsto para a planta é de US$ 400 milhões.

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Já em Santana, o volume de exploração anual deve chegar a 500 mil toneladas de fosfato no final de 2015, tendo recebido aportes de US$ 650 milhões. “A pureza do fosfato, em Santana, é praticamente o dobro do de Arraias”, detalhou o chefe das operações. 400 mil toneladas de fertilizantes de alta concentração e 100 mil toneladas de sal mineral, para nutrição animal, também deverão ser extraídos anualmente do local.

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“As regiões têm as mesmas características estratégicas: localizam-se na nova fronteira agrícola do Brasil e têm acesso ao Mato Grosso, que é o maior consumidor de fertilizantes do País.”

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Elemento K

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A MBAC também passará a sondar, ainda neste ano, reservas de potássio em Anebá (AM).

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Vale registrar que os principais macronutrientes utilizados na fabricação de fertilizantes (mais especificamente, nas formulações NPK, que são os adubos utilizados em larga escala) são nitrogênio, fósforo e potássio. 
Declarado celeiro do mundo, o Brasil importa 92% do potássio e 50% do fosfato que consome.

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Fonte: DCI

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