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Mineradoras cogitam ir mais fundo na crosta da Terra

6 de junho de 2012

 rnSerá que os minerais do planeta estão se esgotando?rnUm projeto recente alardeado pela mídia para minerar asteroides em busca de platina, níquel e outros ingredientes para a produção de metais se base

 

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Será que os minerais do planeta estão se esgotando?

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Um projeto recente alardeado pela mídia para minerar asteroides em busca de platina, níquel e outros ingredientes para a produção de metais se baseia, em parte, na noção de que enfrentaremos escassez em um futuro não muito distante.

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O grau dessa escassez é tema de debate, da mesma forma que a capacidade das tecnologias atuais de radar, sonar e de perfuração de encontrar novas fontes de recursos – que talvez não consigam saciar o apetite cada vez maior da civilização por produtos à base de metais, desde próteses de joelho a iPads.

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Investidores liderados pelo diretor-presidente da Google Inc., Larry Page, e pelo diretor de cinema James Cameron lançaram em abril a Planetary Resources Inc., com a mensagem de que os recursos da Terra podem em breve não ser suficientes frente à demanda de uma população que se aproxima a 10 bilhões.

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A Caterpillar Inc. já se uniu à National Aeronautics and Space Administration, agência aeroespacial do governo americano, para desenvolver equipamento de mineração no espaço. “Vemos as operações autônomas de equipamento como sendo o mesmo tipo de tecnologia que pode ser usada na Lua ou em qualquer aplicação de mineração”, diz Michele Blubaugh, gerente de Serviços de Tecnologia de Inteligência da Caterpillar.

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Mas as firmas que ganham seu dinheiro minerando o planeta dizem que a Terra é uma mina gigante, praticamente inesgotável, com tantos cantos inexplorados quanto o espaço sideral. “Achamos que há minerais suficientes para mais 10.000 anos de civilização”, diz Andrew McKenzie, geólogo que é o diretor-presidente da divisão de metais não ferrosos da BHP Billiton PLC.

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Alguns minerais são mais abundantes e algumas partes do mundo são mais ricas em recursos. O mundo tem muito potássio – quantia suficiente para 610 anos, o que garante séculos de fabricação de fertilizantes, e reservas conhecidas de minério de ferro para 590 anos, segundo estimativas da agência americana U.S. Geological Survey.

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A Terra tem reservas de cobre suficientes para cerca de 136 anos, mas apenas uma pequena parte disso na Austrália, de acordo com a USGS. A América do Sul tem aproximadamente metade das reservas de cobre ainda existentes. E essas estimativas se referem ao que as mineradoras têm planos concretos para extrair – um total bem menor do que as quantidades colossais que estão enterradas na crosta da Terra.

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Se as mineradoras se interessassem em explorar o fundo dos oceanos, elas poderiam recuperar 10 milhões de toneladas de ouro, no valor de US$ 500 trilhões, de acordo com químicos. Na década de 1920, o químico alemão Fritz Haber, ganhador do Prêmio Nobel, acreditava ser possível extrair dos oceanos ouro suficiente para pagar a dívida de seu país após a Primeira Guerra Mundial. Ele não conseguiu convencer governos a tentar colocar em prática sua ideia.

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“É inimaginável que vamos precisar contar com asteroides no espaço para suprir a Terra com metais”, diz Scott McLean, diretor-presidente da mineradora canadense HTX Minerals Corp. Ele diz que o conceito é “interessante; é visionário pensar sobre essas coisas”, mas acrescenta: “A generosidade mineral da Terra é imensa, e vai continuar a abastecer-nos por milênios.”

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Os elementos químicos estão em toda parte. Para determinar se um depósito tem mineral suficiente para extração, as empresas fazem mapeamento geológico aéreo e perfuram o núcleo para amostras. Um depósito com quantias suficientes para extração é qualificado como “reserva”. Caso contrário, é chamado de “recurso”.

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Na maioria dos casos, as reservas contêm minerais excepcionalmente concentrados em um único lugar – bem acima do que cientistas e geólogos chamam de “abundância na crosta”, ou a frequência em que um mineral é encontrado em uma rocha específica. O cobre, por exemplo, deve ser encontrado em níveis que superem em 50 vezes seu nível natural de abundância média da crosta de 0,006%, para que valha a pena extraí-lo; o ouro, 1.000 vezes. Tais concentrações são criadas geralmente por eventos geológicos como erupções vulcânicas ou mudanças das placas tectônicas que enviam fluídos quentes carregados de metal para partes mais acessíveis da crosta terrestre.

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A crosta terrestre tem entre 5 e 50 quilômetros de espessura. Na maior parte da Terra, apenas o primeiro quilômetro já foi minerado. “Apenas a superfície já foi escavada em busca de metais”, diz Magnus Ericsson, sócio sênior da Raw Materials Group, consultoria suéca.

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Essa visão leva a algumas estimativas bastante otimistas. J.E. Tilton, economista da Colorado School of Mines, estima que “aos níveis atuais de consumo, o cobre e o ferro encontrados na crosta da Terra durariam 120 milhões de anos e 2,5 bilhões de anos, [respectivamente]”. Mas essa afirmação não considera os custos de extração.

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As mineradoras dizem que há muitas regiões inexploradas do planeta, incluindo a Groenlândia, o Ártico canadense, a Mongólia e o fundo do mar.

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As empresas podem usar robôs para desenterrar pequenas torres de sulfetos metálicos que são formadas depois que o magma empurra fluídos com ouro, cobre e outros metais para o fundo do mar. Há previsões de que o fundo do mar na Papua Nova Guiné comece a ser explorado em busca de cobre até o fim desta década.

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Já em terra, engenheiros de mineração dizem que novas técnicas, tais como a dissolução de minerais para que sejam sugados através de dutos, ou a extração de minério de ferro com jatos de água de alta potência, podem aumentar reservas recuperáveis.

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A razão mais convincente para a mineração de asteroides seria um elemento ainda não desejado que termine se tornando valioso por causa de algum avanço tecnológico futuro.

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Eric Anderson, um dos fundadores da Planetary Resources, a nova empresa de mineração do espaço, disse que já descobriu como garimpar um asteroide de 120 metros de comprimento, que ele calcula conter 330 toneladas de platina, ao custo de US$ 431 dólares a onça, pouco mais que a mineração de platina custa na Terra. Os métodos possíveis incluem o uso de robôs e embalar o asteroide em uma bolsa que dissolveria os minerais.

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Willi Boehm, executivo da australiana Aquarius Platinum Ltd., uma das maiores produtoras de platina do mundo, não acha que a mineração de asteroides possa ser barata. Ele disse que os preços da platina teriam de ser muito maiores que os atuais de US$ 1.500 a onça para valer a pena explorar o espaço. “Já temos problemas suficientes só com a mineração na África”.

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Mineradoras ouvem o canto da sereia: Uma nova classe de firmas de mineração especializadas planeja mergulhar fundo no oceano em busca de ricas jazidas de metais e minerais.

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Fonte: The Wall Street Journal

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