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Minas tem pouca mão de obra para muitos investimentos

21 de janeiro de 2013

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Por ser o maior produtor brasileiro de minério de ferro e o Estado com maior número de municípios do país, é comum encontrar em Minas Gerais diversos exemplos de pequenas cidades que, devido à sua riqueza natural, são alvo de grandes empreendimentos industriais. Sem mão de obra qualificada disponível, as empresas são obrigadas a importar trabalhadores de outros municípios e até de outros Estados. Isso aumenta o custo da operação e, em situações extremas, inviabiliza alguns investimentos.

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As altas na cotação internacional do minério de ferro, ao longo da última década, têm impulsionado um novo ciclo de investimentos no setor, o que, em alguns casos, escancara o descompasso entre o porte dos investimentos e a falta de preparo das cidades para recebê-los. Replicada em diferentes setores e partes do país, essa situação ilustra o chamado apagão de mão de obra, que, para alguns especialistas, é um dos principais obstáculos ao crescimento do Brasil.

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Mas há também quem enxergue nessa situação um sinal claro de crescimento do país, em que a oferta de empregos aumenta a rotatividade dos trabalhadores e onde a capacitação é um processo constante.

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Com 3.500 habitantes, o município de Morro do Pilar, na região Central de Minas Gerais, parece não se dar conta de que está prestes a receber um dos maiores projetos de mineração do país. É lá que a recém-criada mineradora Manabi pretende investir a maior parte dos US$ 4,1 bilhões reservados para um projeto de exploração de 25 milhões de toneladas de minério de ferro por ano (uma parte do dinheiro será usada na construção de um mineroduto, que vai levar o minério até o Espírito Santo).

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“Mineradora? Eu acho que aqui não vai ter ninguém para trabalhar com isso não”, disse um desconfiado morador da cidade, que pediu para não ser identificado e afirmou conhecer o projeto “por alto”. “Eles têm de treinar o pessoal aqui pra trabalhar lá, mas vamos ver”, completou.

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Para a dona de casa Jovelina Pereira, o megaempreendimento é algo que pode ser bom pra cidade. “Eu notei que o movimento aqui aumentou de uns tempos pra cá. Isso deve ser bom para o comércio, né? Mas não sei bem o que eles vieram fazer aqui não”, admite.

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A Manabi ainda está em processo de licenciamento ambiental e o movimento que já existe na cidade é de empresas que fazem análises preliminares do solo. Seu Roque, 74, morador da zona rural, ficou sabendo do empreendimento porque a empresa procurou seus dez filhos querendo comprar suas propriedades. “Eles ficaram de voltar para dar o preço, mas eles (seus filhos) não estão com a intenção de vender não. É pra quê que eles querem tanta terra, você sabe?”.

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O vice-prefeito de Morro do Pilar, Bernardo Carvalho, diz que a população da cidade deve triplicar com a instalação da empresa – a expectativa é de geração de pelo menos 2.000 empregos diretos. “Acabamos de assumir a prefeitura e estamos esperando algumas definições da Manabi. Queremos uma parceria para que a população aqui seja qualificada e que o máximo possível seja absorvido pela mineradora”.

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Atualmente, a população vive basicamente de agricultura para subsistência, comércio e artesanato.

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CAPACITAÇÃO
Unidade do Senai será criada para atender à demanda local

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O Senai ainda estuda a melhor maneira de atender à demanda da mineradora Manabi por mão de obra em Morro do Pilar. O Senai já tem uma escola em Conceição do Mato Dentro, distante 30 quilômetros do município. “Sem dúvida, haverá atendimento, mas ainda não está definido se será uma unidade fixa, uma temporária ou até mesmo uma escola móvel”, disse o gerente de educação do Senai-MG, Edmar Alcântara.

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Sobre a percepção de que falta mão de obra qualificada no Estado para atender à necessidade das empresas, Alcântara responde: “Não se pode esperar que uma cidade pacata de 4.000 habitantes tenha profissionais qualificados e treinados à espera de uma grande empreendimento”.

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O pequeno município está prestes a receber um investimento de quase US$ 4 bilhões, e não há na cidade gente disponível para preencher as vagas que serão abertas. A projeção é de que a população da cidade cresça 300%. “É aí que surge um pouco o mito do apagão de mão de obra. Nesse caso, é o empreendimento que está destoando do perfil local”, explica.

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Alcântara diz que a preocupação das grandes empresas em buscar mão de obra tem de vir antes mesmo das etapas básicas, como a de licenciamentos ambientais . “O ideal é que esse processo comece com uma antecedência de, no mínimo, três anos. Não se treina do dia pra noite”, destaca.

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Qualificação abrange toda a cadeia produtiva
Mesmo que o investimento seja em um setor específico, como mineração ou siderurgia, haverá cursos de qualificação generalizados para padeiros, fabricantes de uniforme, donos de hotéis e restaurantes. “São cursos da nossa primeira etapa, que é para o momento de criação de infraestrutura”, explica o gerente de educação do Senai-MG, Edmar Alcântara. O prefeito de Riacho dos Machados, no Norte de Minas, Elton Marques de Almeida, aposta todas as suas fichas na qualificação da sua população para receber um investimento de R$ 260 milhões em exploração de ouro. “O Senai está vindo para qualificar nossa população, e espero que ela tenha prioridade na contratação”, diz. “Vivemos basicamente da agropecuária, mas sofremos muito com a seca”.

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Fonte: O Tempo

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