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Minério de Morro do Pilar será um dos mais ricos do mundo

16 de junho de 2014

Manabi vai transformar o itabirito com 33% de ferro em um produto premium com 68,5% de teor. Investimento total no projeto será de R$ 10,5 bilhõesrnO minério encontrado nas reservas de Morro do Pilar, município do M&eacute

Manabi vai transformar o itabirito com 33% de ferro em um produto premium com 68,5% de teor. Investimento total no projeto será de R$ 10,5 bilhões

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O minério encontrado nas reservas de Morro do Pilar, município do Médio Espinhaço que se transformou no centro das atenções de 2012, tem apenas 33% de teor de ferro. Mesmo assim, após um avançado processo de beneficiamento, o material será transformado em uma das melhores matérias-primas do mundo para as siderúrgicas, com teor de 68,5%.

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 A Manabi, mineradora criada em 2011 por experientes empresários do setor, é a responsável pela façanha. De acordo com o gerente-geral de Processos e Tecnologia da empresa, Camilo Carlos Silva, não existe no Brasil nenhuma companhia que comercializa um produto tão enriquecido – resultado que só será possível graças à aplicação das mais modernas tecnologias ao processo de exploração e beneficiamento.

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 Segundo Camilo, para ganhar em competitividade, a Manabi reuniu um time de profissionais gabaritados, com experiência em diversas mineradoras de grande porte, e a assessoria de empresas especializadas para desenvolver um projeto viável, tanto do ponto de vista econômico como socioambiental. “Para isso, fomos forçados, no bom sentido, a buscar o que há de melhor na mineração. A questão do minério ter hoje um teor da ordem de 30%, que é, indiscutivelmente, um dos mais baixos, é um desafio que nos ajuda a inovar”, afirma o gerente.

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 Segundo ele, apenas uma mineradora norueguesa beneficia minério com teor ferrífero parecido. Mesmo assim, o mineral explorado lá é magnetita, bem diferente do itabirito encontrado por aqui. Com um pallet feed (minério concentrado) de alto valor, o preço do produto da Manabi também é alto. Se o mercado paga, por exemplo, US$ 100 a tonelada por um minério com 62% de ferro (que é a base negociada no mercado internacional), pagará à mineradora pelo menos US$ 130 pelo produto premium. “Podemos atingir até US$ 30 a mais porque levamos no mesmo navio mais ferro do que as empresas concorrentes”, explica Camilo Silva.

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 Com a tecnologia adotada e o máximo aproveitamento dos recursos minerais, além de conseguir um concentrado rico, que entra no mercado sem nenhuma restrição, a empresa garante também vantagem financeira e reduz significativamente o desperdício durante o processo de exploração. Para se ter uma ideia, o rejeito da produção em Morro do Pilar terá apenas 8% de ferro, enquanto esse percentual pode chegar a 20% em outras empresas do ramo.

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Sem barragem

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Outra inovação apresentada pela mineradora é a ausência de barragens dentro do complexo minerador, algo que preocupa autoridades em qualquer projeto de mineração devido aos riscos ambientais. Na barragem tradicional de rejeito, em que geralmente se constrói um grande dique para conter água e resíduos finos de minério, há sempre a preocupação com um eventual rompimento. Em Morro do Pilar, a Manabi vai usar “empilhamento drenado” do rejeito. Assim, a água, que é reaproveitada, se separa do resíduo, que depois é devolvido às cavas desativadas.

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O mesmo vai acontecer com o estéril. À medida que a exploração for caminhando, o material sem valor econômico, retirado das áreas onde há desmonte de rochas, será levado de volta às cavas inativas, reduzindo os impactos ambientais. Tal processo também é novo dentro da atividade minerária.

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 Quanto ao uso de água – outro assunto polêmico quando se fala em mineração –, o uso será o mais racional possível. Cada metro cúbico de água vai recircular pelo menos sete vezes dentro do processo de beneficiamento. “Essa é uma preocupação muito grande. Embora haja disponibilidade de água na região, a Manabi sempre se preocupou com os recursos hídricos. Vamos aproveitá-los da melhor forma possível”, ressalta o gerente.

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 Para colocar em prática toda essa tecnologia, a Manabi vai investir R$ 10,5 bilhões no projeto como um todo, que inclui a mina (Morro do Pilar), um mineroduto e um porto (Linhares – ES). Para começar as obras, a mineradora aguarda a Licença Prévia (LP), que está há dois anos sob análise dos órgãos ambientais. Com a LP em mãos, em seis meses deve sair a Licença de Implantação, que libera o início das obras. Se a mobilização de homens e máquinas começar no primeiro trimestre de 2015, o primeiro embarque do minério morrense rumo ao outro lado do mundo sairá em 2018.

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Parcerias com Morro do Pilar

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Apesar de o projeto ainda estar em fase de licenciamento, a Manabi mantém um relacionamento estreito com a Prefeitura e a comunidade de Morro do Pilar. Desde 2011 foram realizadas várias reuniões públicas sobre o projeto, suas oportunidades e impactos, com a presença marcante da população. Em alguns encontros, mais de 700 pessoas participaram.

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 A Manabi assinou convênios plurianuais da ordem de R$ 50 milhões com a Prefeitura de Morro do Pilar para investimento em projetos diversos. Os recursos estão sendo utilizados na elaboração de projetos que vão preparar o município para o futuro.

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Dos convênios assinados entre a empresa e a Prefeitura, cerca de R$ 2 milhões já foram usados. Segundo a prefeita Vilma Diniz, os recursos possibilitaram, entre outras ações, a contratação de uma empresa especializada para a elaboração do Plano Diretor Municipal, do Plano de Desenvolvimento Sustentável e um novo conjunto de ações essenciais ao município.

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“Também estão em processo de contratação importantes projetos e obras, como revitalização de praças, reurbanização de ruas, capacitação empresarial, cursos profissionalizantes, projetos estruturadores e outros”, afirma a prefeita. “Esta transparência da Manabi, que desde o início convidou a sociedade de maneira geral a participar na busca pelas melhores soluções, estimulou o poder público a pensar proativamente”, completa o gerente da mineradora, Camilo Silva.

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Fonte: De Fato Online

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