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Mineração já usa madeira de reflorestamento no Estado do Ceará

29 de janeiro de 2014

Em fase de instalação para extração de calcário, empresa no Ceará testa o poder calorífico dos vegetaisrnA prática sustentável está cada vez menos dissociada das propostas mais rac

Em fase de instalação para extração de calcário, empresa no Ceará testa o poder calorífico dos vegetais

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A prática sustentável está cada vez menos dissociada das propostas mais racionais do desenvolvimento contemporâneo. A equação de impactos de atividades tradicionalmente apontadas como degradantes tende a ser mais positiva quanto melhor for o manejo que vise aumentar o potencial energético e, ao mesmo tempo, reduzir a emissão de gases geradores do efeito estufa. Uma empresa de mineração está em fase de instalação em Quixeré, no Vale do Jaguaribe, com a ambição de emitir menos gases do que ocorre atualmente. A chave para isso é o uso de árvores.

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A exploração de calcário é uma das mais importantes atividades mineradoras do Estado. Demanda energia e no processo de calcinação (aquecimento) é utilizado o coque de petróleo, um produto sólido derivado de óleos pesados e com alto poder calorífico – sua queima, duradoura, libera maior energia.

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O calcário é matéria-prima para a produção de cimento, de cal (utilizada na correção do Ph dos solos agrícolas), atua na fundição na metalurgia e na fabricação de vidros, dentre diversas utilidades. Um elemento necessário ao homem e, portanto, à indústria. Mas isso não a isenta como atividade de impacto ao meio ambiente.

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Combustível vegetal

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Pensando nisso, a Itatiba Mineração, em Quixeré, pretende substituir o uso do coque de petróleo como matriz energética em até metade da queima. Em seu lugar, madeira de reflorestamento com alto potencial calorífico. Os vegetais escolhidos foram o Eucalipto e o Capim Elefante, plantados em cinco hectares na fase experimental.

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O poder calorífico do Eucalipto, ou seja, sua madeira, como combustível, é de conhecimento secular indígena, mas que um dia ganhou importância, quando a Sociedade de Química de São Paulo, após diversos experimentos, finalizados em 1929, por Luiz Wanderley, professor de Física da Escola Politécnica de São Paulo, concluiu ser o produto uma benesse industrial.

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A lógica da gestão ambiental é a sustentabilidade. As árvores como combustível permitem uma menor emissão de dióxido de carbono (CO2) como produto da queima, mas o plantio de árvores também é uma forma de dar um desconto na emissão de gases poluentes.

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Reflorestamento

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“A nossa proposta é contribuir com o meio ambiente em duas frentes: na substituição da matriz energética e no reflorestamento, para que a energia que utilizarmos não seja fruto de um desmatamento”, afirma o engenheiro e empresário Antônio Neto, sócio da Itatiba Mineração.

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Mas além do poder calorífico, a escolha do Eucalipto e do Capim Elefante se dá pela facilidade de plantio na Chapada do Apodi, onde está situada a Itatiba. O eucalipto tem uma necessidade maior de solos profundos, o que não é possível em qualquer lugar da Chapada, onde há solos rasos. O capim, como não tem raiz profunda, pode ser plantado em qualquer solo da Chapada do Apodi.

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De acordo com Antonio Neto, o combustível vegetal na mineração é mais comum em outras regiões do País onde há maior abundância de água. “No Nordeste, somos pioneiros”, afirma. A empresa criou o Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), com a finalidade de estudar fontes alternativas de combustíveis, visando substituir, ao máximo, a utilização de combustíveis fósseis (petcoke) por combustíveis oriundos da biomassa e por consequência, reduzindo os impactos gerados pela emissão dos gases oriundos do processo produtivo.

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Vantagens

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“O combustível vegetal como matriz energética é muito usado no Ceará, mas em cerâmicas e caieiras, que usam lenha. Em empresas grandes de exploração de calcário não é comum, especialmente porque existe forte demanda de água”, afirma Alexandre Pinto, químico industrial e técnico da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace). Ele afirma que o combustível vegetal tem várias vantagens sobre o combustível fóssil, este que libera não somente dióxido de carbono, mas outros atrelados. Quando não existe a opção do combustível vegetal, o uso de filtro antipoluente, nas indústrias, é uma boa alternativa.

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O empresário Antonio neto explica que foram investidos US$ 2,5 milhões em equipamentos e sistemas de controle e monitoramento ambiental. Com esta inovação, a empresa lança no mercado um produto ecologicamente correto. Os produtos da Itatiba Mineração irão abastecer os mercados da construção civil, siderurgia, pelotização, papel e celulose, indústria química e termoeletricidade.

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O projeto de “Cal de Quixeré” é implantado em parte de uma área de 4.118 hectares, com reservas minerais lavráveis aferidas junto ao Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM) e que superam 1,3 bilhão de toneladas de calcário calcítico.

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Fonte: Diário do Nordeste

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