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Mineração de nióbio e fosfato triplica o PIB de Araxá em uma década

14 de julho de 2014

Nesta cidade do Alto Paranaíba, com menos de 100 mil moradores, fincaram endereço gigantes da mineração. Do solo rico do pacato e charmoso município saem minérios fosfatados direcionados ao agronegócio

Nesta cidade do Alto Paranaíba, com menos de 100 mil moradores, fincaram endereço gigantes da mineração. Do solo rico do pacato e charmoso município saem minérios fosfatados direcionados ao agronegócio e nióbio, metal raro utilizado para a produção de ligas especiais, como aços resistentes a altas temperaturas para uso em turbinas de aviões e naves espaciais. Riquezas que se traduzem em emprego e renda para a população e o comércio local.

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Terra de Dona Beja e de fontes de águas termais, Araxá, tema da sétima matéria da série de reportagens sobre cidades mineradoras, publicada aos domingos pelo Hoje em Dia, assiste a um salto na sua economia. Puxado pelo motor da mineração, em uma década, o Produto Interno Bruto (PIB) subiu de R$ 810 milhões, em 2001, para R$ 2,8 bilhões, em 2011.

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As cifras provenientes da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem) também impressionam, com crescimento de 53% entre 2012 e 2013. Só até junho deste ano, o imposto somou aos cofres municipais R$ 3,57 milhões.

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Grande parte dos recursos é proveniente das atividades da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), o mais importante fornecedor de nióbio do mundo, com aproximadamente 95% da produção universal. Com seis décadas de exploração, estima-se um potencial de extração do minério raro por pelo menos mais 200 anos.

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Paralelamente, a companhia desenvolve uma tecnologia para a concentração de terras-raras (grupo de elementos químicos) presentes na monazita, mineral contido no minério utilizado pela CBMM em Araxá. Mais de R$ 60 milhões foram investidos no projeto, e potenciais consumidores internacionais já manifestaram interesse pelo produto. Hoje, a companhia conta com cerca de 1.800 funcionários.

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Outra grande mineradora em Araxá é a Vale Fertilizantes, que emprega atualmente 2.300 profissionais entre quadro próprio e terceiros. Juntas, a empresa e a CBMM alavancam uma cadeia de empresas prestadoras de serviços, responsáveis por 70% da arrecadação de ISSQN.

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“Podemos dizer que a cidade é quase uma ilha no meio da baixa produtividade econômica do país”, diz o presidente da Associação Comercial e Industrial de Araxá (ACIA), Marcio Antonio Farid.

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Na Park Idiomas, mais de 40% dos alunos são funcionários ou familiares de trabalhadores que ganham a vida nas mineradoras. “Começamos em 2011, com 47 estudantes. Hoje, 550 aprendem inglês conosco”, comemora a proprietária e professora da escola, Beth Abdanur.

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Levados pela mineração, profissionais que visitam Araxá também dificilmente resistem aos doces e compotas de frutas. Dos tachos da fábrica Dona Joaninha, a mais tradicional da cidade, saem iguarias suficientes para preencher três mil vidros por mês. “Quase 90% da nossa clientela são provenientes do turismo de negócios”, afirma o empresário Luiz Augusto Nunes, filho da Dona Joaninha.

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Parque tecnológico receberá R$ 40 milhões

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Para agregar valor à riqueza extraída em solo araxaense e desenvolver tecnologia a partir do fosfato, nióbio e terras raras, principais matérias-primas da região, até o início de 2015 será implantada no município a Cidade Internacional da Inovação e Tecnologia de Araxá (Ciitat).

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O objetivo é abrigar incubadoras e empresas para a realização de intercâmbios entre estudantes, professores e demais profissionais ligados a universidades e centros internacionais de pesquisas. Universidad Pontifícia de Salamanca, Universidade de Coimbra, Colorado School of Mines e Worcester State University, em Massachusetts, são potenciais parceiras, segundo o secretário municipal de Planejamento e Gestão, Alex Ribeiro Gomes.

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A sede do parque tecnológico será o antigo Hotel Colombo, construído em estilo art déco em 1926. Com uma área de 12 mil metros quadrados, o local onde durante 22 anos funcionou um cassino receberá cursos de pós-graduação e servirá de residência internacional estudantil, residência de docentes estrangeiros, projetos de pesquisa, seminários internacionais e para o setor administrativo.

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“O dinheiro para a obra, estimada em R$ 10,3 milhões, já está garantido”, afirma o secretário. Em uma área de 168 hectares, localizada às margens da BR-262, ficarão as empresas. Todo o projeto é orçado em aproximadamente R$ 40 milhões.

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“O Brasil exporta nióbio e fosfato. Lá fora, essas matérias-primas são transformadas em produtos com valor agregado por empresas que vendem para a gente de novo. Com o parque tecnológico, queremos quebrar esse ciclo e gerar mais renda e emprego aqui”, diz Alex Ribeiro.

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Até o início de 2015, também estará em funcionamento em Araxá o novo campus da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). Entre os novos cursos estão Engenharia Civil e de Minas, Letras e Hotelaria. “Com isso, mais araxaenses poderão permanecer na cidade”, ressalta.

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Turismo de negócios cresceu 18% em 2013

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O turismo também pega carona na mineração. Graças à realização de congressos, feiras, seminários e festivais, o número de eventos em Araxá cresceu 18% em 2013, na comparação com 2012. Segundo a Secretaria Municipal de Turismo, a taxa média anual de ocupação da rede hoteleira, composta por 2.775 leitos, é de 67%.

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“Poderia ser melhor, mas estamos conseguindo captar eventos, muitos deles com patrocínio das mineradoras, caso do Encontro de Carros Antigos, que é um sucesso”, diz a turismóloga da pasta, Fernanda Araújo.

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Termas de Araxá

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Principal empreendimento do setor hoteleiro, o Tauá Grande Hotel e Termas de Araxá também vê aumentar em 10% ao ano a quantidade de eventos realizados nas suas dependências. Na alta temporada, a lotação é máxima. Durante o restante do ano, porém, a ocupação dos quartos cai para 38%.

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Para receber bem o hóspede, que tem à disposição a água da fonte do rejuvenescimento onde Dona Beja se banhava, sauna seca e úmida e ducha escocesa, 248 funcionários formam a equipe. As demais atividades, como banho de lama negra (R$ 90) e vinhoterapia (R$ 240), são pagas e abertas aos visitantes.

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Com um arrendamento de 15 anos, renováveis, a rede Tauá quer retomar os tempos áureos do hotel, que chegou a ficar fechado e só foi reaberto em 2001. Atualmente, o piso dos apartamentos é reformado e passadeiras de todos os andares estão sendo trocadas. O investimento não foi revelado.

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Fonte: Hoje em Dia

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