NOTÍCIAS

Mineradoras devem investir mais de R$ 100 bi em Minas

16 de julho de 2012

O cenário internacional é de crise, o ambiente tributário prevê alta nas alíquotas e nas taxas, e o custo burocrático segue alto. Ainda assim, o setor mineral vai investir mais de R$ 150 bilhões no Bras

O cenário internacional é de crise, o ambiente tributário prevê alta nas alíquotas e nas taxas, e o custo burocrático segue alto. Ainda assim, o setor mineral vai investir mais de R$ 150 bilhões no Brasil até 2016. Minas Gerais, como maior Estado produtor de minério de ferro do Brasil, deve ficar com a maior fatia desse bolo: cerca de R$ 100 bilhões.

rn

As previsões otimistas, divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), se justificam, segundo o presidente da instituição, José Fernando Coura, em função da demanda asiática, que ajuda a manter o alto preço internacional do minério de ferro e faz com que os investimentos no setor ainda sejam competitivos.

rn

Mesmo com a perspectiva real de aumento na alíquota da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem) de 2% do faturamento líquido para 4% do faturamento bruto, os ativos minerais continuam lucrativos. “Levando em conta todo esse possível aumento de custos, conseguimos desenvolver um projeto muito competitivo, ao custo de US$ 80 por tonelada”, explica o presidente da Ferrous, Jayme Nicolato.

rn

A empresa está investindo US$ 1,5 bilhão para produção de 15 milhões de toneladas de minério de ferro até 2016 na região de Congonhas. Com o projeto operando, o custo deverá cair para US$ 30 a tonelada, enquanto essa mesma quantidade de minério é vendida por cerca de US$ 140 no mercado internacional. Até 2025, o objetivo da empresa é produzir 40 milhões de toneladas de minério de ferro por ano.

rn

O maior projeto do setor no Brasil é o Carajás SD11, no Pará, para o qual a Vale conseguiu no último mês a licença prévia para explorar um dos maiores depósitos de insumo siderúrgico do planeta. Serão R$ 40 bilhões de investimento para uma exploração anual estimada em 90 milhões de toneladas de minério de ferro.

rn

Minas.  José Fernando Coura diz que os novos investimentos devem gerar, em todo o país, entre 80 mil e 90 mil empregos. Desse total, segundo ele, Minas Gerais deve ficar com 40 mil dos novos postos de trabalho. “Além disso, 100% dos projeto de engenharia sairão de escritórios em Minas Gerais”.

rn

Produção

rn

Aumento. Já para este ano, o Ibram calcula uma alta de 9% na produção mineral do Estado em relação a 2011, passando de 466 milhões para 510 milhões de toneladas de minério de ferro.

rn

FRONTEIRA

rn

Norte de Minas concentra os investimentos

rn

Apenas em projetos já em andamento, o Norte de Minas deve atrair mais de R$ 8,5 bilhões em investimentos. A maior parte deles são para explorar uma parte da megajazida de minério de ferro descoberta na região em 2008. Segundo cálculos preliminares, as reservas podem chegar a 10 bilhões de toneladas.

rn

O anúncio mais recente na região é a confirmação do investimento da mineradora SAM em Grão Mogol. A empresa havia apresentado um projeto de R$ 3,2 bilhões em 2010, mas, no começo da semana, confirmou o projeto com aditivo de R$ 1 bilhão para já produzir em 2015. (PG)

rn

MINIENTREVISTA

rn

“É impossível ter preço menor que a China. Nosso espaço vem da qualidade”

rn

José Fernando Coura

rn

Engenheiro de Minas Presidente do Ibram

rn

Qual sua opinião sobre a movimentação do governo de retomar jazidas consideradas estratégicas?

rn

Isso já foi desmentido pelo Cláudio Scliar (secretário de Exploração Mineral do Ministério de Minas e Energia). Acho, sim, que minerador é uma coisa e especulador é outra, mas o governo tem de ter cuidado para não punir o empresário sério.

rn

O Ibram vai questionar na Justiça a taxa estadual de fiscalização mineral, que começou a vigorar neste ano?

rn

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) já entrou com ação de inconstitucionalidade, que está tramitando no Superior Tribunal Federal (STF).

rn

Enquanto o governo desonera alguns setores da indústria, o de mineração terá novas taxas e alíquotas mais altas. Esse Custo Brasil pode inviabilizar investimentos?

rn

Não inviabiliza porque ainda somos competitivos. De cada tonelada de minério de ferro colocada na China, 15% tem a ver com mineração, o resto é logística. Mas o governo está entendendo que é preciso investir na produção. Eu tenho absoluta confiança que, após ter atacado esse problema dos juros altos, o governo vai atacar o problema do custo da energia, que, hoje, está quase matando alguns setores, como o de alumínio.

rn

A medida do governo de Minas de isentar de taxa o minério beneficiado no Estado pode ajudar a indústria siderúrgica local?

rn

Não, porque isso não é fator de atratividade. A indústria siderúrgica não vai investir porque o custo do investimento, da energia e dos tributos são muito altos. Hoje tem excesso de aço no mundo. Além disso, o aço chega ao Brasil da China mais barato do que o que é produzido aqui.

rn

Como competir com a China, já que boa parte do setor minero-metalúrgico é estatal e tem impostos subsidiados pelo governo?

rn

Sem falar no câmbio artificial. Simplesmente não dá pra competir. No setor mineral, conseguimos espaço pela qualidade do nosso ferro.

rn

Por que a China, grande produtora, importa minério?

rn

A demanda interna é muito maior que a oferta. O custo de produção do minério de ferro na China é alto, porque o minério deles é de baixa qualidade. Por isso que o preço do minério vai se manter alto, para remunerar a indústria mineral da própria China.

rn

Essa dependência da China é um risco?

rn

A China está construindo um país, por isso ela vai continuar sendo a principal indutora da indústria siderúrgica mundial. Só para a produção de aço, é um parque siderúrgico brasileiro por ano. Já no Brasil, ainda temos tudo a ser feito e construído, o que garante mercado para ferro e aço por muito tempo.

 

Fonte: O Tempo

Compartilhe:

LEIA TAMBÉM



Centro de Operações Integradas completa um ano de funcionamento

24 de setembro de 2018

A integração da cadeia de valor de Ferrosos, por meio do Centro de Operações Integradas (COI), é uma realidade na…

LEIA MAIS

MCTIC lança consulta pública sobre Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação para Minerais Estratégicos

1 de outubro de 2018

O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) lançou na última quinta-feira (27) consulta pública sobre o Plano de…

LEIA MAIS

ArcelorMittal Tubarão lança projeto para dessalinizar água do mar

21 de janeiro de 2019

O projeto demandará investimentos em torno de R$ 50 milhões, gerará cerca de 220 vagas de emprego (no pico da…

LEIA MAIS