México vive uma nova corrida do ouro
19 de julho de 2012
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Uma nova corrida do ouro está acontecendo aqui.
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O longo ciclo de preços altos do metal, ultrapassando US$ 1.500 a onça, permitiu a grandes companhias como a Canada Goldcorp Inc. estabelecer operações em áreas onde, no passado, não havia concentração de ourosuficiente no solo para tornar a mina lucrativa. Este ano, a Goldcorp deve produzir 500.000 onças de ouro na sua enorme mina de pequena concentração de Peñasquito, no Estado de Zacatecas, tornando-a a maior mina de ouro do México e a mais prolífica da companhia.
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Em outros lugares do México, as descobertas de depósitos mais concentrados levaram um grupo de empresas a aumentar os investimentos e compras de terrenos. Esses achados de ouro de alto teor incluem um depósito subterrâneo do tamanho de um arranha-céu nas montanhas de Guerrero – um filão de quase 300 metros de profundidade e 150 metros de largura que as mineradoras acreditam ser o mais concentrado já descoberto no México nos últimos 50 anos.
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“As pessoas tinham dito que não havia mais nada para se descobrir no México. Agora você está vendo um renascimento”, disse Richard Whitall, diretor-presidente da canadense Newstrike Capital Inc., que descobriu o veio de Guerrero, o qual ainda está sendo explorado.
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A prata há muito tempo é o carro-chefe da indústria da mineração no México. Mas no ano passado o país entrou para o grupo dos dez maiores produtores de ouro do mundo, ao extrair mais de 86 toneladas do metal, três vezes mais que dez anos antes e mais que outros pesos pesados da região, como Chile e Argentina.
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As mineradoras atribuem esse crescimento em parte à disparada dos preços da commodity, depois de um ciclo de 20 anos de preços baixos, em torno de US$ 400 a onça. Quando a crise financeira atingiu os Estados Unidos e a Europa, os preços do ouro subiram à medida que muitas pessoas tiravam seu dinheiro de investimentos mais arriscados para comprar ouro. No México, isso possibilitou que as mineradoras obtivessem lucros gordos em regiões onde o ouro não era tão concentrado.
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As operações da Goldcorp aqui na mina de Los Filos, em Guerrero, permite vislumbrar aonde os preços altos estão levando países produtores de ouro como o México. Garimpeiros vêm extraindo ouro em pequena escala dessas montanhas desde a época colonial, deixando para trás redes de escavações subterrâneas e mesmo algumas cidades abandonadas.
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Los Filos, ao contrário, é uma mina ampla a céu aberto do tamanho do município vizinho de Mescala. Uns 2.000 empregados trabalham aqui. Mais de 70.000 toneladas de terra são retiradas por dia com escavadeiras e explosivos, e então transportadas por caminhão para um lugar nas proximidades, onde o mineral é extraído em piscinas de cianeto. Os químicos são reciclados em tubulações e o processo recomeça.
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Depois de um investimento de US$ 500 milhões, a mina começou a operar comercialmente em 2008. No ano passado, os mineiros extraíram 330.000 onças de ouro – um recorde para a mina, que deve manter-se em operação por mais 12 anos.
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O sucesso em Los Filos levou a companhia a fazer um investimento ainda maior no México, quando, em 2010, ela comprou e começou a desenvolver a mina de Peñasquito, em Zacatecas, a um custo de US$ 1,7 bilhão, o maior investimento que a Goldcorp já fez num país estrangeiro. Além da média de 500.000 onças de ouro por ano, o complexo também deve produzir uma média anual de 28 milhões de onças de prata, juntamente com grandes quantidades de chumbo e zinco.
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“O volume a céu aberto explodiu lá”, disse Salvador García, diretor das operações da Goldcorp na América Latina.
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As empresas afirmam que elas são atraídas para o México pelas leis de mineração, que permitem às firmas estrangeiras ficar com grande parte dos lucros dos seus investimentos. Segundo as leis federais, as empresas têm que solicitar uma concessão de direitos de mineração ao governo do México e operar através de uma companhia mexicana. Mas essa companhia local pode pertencer totalmente a estrangeiros.
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Esse sistema possibilita aos investidores estrangeiros controlar inteiramente suas operações e ao governo do México cobrar impostos deles sob as leis locais. Há um imposto de 34% sobre os lucros mais taxas de mineração, que variam de acordo com a mina.
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Fonte: Valor On-line