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As dez maiores mineradoras do planeta estão lidando melhor com o ambiente, mas ainda não conseguem mostrar ao mercado que podem até ganhar dinheiro com isso. Só 14 das 1.942 ações socioambientais que constam de seus relatórios de sustentabilidade são mensuradas em termos econômicos e traduzem o potencial retorno financeiro desses programas. Até mesmo projetos de eficiência energética e redução das emissões de gases-estufa não são “precificados” adequadamente pelas gigantes da mineração, segundo um estudo recém-concluído pela Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS).
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“As mineradoras só conseguem mostrar o retorno financeiro de menos de 1% das suas ações socioambientais”, diz a diretora-executiva da FBDS, Clarissa Lins, que apresentou o estudo em seminário paralelo à Rio+20. “Mesmo caminhando na direção de melhores práticas ambientais, elas estão deixando de apropriar-se do valor de seus projetos e perdem uma oportunidade de relacionar-se de forma diferente com os seus acionistas e com o mercado, em geral.”
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Clarissa e uma equipe de pesquisadores se debruçaram sobre os relatórios anuais de dez gigantes do setor: BHP Billiton, Vale, Rio Tinto, China Shenhua, Xstrata, Anglo American, Barrick Gold, Goldcorp, Newcrest Mining e Anglo Platinum. Verificaram que 42% das ações socioambientais são mensuradas de alguma forma. Por exemplo, dizem quantos hectares de floresta estão sendo preservados ou qual é a proporção das emissões de gases-estufa a ser cortada em determinado período. Mas só 14 especificam o potencial retorno financeiro dessas ações, que certamente existe, argumenta Clarissa.
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Para a pesquisadora, nem todos os programas de responsabilidade socioambiental das mineradoras podem ser medidos em termos financeiros. “Mas certamente é mais que o 1% demonstrado atualmente”, diz. Qual é o problema? “Elas não têm uma agenda de sustentabilidade por bom mocismo, então precisam dar sentido econômico dessas ações aos seus acionistas, mas têm dificuldade de fazer isso.”
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A boa notícia, segundo Clarissa, está em outro ponto do estudo apresentado por ela: 84% das ações relatadas pelas maiores empresas de mineração têm relação direta e material com suas atividades. Ou seja, a maioria das ações deixou de trabalhar com programas vagos de mitigação ou compensação socioambiental para mexer “no que realmente interessa”, conforme as palavras da pesquisadora.
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As ações “relevantes” abrangem nove áreas: comunidades locais, mudanças climáticas, saúde e segurança, água, resíduos, biodiversidade, desenvolvimento de capital humano, direitos humanos e corrupção. “Isso significa que as ações não são mais alheias aos negócios das empresas e as mineradoras estão aprendendo a fazer essas conexões”, diz.
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Fonte: Valor Econômico
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