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Mineradoras reavaliam planos na África

14 de fevereiro de 2013

rnA AngloGold Ashanti Ltd., quinta maior produtora de ouro do mundo, e uma sócia estão considerando fazer uma expansão de US$ 400 milhões em Mali, um país com renda per capita anual de cerca de US$ 1.000. Mas, com o

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A AngloGold Ashanti Ltd., quinta maior produtora de ouro do mundo, e uma sócia estão considerando fazer uma expansão de US$ 400 milhões em Mali, um país com renda per capita anual de cerca de US$ 1.000. Mas, com o país mergulhado em conflito, a empresa anunciou que adiará o projeto até que a luta termine.

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Em toda África, executivos da área de mineração estão em compasso de espera. Durante uma conferência recente do setor, autoridades da África do Sul, da República Democrática do Congo e de outros países africanos ricos em minerais tentaram assegurar às mineradoras que a região é segura e rentável, diante do crescente nervosismo em relação a aumentos de impostos, conflitos trabalhistas e outros problemas.

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Agence France-Presse/Getty Images
Mineiros em greve protestam na sede da AngloGold Ashanti na África do Sul; empresa adiou projetos no continente.

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Alguns países, incluindo Mali, Guiné e especialmente África do Sul, que tem a maior indústria de mineração do continente, tornaram-se recentemente o foco de preocupação do setor. A África do Sul está considerando elevar impostos para a mineração, limitar as exportações de carvão e impor regras para demissões.

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O paradoxo é que estes governos precisam tanto das mineradoras para suas receitas fiscais quanto estas precisam do acesso aos seus recursos naturais. A África é simplesmente rica demais em recursos naturais para ser abandonada pelas mineradoras.

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A ministra da Mineração da África do Sul já declarou que seu governo entende que os impostos não podem chegar a um nível no qual o país deixaria de competir com rivais como Austrália e Brasil. E acrescentou que a nacionalização “não é uma opção”.

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Executivos do setor estão atentos depois de um ano marcado por problemas trabalhistas que resultaram, em agosto passado, na morte de 34 mineiros da empresa londrina Lonmin PLC durante conflitos com a polícia. Uma queda nos preços das commodities causada pela fraca demanda na Europa reduziu lucros e levou a debates sobre o possível fechamento ou abandono de minas, o que o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, caracterizou recentemente de “chantagem”. O investimento estrangeiro no país caiu 43,6% no segundo semestre de 2012 em comparação com o ano interior. O rand sul africano atingiu a cotação mais baixa em quatro anos em relação ao dólar.

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Cynthia Carroll, diretora-presidente da Anglo American PLC, disse que as mineradoras precisam de “estabilidade regulatória”. As mineradoras, disse ela recentemente, precisam pensar décadas à frente “e não vão investir se temerem uma mudança regulatória custosa e imprevisível”.

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Governos africanos estão reavaliando seus impostos e tentando determinar qual é a melhor maneira de se beneficiar de seus recursos naturais ao mesmo tempo em que lidam com uma crescente agitação popular — uma insurgência de rebeldes na República da África Central e de tropas em Mali — que contribuiu para o mal-estar de investidores. A Netherlands Development Finance Co. afirmou que procurou possíveis investimentos na região, mas não achou nenhum novo projeto que queira tocar.

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O governo do Congo está completando uma revisão dos regulamentos de mineração. O país, rico em cobre, cobalto e níquel, vem sendo dilacerado por guerras civis e corrupção. Madagascar trabalha em uma nova lei que deverá elevar royalties em novos projetos de 2% para algo entre 5% e 10%. “As pessoas acham que não se beneficiam da mineração e isso pode levar a conflitos trabalhistas”, disse a ministra das Minas do país, Daniella Randriafeno.

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A AngloGold não é a única que está assumindo uma postura de cautela em Mali, onde a França iniciou uma campanha militar em janeiro para expulsar grupos militantes islâmicos de cidades ao norte do país.

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“A situação pode não ser resolvida tão rápido quanto se acredita”, disse Nick Holland, diretor-presidente da Gold Fields Ltd, que está explorando ouro em Mali. A GoldFields retirou seus funcionários de suas minas em Mali, enquanto o diretor-presidente da AngloGold, Richard Duffy, disse que sua empresa adiaria o estudo de um novo projeto no país “até que as coisas fiquem mais claras”.

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A Vale SA, maior produtora de minério de ferro do mundo, decidiu em outubro parar um projeto de mineração em Guiné e esperar o governo revisar os contratos. A BHP também está reavaliando seu projeto no Monte Nimba, na Guiné.

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A África tem 80% das reservas mundiais de platina, 66% das de diamante e 56% das de cobalto, segundo consultores e analistas. “Se você é uma mineradora séria, não pode ignorar a África. Há duas grandes áreas pouco exploradas no mundo, a África e a Sibéria, e a Sibéria está fechada”, diz Magnus Ericsson, diretor da consultoria sueca Raw Materials Group.

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Fonte: The Wall Street Journal

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